14. O sigilo ainda não me sacia

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Esse capítulo está mais longo que os outros. Espero que goste! Boa leitura
Lembre-se que votinhos e comentários são minha fonte de motivação 🥰

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14 de setembro de 1790.

Querido Diário,

Dormir com Jeongguk é um sonho. Me sinto no Paraíso ao adormecer com tua respiração fraca acariciando o meu pescoço; com teu braço sobre meu peito, sentindo o ritmo calmo do meu coração que há muito tempo bate apenas por ele; nossas pernas entrelaçadas, nossas peles nuas e quentes coladas uma à outra.

O pesadelo é acordar na manhã seguinte sem tê-lo ao meu lado. Antes de dormir, o que me preenche é amor e ternura. Após acordar, frio e solidão.

Estiquei o braço e não encontrei tua presença. Senti o ar escapar de meus pulmões de uma vez só, a caixa torácica espremeu meu pobre coração cansado. Abracei meu próprio corpo, já acostumado com a sensação quente, úmida e ardida das lágrimas que molham meu travesseiro.

Algumas idealizações rotineiras começaram a perpassar por minha mente. Imagens impossíveis de eu e ele gastando horas na cama após o amanhecer, eu perdendo a hora do trabalho e ele deixando todas as tuas responsabilidades do lado de fora de nossa casa na colina. Então trocaríamos beijos, ficaríamos de preguiça debaixo dos lençóis até o nosso estômago reclamar de fome. Depois sairíamos da cama aos tropeços rumo à cozinha e faríamos dali mais um lugar onde nosso amor pudesse existir. Quando o café da manhã estivesse pronto, deixaria Jeongguk me erguer e me colocar sentado sobre a bancada. Jogaria minha cabeça para trás, permitindo-o de experimentar minha pele mais uma vez só naquela manhã.

Mas eram cenas utópicas. Habitariam apenas minha mente iludida e sonhadora, porque eu e Jeongguk jamais poderíamos estar juntos como queríamos.

O sigilo ainda não me sacia, Diário. Minh'alma quer mais. Quer que haja um planeta, um mundo diferente deste, uma outra era, onde amar teu semelhante não seja um crime, uma doença, um pecado horrendo. Quer viver numa vida em que provar os lábios de outro homem seja apenas doce e macio, e não amargo e doloroso.

Às vezes penso que o Inferno já é aqui, na Terra. Nada mais explica esse tormento, essa tortura que sinto com a vida dupla de Jeon Jeongguk. Para os outros, ele tem uma legítima esposa. Para mim, ele tem apenas um garoto. Eu. Eu sou o teu garoto.

É o preço pago pelo pecado que estou cometendo.

Adeus, Diário.

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16 de setembro de 1790.

Querido Diário,

Mayumi pediu-me para ajudá-los com a organização da mansão deles após a mudança, a qual foi feita no dia seguinte à volta dos dois da lua de mel. Por mais apertado que meu coração estivesse, fui ajudá-los, é claro. Não poderia deixar visível o meu desgosto, a minha tristeza.

Em uma outra vida, eu serei o teu garoto | taekook [🕊️]Onde histórias criam vida. Descubra agora