14 - Jackson está morto

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A casa de praia não tinha mais graça sem a Maraisa ali. Segundo Lauana, Maraisa pensa que eu e Murilo voltamos e eu acho bom que ela pense isso. Não porque eu quero vê-la sofrer e sim pelo simples fato dela parar de insistir em nós. Eu a amo e é por isso que eu quero que ela viva a sua vida.

Nós nunca daríamos certo e eu acreditei um dia que sim. Que nós, Maraisa e eu, poderíamos viver feliz lá fora, mas era apenas uma ilusão.

Em frente ao espelho seco o meu cabelo com um secador. Como um reflexo momentos vividos por mim e pela morena se passa por minha cabeça.

- Um segundo. - Grito quando algumas batidas são dadas na porta.

Depois de afastá-la eu ainda tinha esperanças que fosse ela ali. Mas a minha cara foi ao chão ao ver Lauana parada ali.

- Estava esperando sua namoradinha professora? - Diz Lauana com uma voz sarcástica.

- Vá direto ao assunto, Srta Prado.

- Certo. Maiara está dando um dos seus chiliques lá no quarto e ninguém consegue controlá-la.

- Vou vestir um casaco e já vou até lá. - Explico de braços cruzados.

A garota me olhou dos pés a cabeça e sorriu maliciosamente. Atitude que só me fez revirar os olhos e fechar a porta em sua cara. Eu não estava afim de lidar com uma jovem me secando bem em frente ao meu dormitório. Não com essa jovem.

...

- Sinto muito, querida, mas o Jackson está morto. - Digo olhando para o Hamster "dormindo" dentro da gaiola.

Passo a mão nas costas da jovem ruiva que chora sentada ao chão. Lauana apenas revira os olhos em pé na porta e Maraisa nos observa. Nossos olhares se encontram rapidamente e os segundos que nos encaramos diz muitas coisas que nossos lábios não conseguem dizer.

- Ele estava bem. - Maiara diz com a voz embargada.

Eu só sabia olhar para Maraisa. Tão linda. Seus olhos, seus lábios, seu sorriso, tudo era um pacote perfeito.

- Mai, sinto muito por isso. - Maraisa desvia o seu olhar do meu e se ajoelha ao lado da amiga.

- Aí, quanto drama por causa de um rato. Ele só sabia fazer barulhos estranhos e fazer cocô, apenas se livrou então levante as mãos prós céus e agradeça. - Diz Lauana soltando uma risadinha.

Maiara se levanta e saí correndo do quarto e Maraisa saí logo atrás da outra. Depois de repreender Prado por suas palavras duras com a colega, saio atrás da outras duas.

Quando chego no topo das escadas, vejo uma cena que me causa ciúmes. Eu sei que não deveria, pois não há nada demais entre elas, mas é meio que impossível. Maraisa tem Maiara envolvida em um caloroso abraço, enquanto a ruiva tem as suas mãos firmemente em volta de minha garota.

Sem deixar elas me verem, volto para trás. Maiara ficaria bem, Maraisa era a melhor pessoa para isso.

...

Na manhã seguinte, o colégio estava uma loucura. Pelo simples fato de uma banda de garotos vir tocar na escola. Depois de muito insistirem, Madre Consuelo permitiu que a banda do irmão de Lauana — Guilherme Prado — viesse tocar.

Faltava pouco menos de duas semanas para a menina Maraisa completar 18 anos. Eu só não sei o que esperar disso. Devo ficar feliz? Devo procurá-la depois e dizer que a amo? Ou simplesmente esquecê-la? Eu realmente não sei o que fazer.

Por fim tinha chegado o tão esperado momento das alunas. A banda tocava em cima do palco improvisado, enquanto todos se divertiam.

Depois de Murilo muito insistir para que eu dance com ele, eu acabo aceitando. Com a mão em volta de seu pescoço, deixei que ele me guiasse nessa dança.

Eu não estava feliz, os últimos dias "longe" de Maraisa tinham sido difíceis. Me sentia cansada e com muita raiva de mim por não ter lutado por nós.

Murilo me gira no meio do salão e quando olho para a entrada do salão, ali está Maraisa me observando como sempre. Ainda vejo a paixão em seus olhos, mas também vejo mágoas nele.

- Eu preciso ir ao banheiro. - Me afasto de Murilo assim que vejo Maraisa sair do salão.

Caminho rapidamente atrás da morena e quando finalmente a alcanço, seguro em seus braços sem machucá-la.

- Você não deveria ter vindo atrás de mim. - Diz a morena com a voz embargada.

O meu peito se aperta ao saber que eu sou o motivo de sua dor. Que por minha burrice deixei que ela pensasse que Murilo e eu ainda tínhamos algo.

- Eu pensei que você me amasse.

- Mas eu te amo. - Digo sentindo um alívio por dizer aquelas palavras mágicas.

- Então prove. Me prove que me ama.

E sem pensar duas vezes, a puxo para os meus braços. Os nossos lábios se chocam um contra o outro com certa força, mas o prazer é maior que a dor.

Seguro em sua nuca arranhando aquele local, o beijo molhado faz o meu corpo entrar em erupção e eu só penso em levá-la pro meu quarto e ama-la como sempre desejei.

Maraisa Pereira, essa noite seria minha.

Loving Maraisa | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora