11. Positivo

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Chegando em Belo Horizonte chamo um táxi para me levar até o hotel que Pedro está hospedado. Ele me disse para eu informar no Hall de entrada que ficarei na suíte 809. Ao informar um rapaz me acompanha até o elevador e entra comigo, aperta no número 10 e o elevador começa a subir. Chegamos na porta da suíte e o rapaz abre a porta com um cartão black.
- Obrigada!

- Disponha. Se precisar de algo é só digitar 13 no interfone que a chamada será encaminhada para à recepção.

- Ok. Entro e ele sai.

Agora eu tenho que ficar aqui até o Pedro chegar, já que não tenho o cartão que abre aqui. Por dentro eu consigo abrir, é uma senha, mas por fora não. Se eu sair não entro. Espero que ele não demore. Deito para descansar um pouco e acabo dormindo. Acordo com Pedro me beijando no rosto.

- Oi dorminhoca. Fiquei muito feliz quando recebi sua ligação dizendo que vinha pra cá. - ele sela nossos lábios com um selinho. - Qual o motivo de você estar aqui e não no seu trabalho? - Levanto e me sento na cama, ao seu lado.

- A gente precisa conversar, e o que eu tenho pra dizer. - Respiro fundo - O que eu tenho pra te dizer não pode ser por ligação. - Levanto da cama e vou até minha bolsa, pego o teste e vou até ele. - Sabe o que é isso? - Entrego para ele.

- Um teste de farmácia. - Ele olha o teste por alguns segundos e volta a me olhar. - Você está grávida? - Em um impulso ele levanta e vem até mim como se fosse me abraçar, mas eu faço sinal de pare com a mão.

- Não, Pedro. Eu não estou grávida. - Ele me olha confuso. - Eu pensei que estava grávida. Fiz esse teste hoje e eu não estou grávida.

- Então por que você veio até aqui me mostrar um teste de gravidez que deu negativo?

- Porque ele não é a única coisa que está negativa nessa relação. - Ele abaixa à cabeça.

- Você não está querendo terminar, ou tá?

- Sim. Isso já deveria ter acabado há tempos. Nós dois juntos somos o resultado de um fracasso, de dor e sofrimento. Não está dando para continuar.

- Fala a verdade, Luna. Você tem outra pessoa, né?! Por isso não me atende, por isso não responde minhas mensagens, por isso... - Ele respira fundo - Por isso quer me deixar. Só pode ser alguém.

- Deixa de ser idiota, Pedro. Eu não tenho ninguém.

- Então qual a razão dessa palhaçada?

- É uma palhaçada mesmo. Eu sou uma palhaça em acreditar que você mudaria, que deixarei de ser essa pessoa ciumenta, que nossa relação ia dar certo. Mas só eu estou por inteira aqui.

- Isso não é verdade. Você nem me procura. Se eu não ligo, você não liga. Se eu não mando mensagem, você não manda. Ultimamente nem as mensagens que eu mando você responde e nem atende.

- É claro. É pra eu te atender e começar escutar suas paranoias de ciúmes? É pra eu responder suas mensagens cheias de ataques? Desnecessário! Me poupe, né Pedro?!

- Então você quer jogar todos esses anos no ralo por besteira? Se não tem ciúmes, não tem amor.

- Ciúmes como o seu? Você quer mesmo me dizer que esse ciúmes doentio é amor? - ele me olha e tenta novamente me abraçar, mas eu me afasto.

- Não faz assim, Lu. Eu te amo. Fica comigo, por favor!

- Não me peça pra ficar e tentar mais uma vez, não tem o que tentar, nosso relacionamento já foi derrotado. Esse amor aqui virou amizade. Quando estou com você é como se estivéssemos a universos de distância. Eu e você não seremos os primeiros a não dar certo, e eu preciso viver, mas com você eu apenas existo. - fica um silêncio por alguns minutos.

Quando Você Me TocaOnde histórias criam vida. Descubra agora