Oie, meu amô! Como você está? 🥺
Nem acredito que não demorei muito pra voltar. Boa leitura!!! 💜
05 de setembro de 1790.
Querido Diário,
Nunca estive tão arrependido.
A única força que me move para escrever-te hoje é a necessidade de tirar de dentro de mim todos os sentimentos ruins que estou sentindo, para não me afogar em mágoa.
Essa foi uma das semanas mais difíceis da minha vida. Ontem foi o casamento de Jeongguk e Mayumi.
Desejo-te, Diário, que nunca vejas o amor da tua vida se casando com outra pessoa. Uma parte minha morreu. Gostaria de ser possível voltar atrás na minha decisão e ter aceitado fugir com Jeongguk quando ainda dava tempo.
Ao longo da semana, Mayumi esperneou querendo que eu fosse o responsável por levá-la ao altar. Grande ironia. Porém, era claro que, segundo a tradição, isso não seria possível. Portanto, fiquei com a função de pianista.
Atrás do piano, pelo menos, era mais difícil de alguém ver minhas lágrimas silenciosas enquanto eu tocava a marcha nupcial, observando Mayumi caminhar lentamente em direção ao meu homem, com teu véu arrastando no tapete, junto ao vestido branquinho e rendado. Tuas mãozinhas seguravam um buquê de flores vermelhas.
Jeongguk a aguardava no altar, num terno cândido com um pequeno arranjo de jacintos na lapela. Tinha parte dos cabelos compridos presos, enquanto o restante escorria pelos ombros tensionados. Além do olhar opaco, em teu rosto havia um sorriso que não era dele.
Quando Mayumi subiu os três degraus, Jeongguk estendeu a mão para alcançar a dela e plantou um beijo singelo ali. Meu peito apertou.
Parei de tocar para que o padre desse início ao ritual. Sentei-me sozinho num banco, quase ao final da coluna, e alguns bancos atrás de mim duas senhorinhas bem arrumadas prestavam atenção ao que o padre dizia. Sei que ele falava sobre a Bíblia e o Sagrado, todavia eu não conseguia assimilar tuas palavras pois meus pensamentos estavam avoados, sobrevoavam por minhas memórias adocicadas ao lado de Jeongguk, as quais eu me esforçava para não desbotarem. Meu olhar vidrado fitava a grande imagem da cruz atrás do padre.
Em determinado momento, Jeongguk e Mayumi ficaram frente a frente, e ele segurou ambas as mãos dela. Jeongguk limpou a garganta antes de começar a dizer com a voz estremecida:
"Eu, Jeon Jeongguk, recebo a ti, Son Mayumi, como minha legítima esposa. Prometo ser fiel...", deu uma breve pausa e engoliu em seco. "Amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe."
Engoli um soluço.
"Por que este rapazinho tanto chora?", escutei uma das senhorinhas atrás de mim perguntar para alguém.
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Em uma outra vida, eu serei o teu garoto | taekook [🕊️]
FanfictionEM BREVE LIVRO FÍSICO FINALIZADA | taekook | séc XVIII | romantismo | romance epistolar | +18 Kim Taehyung era um jovem sonhador e romântico, que contemplava a natureza e questionava os segredos da vida. Mudou de província à procura de desvendar a...