Loving Maraisa | Malila.

5 - Eu não quero

- Não faça isso, menina Maraisa. - Suplico.

Meus olhos se fecham e a mesma beija minha clavícula. Eu só sabia de uma coisa, eu estou ferrada.

Sua língua molhada chupa meu ponto de pulso. E juntando o pingo de sanidade que existe dentro de mim, seguro em sua mão — que estava prestes a entrar no meio de minhas pernas — e me afasto.

- Você não deve fazer isso.

- Mas você quer e eu também quero. - Ela tenta beijar os meus lábios, mas eu me afasto.

- Eu não quero.

Seus olhos caem e toda a segurança que existia em seus olhos somem. Maraisa apenas se levanta e sem dizer uma única palavra ela sai batendo a porta.

Completamente irritada, jogo a cabeça para trás. Minha respiração está desregulada e meus olhos fechados. Eu não poderia jogar tudo pro ar e decepcionar minha tia mais uma vez. Eu tinha que ser forte e não me deixar levar pelos desejos carnais.

Depois de um banho gelado e rezar várias vezes. Tento dormir mas não consigo.

[…] - Eu amo os olhos. Os seus principalmente. - Meus dedos param em suas pálpebras fechadas e ela sorri.

Deixo um demorado beijo em seus lábios. Nossas cabeças de movem em sincronia. Após findar o beijo, deixo uma sequência de selinhos em seu lábio.

- Eu tenho medo de separarem a gente.

Beijo sua bochecha e a abraço de lado. Eu sei o quanto seria difícil nos assumir. Ainda mais por vivermos em uma escola católica e tínhamos apenas quinze anos, mas eu apenas queria pensar no agora e aproveitar os poucos minutos que podíamos passar juntas.

- Eu também tenho, querida. Mas vamos aproveitar o agora. Vamos viver um dia de cada vez.

Luísa coloca a cabeça em meu ombro e ficamos observando o céu do jardim do colégio interno. […]

...

Na manhã seguinte dou de cara com Murilo andando pelos corredores do colégio. O homem deixa um rápido selinho em meus lábios.

- O que está fazendo aqui? - Pergunto completamente surpresa.

- Vim te buscar. Queria te fazer uma surpresa.

- Desculpa, Murilo, mas terei que passar esse final de semana aqui. - Coço levemente a testa.

Seu semblante demostra uma certa raiva. Eu sei que nos últimos meses não tenho sido a melhor namorada do mundo e tenho prendido ele a mim, então é a hora de soltá-lo. Olho prós lados tentando achar as palavras para dizer que preciso de um tempo, mas nada sutil vem a mente. Então apenas digo.

- Murilo, eu acho melhor darmos um tempo. - Solto de uma vez, a cara de Murilo é pura confusão

- Sério isso? Marília, estamos a tanto tempo juntos. - Suas mãos tocam os meus ombros.

- Eu sei, Murilo. Mas pra mim não da mais. Preciso de um tempo.

Ele me olha. Seu olhar triste me machuca, mas eu não posso mais enganar nós dois. Deixo um beijo em sua bochecha e caminho até a biblioteca sem olhar para trás.

Eu precisava disso e Murilo também. Eu me sentia mais aliviada. Passei a manhã na biblioteca e nem passei em frente a cantina, para evitar Maraisa, não estava preparada para olhá-la depois da noite de ontem.

Cansada de ficar na biblioteca, decido tomar um pouco de sol. Prendo os meus fios loiros no topo da cabeça e quando piso na grama do pátio, ali estava ela.

- Seja corajosa e enfrente o problema de frente. - Digo para mim mesma.

Agora era o momento.