Em uma outra vida, eu serei o teu garoto | taekook [🕊️]

13. O Inferno é tão quente quanto pecar?

Oiee, meu amor. Não sabe como estou feliz de aparecer aqui de novo!

(Por favor, não conte à minha professora de Didática que deixei de prestar atenção na aula pra atualizar sigilo KKKKKKKKKK)

Boa leitura! Não esquece de comentar sempre que possível, isso realmente me motiva muito a escrever 🥺

10 de setembro de 1790.

Querido Diário,

Não vejo Jeongguk desde o casamento. Ele e Mayumi voltarão da lua de mel daqui 2 dias. Não quero pensar neles, nem nessa palavra, nem no que possivelmente eles devem estar fazendo agora, onde quer que estejam.

Mas não pensar é insuficiente, porque o sentir é muito mais gritante. É uma dor visceral de séculos de união, os quais sinto que foram rompidos após o casamento.

Não é como se alguma vez a certeza já esteve ao meu lado, todavia aquela maldita cerimônia trouxe ainda mais medo e insegurança para o meu peito. Tenho receio de todo esse encanto entre mim e Jeongguk acabe assim que ele voltar da lua de mel, e eu fique mais uma vez sozinho quando, finalmente, comecei a acreditar que o propósito do ser humano é vir à Terra em busca de tua alma gêmea.

Eu encontrei a minha, Diário. E dói apenas cogitar em ter que abrir mão dela. Eu... eu ainda quero ser o garoto de Jeon Jeongguk. Nesta vida.

Aish... não quero pensar nisso. Estou cansado de ficar deitado na minha cama, chorando e tremendo enquanto as cenas do casamento repassam por minha mente. Sinto-me exausto.

O amanhã é incerto e não está em minhas mãos. Sofrer pelo passado é mais que o bastante, não preciso que o presente e o futuro se unam contra mim. Por favor, Deus. Tenha piedade de teu filho.

Às vezes, tudo o que eu queria era poder me tornar um passarinho, abrir minhas asas e fugir de toda a realidade. Mas a verdade é que sou grande, tão grande que sequer caibo nesse mundo.

Infelizmente, neste mundo infame, o dormir não tem sonhos.

Enfim, não era sobre isso que eu vim escrever-te hoje, desculpe. Tu já deves estar acostumado, não é, Diário? Desculpe.

Vim dizer que li a carta que mamãe recebeu no início de 1770 e preciso compartilhá-la contigo. Isso está me causando uma grande reviravolta aqui dentro, sinto que pouco a pouco estou reunindo peças importantes do quebra-cabeça e não sei se estou pronto para vê-lo concluído. Contudo, apenas saberei se fazê-lo, por isso continuo minha busca.

"Querida D... minha amiga,

Também apreciei rever-te após tanto tempo. Foram quase dois anos, hm? Tu mudaste muito. Confesso-te que me surpreendi quando nos esbarramos na vila, foi bom caminhar ao teu lado pelo jardim público novamente. Ao mesmo tempo, algo dentro de mim sempre soube que aquele dia, anos atrás, não seria o último. Eu sentia que nossos olhos voltariam a se encontrar, nesta ou noutra vida.