Um mês tinha se passado e nada de ninguém nem desconfiar o que anda acontecendo entre mim e Maraisa. Murilo passou a me cercar depois das aulas e até procurou minha tia para falar sobre nós dois — que nem existe mais — claro que minha tia veio atrás de mim e como sempre disse que Murilo era o cara certo e por fim acabei sedendo em ir jantar com ele.
Quando contei a Maraisa, a morena não gostou nadinha. Mas não tinha nada que pudesse fazer, eu precisava ir para não trazer desconfiança a Madre, então Isa passou a me evitar desde o jantar de sábado com o Murilo. Quando voltei do jantar e procurei a morena em seu dormitório, ela não me recebeu. E então hoje estamos distantes, posso olhá-la, mas não tocá-la.
Hoje era o terceiro dia, três dias sem tocá-la e beijá-la. Como eu sentia saudades de seus beijos, das nossas conversas em meu quarto. Dos abraços quentes e das mãos bobas que fazem o nosso corpo entrar em chamas.
Vê-la sentada ali enquanto ler a poesia, era tão lindo. Sua voz suave e doce. Se eu pudesse filmar esse momento e depois passar horas e horas vendo essa bela menina mulher.
- ...Ver perder-se o país, entre adversários e estandartes flor-de-lis contrários;
frente à Tebaida, bancar o amoroso.
Vou-me ao Palácio: adeus, magia antiga.
Ó Musa, eu faço as malas, mais gozoso
é vencer meus processos, que o segui-la.- Obrigada, Srta Pereira. - Digo voltando para o meu lugar.
Retiro o óculos e o deixo em cima de minha mesa juntamente de alguns pertences. Passo boa parte de minha aula discutindo sobre a poesia francês. Maraisa se recusou a dar a sua opinião quando lhe perguntei e como uma garota rebelde me desafiou a mandá-la até a sala da Madre. Confesso que a sua rebeldia toda me deu um tremendo tesão, mas me controlei e mesmo contra vontade mandei a morena até a sala de minha tia. Eu não poderia deixa-la me desrespeitar em frente a sala toda.
- Não se esqueçam de trazer o resumo na aula de amanhã. - Digo vendo as meninas se retirarem da sala.
Massageio as têmporas, pensando na bronca que a menina Maraisa levou da madre. Eu preciso arranjar um jeito de fazer as pazes com a morena.
- Sabia que iria te encontrar aqui. - Diz Murilo encostado no batente da porta.
- Já estava de saída. - Digo colocando a alça de minha bolsa em meu ombro. - Quais são os motivos que me procuraste?
O homem se aproxima. Sua mão pesada toca em meu rosto, fazendo um leve carinho ali. Engulo em seco com o seu toque e sorrio forçado.
- Vamos passar essa noite juntos. Só nós dois em meu apartamento. - Seu nariz passa pela extensão do meu pescoço.
Os meus olhos se fecham automaticamente. Eu estou tão necessitada de sexo que o meu corpo entra em chamas com um simples toque. Coloquei as mãos nos ombros de Murilo e suas mãos repousam em minha cintura.
Ah! Como eu queria que fosse outras mãos me tocando.
- Murilo, não é uma boa idéia. - Murmuro com a voz arrastada.
- Você quer, Marília. - O mesmo deixa um beijo em meu pescoço.
Abro brevemente os meus olhos e sinto o meu corpo gelar ao ver a dona dos olhos castanhos mais lindos que já vi. Vejo decepção em seus olhos, Maraisa balança a cabeça em negação e sai correndo da porta da sala.
- Melhor não, Murilo. - O empurro para trás. - E por favor não insista.
Caminho rapidamente para fora a procura de Maraisa, mas não a acho e quando penso em ir até o seu dormitório acabo desistindo. Ela precisa de espaço e talvez seja melhor assim, cada uma seguindo a sua vida.
Foi bom enquanto durou, mas acabou, mas não pense que te esqueci, apenas aceitei o fim.
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Loving Maraisa | Malila.
FanfictionUma jovem e querida professora de poesia de um internato católico põe tudo em risco por um caso ardente com uma das alunas. História original no perfil: @MozaoCapshaw Adaptação.