Tropeço

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Pov Narrador

— Cazzo! (Caralho) - Juliette resmungou irritada ao sem querer fazer um pequeno corte com a faca em seu dedo enquanto picava legumes

— Que boca é essa Juliette? - sua mãe perguntou do outro lado da cozinha

— Desculpa mamma - suspirou revirando os olhos

— Eu vi isso também hein Juliette - arqueou as sobrancelhas pra filha

— Mamma, você sabe que eu não tenho mais 10 anos né?

— Verdade - riu enquanto olhava com carinho para a morena, observando a adulta que ela tinha se tornado, sentia-se orgulhosa - Per me sarai sempre un bambino (Pra mim será sempre uma criança)

Antes que pudesse responder, seu pai entrou na cozinha surpreso que a filha estava lá. Tinha acabado de chegar do trabalho, estava cansado, mas automaticamente se animou ao ver que Juliette jantaria lá aquela noite.

— Oh! Não sabia que estava aqui - Lorival disse indo até a filha - Buonanotte amore mio (Boa noite meu amor) - deixou um beijo em sua testa e foi saudar a esposa

— Boa noite papá, vim matar a saudades que eu estava de vocês

— Adorei isso - sua mãe quem falou agora - Amo quando você vem de surpresa assim, pode vir quando quiser, pode até voltar a morar aqui se preferir - falou risonha

— Ha ha ha - fez uma risada irônica - Nem tenta dona Fátima, amo meu próprio espacinho, mas nunca vou deixar de vir aqui

— Sí, lo so amore mio (É, eu sei meu amor), apenas tenho saudades de te ver a todo tempo em casa. Agora que você mora sozinha, como eu vou cuidar de você? Quem vai te levar pro médico quando estiver doente? - fez um falso drama - Acho que você precisa arrumar um namorado - começou aquele discurso que Juliette odiava - Você é muito sozinha filha, esses dias eu tava conversando com a vizinha e ela falou que o filho dela-

— Mamma! - Juliette repreendeu, ela odiava quando qualquer familiar dela vinha com aquele papo de namorado - Eu to muito bem sozinha, já falei inúmeras vezes que no momento não estou a procura um relacionamento sério com alguém e a menos que seja o Cauã Reymond, ninguém vai mudar isso! - decretou

— Cauã Reymond filha? Prefiro o Caio Castro

— Aff mamma, o Caio Castro é muito pão duro - fez uma careta - Não que eu precise de algo de homem algum, mas ele tem uns discursos muito chatos - revirou os olhos

— Namorado pra que gente? - Lorival se intrometeu na conversa com seu ciúmes de sempre - To com a Ju, acho que ela tá muito bem sozinha!

— Sua opinião não conta homem - dona Fátima riu - Você é só um pai ciumento

— Errada ela não tá! Sua opinião é imparcial - a mais nova falou divertida enquanto colocava a panela no fogo

— Geloso, io? Che bugia! (Ciumento, eu? Que mentira!) - o homem falou com um certo cinismo

Para eles era costume misturar o português com o italiano dentro de casa. Quando Juliette era pequena, eles tentavam sempre falar italiano com ela para que a pequena aprendesse novinha a se comunicar com alguns parentes.

A morena foi criada com duas línguas dentro de casa, o que foi ótimo para seu aprendizado e futuro, mas isso implicava até nos dias atuais em que as vezes, sem querer, ela misturava os dois idiomas conversando com alguém e só percebia depois de ver a cara de confusão da pessoa.

— Não é ciumento não? Ufa! - Juliette falou brincando em tom de ironia  - Imagina se fosse

Com a ajuda de Lorival, foi ainda mais rápido de terminar de fazer o jantar, logo eles acabaram e comeram entre um clima ameno e muitas risadas.

Olhares - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora