Onze

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Jane Hopper

-JanJan, não acha que tá na hora de voltarmos pra nossas casas? Estamos dormindo no porão do Mike a 4 dias. -

Eu totalmente acabada e desajeitada no colchão, me virei à ela.
-é, talvez esteja na hora. Vou pegar minhas coisas. -

Desde que o Mike se foi, tudo foi um caos, parece que Hawkins inteira piorou depois dele partir.

Me levantei e fui em direção à mesa com um cobertor onde Mike me escondia quando eu estava fugindo do laboratório.

Escorreu uma lágrima ao lembrar do Mike, do jeito que ele cuidava de mim.

-Vou pegar minhas coisas também. - Max disse se levantando.

Eu estava dobrando os cobertores, quando escutei um barulho de papel.

Olhei em baixo e havia um papel amassado.
Estava todo rasgado e rabiscado mais dava pra ler um pouco.

"## nã# espero que v#c# me perdoe por tudo que fiz, On. Eu sempre fui um m#nstro, e eu est#r perto de v####, intoxicava vocês, eu faço mal pr# vocês. Enfim, obrigado por tudo que você me fez ter, On, meus melhor#s momentos sem#re foram ### você. Eu te amo, On##. "

Comecei a chorar, segurando para não alertar Max que estava de costas.

Dobrei e guardei o papel no meu bolso de trás e continuei arrumando as coisas.

37 minutos depois

Eu e Max nos sentamos no banco que sentamos sempre pra conversar.

O mesmo banco onde vimos o Mike indo pra floresta, antes de.. Tudo.

-E se a gente tivesse corrido atrás dele antes. Talvez ele.. Ainda estivesse aqui. - Max disse se culpando

- Max, eu sei o que tá fazendo. Não, a culpa não é sua. Não teríamos como imaginar. E o mike tinha feito toda aquela coisa na casa dela, lógico que não iríamos atrás dele depois de tudo isso. -

-é, tu tem razão. -

Deitei no colo dela e ficamos lá conversando sobre a vida, além do Mike.

E foi assim, por muito tempo foi assim minha vida.
2 meses já haviam se passado, eu já aparentava melhor, mas por dentro estava acabada.

Nesses 2 meses, Will e Max ficaram melhores amigos, Will se assumiu gay para a tia Joyce e Jonathan, que super o apoiaram. Eu, continuo a mesma coisa de sempre, tentando não ser a onze, fingindo ser a Jane, mas eu não posso ignorar minhas memórias e vontades.

Eu ainda sou a Onze, o mesmo rato de laboratório, que todos tem medo.

Só meus amigos não me olham com medo, quem sabe o que sou, fogem de mim.

Mas eu sempre convivi até que bem com isso, pois Mike sempre tinha as palavras certas a me dizer.
Esses tempos mudaram.
É irreversível.

Will Byers
2 meses depois

Tudo em Hawkins, ficou.. Sombrio, desde que Mike morreu.
Ficou sombrio pra todos nós.

Todos nós, nos matamos para viver.
Quero dizer que, dos nossos amigos, todos nós tínhamos vícios pra se dispersar da realidade, nem que por um curto período de tempo.

Max e eu, nós cortamos nossos pulsos, e na maior parte do tempo usamos todo tipo de droga, para aliviar tudo de merda ao nosso redor, por mais que seja quase impossível.

A Onze, vemos ela só quando vamos em seu quarto. Ela se tranca lá e dorme, dorme e dorme, pra tentar esquecer tudo, só que ela diz que quando fecha os olhos, vê o Mike.

Dustin e Lucas, ficam todo dia no porão do Mike, jogando D&D, usando sempre as estratégias que Mike fazia.

Tudo mudou, mudou muito.
Mas fingíamos estar tudo bem, mesmo sabendo que não estava.

-Eu moro com ela, curupira do caralho. - disse já irritado com sua persistência.

-vai toma no seu cu, tá bom, gayzinho. -

-Mandar gay tomar no cu é insulto? - debochei da Max.

-Enfim, cara, eu só queria uma comprovação de que ela gosta de mulher também. - mudou de assunto.

-porque não chega nela e pergunta "oi amiguinha, você gosta de buceta?" - caí na risada.

-Will, é sério. -

-Eu já te disse milhares de vezes, que tá estampado na cara dela que ela gosta, mas você é uma medrosa que não vai la comer ela logo, caralho -

Max me mostrou dedo do meio, pegou seu skate e saiu em direção ao sol.

-vai procurar uma rola, vai. - gritou de longe.

Eu apenas ri e entrei pra casa.
Quando abri a porta dei de cara com a Onze.

-Porra que susto, on, finalmente saiu do quart... Você ouviu alguma coisa né? - percebi sua cara de surpresa.

-A Max gosta de mim?! - gritou.

Eita meu povo.

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