12 - Luísa

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Depois de dar mais uma aula na turma de Maraisa, fui chamada por minha tia Consuelo até a sua sala, confesso que na hora gelei com a hipótese dela ter descobrido sobre mim e a menina Maraisa. Mas para a minha sorte era apenas para elogiar pelo meu bom trabalho de estar conseguindo pôr a morena nos eixos.

Pobre Madre, mal sabe ela como eu tenho conseguido fazer isso. Deve nem passar pela cabeça dela que a sua sobrinha e uma de suas melhores professores do colégio, está tendo um caso com uma aluna dentro do colégio religioso.

Só espero que conseguir manter esse relacionamento o mais escondido possível até Maraisa completar 18 anos e terminar os estudos, aí sim poderemos viver o nosso amor sem nenhum impedimento.

Era mais um final de noite e Maraisa conseguiu vir para o meu dormitório, com a ajuda de Lauana. Segundo minha garota eu não deveria me preocupar com a mesma, pois as duas se entendiam muito bem. Mesmo com um pé atrás, eu tentei relaxar quanto a isso.

Depois de anos em silêncio, sobre o assunto tão delicado por mim — Luísa — eu resolvi me abrir com Maraisa. Eu confio nela de olhos fechados e sei que ela manterá o meu passado em sigilo.

- Luísa foi a minha primeira e única namorada. Nos conhecemos aqui no internato, ela tinha 15 anos e eu 16. Éramos apenas boas amigas, até eu me apaixonar por ela. Entrei em estado de negação e acabei me afastando. Mas nem durou duas horas. - Solto uma risadinha. - Contei a Luísa o que eu estava sentindo e ela me confessou que sentia o mesmo.

Maraisa me escutava atentamente. Meus olhos estavam fixos à parede em minha frente, enquanto nossas mãos se mantinham entrelaçadas em cima da barriga de Maraisa, que tinha a cabeça em meu colo.

- Fiquei tão feliz. Demoramos semanas para darmos o nosso primeiro beijo de verdade. Um ano depois eu estava para me formar no colegial, Luísa ainda ficaria aqui, mas prometi que sempre voltaria para visitá-la. Minha tia já trabalhava aqui, facilitaria a minha entrada - Explico me lembrando de cada palavras ditas.

- Na segunda semana que vim visitá-la, minha tia nos pegou se beijando. Levei uma bronca daquelas. - Ri sem humor. - Proibiram de nós ver e Luísa foi transferida de colégio. Ela era órfã e a freira que era responsável por ela, assinou sua transferência sem precisar pensar duas vezes ao saber o motivo.

Sinto os meus olhos cheios de lágrimas e algumas até escorrem por minhas bochechas. Respiro fundo e continuo.

- Procurei por ela, depois que consegui o endereço que a mandaram. A notícia não era nada boa. Um grupo de garotas de seu dormitório a agrediram quando descobriram que ela era lésbica. Ela não aguentou as pancadas na cabeça e faleceu.

Relembrar de toda a história foi como levar uma facada no peito. Eu podia escutar a voz de uma das estudantes me contando a história enquanto caminhavamos pelo jardim do internato.

- Sinto muito, Lila. - A morena se senta e beija todo o meu rosto.

Eu fungo baixinho e Maraisa me envolve em um abraço apertado. Ela se levanta e me puxa até minha cama. Eu me deito e sinto o seu corpo se abraçar ao meu — na famosa conchinha — . Seus dedos passam por meu cabelo e eu acabo dormindo.

Maraisa era a primeira pessoa que eu contava sobre Luísa. Eu só tinha medo até onde tudo isso ia dar. Eu não queria que a mesma estória se repetisse. Não suportaria perder Maraisa.

Loving Maraisa | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora