16 - Eu a amo

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A luz do sol entra pela janela de meu quarto me fazendo acordar. Me movo devagar ao sentir o corpo da morena jogado em cima de mim. O seu cheiro invade minhas narinas me fazendo sorrir largamente. Beijo seu cabelos pretos e coloco as madeixas que tampam o seu belo rosto angelical para trás das sua orelha.

A noite de ontem tinha sido mais que perfeita. Cada toque nosso tinha sido especial. Ah, eu amo tanto essa garota.

Automaticamente os meus olhos vão para o relógio em cima do criado mudo e meus olhos se estalam ao ver às horas.

- Merda! - Murmuro irritada. Estávamos atrasadas para o desjejum. A Madre iria me encher de perguntas se não me visse no refeitório.

Balanço o corpo de Maraisa com cuidado e a aviso que estamos atrasadas para o café. A mesma se levanta com calma sem se importar com o tamanho do problema que iremos enfrentar se não nos apressarmos.

- Não estou achando minha calcinha. - Diz Maraisa olhando para os lados. - Alguém a jogou ontem.

Soltou uma risadinha ao me lembrar do momento. E só de lembrar do momento sinto meu centro pulsar.

- Lila, pare de pensar e me ajude a achar.

Levantei as mãos em um pedido de desculpas e fomos em busca da calcinha perdida. Logo a achamos no canto do sofá.

Bom, acabamos fazendo uma sessão de beijos, o que atrasou um pouquinho nossa missão em nos vestir rápido, para não nos atrasarmos ainda mais.

- Agora vista a sua roupa. - Lhe jogo o seu vestido.

Maraisa começa a vestir sua roupa, enquanto eu, apenas de calcinha e sutiã tento entrar dentro do meu jeans e quando finalmente subo a calça, sinto o meu corpo gelar ao ouvir a porta se abrir para trás. O que eu tanto temia aconteceu. Madre Consuelo. Minha tia está parada bem em nossa frente com uma cara nada boa.

Cubro rapidamente o meu busto com a camiseta jogada em cima da cama.

- Marília!

Engulo em seco como o meu nome saí de seus lábios.

- Eu quero vê-la no meu escritório. Agora. - A mais velha se retira.

Meus olhos se fecham brevemente. Eu sabia o que viria para frente. Meus olhos se abrem e tento controlar minha respiração.

- Vai ficar tudo bem. - Diz a morena tocando em meu ombro.

- Você deveria ir para a missa. Eu não quero que se meta em confusão. Se eu não voltar, siga a sua vida.

Visto minha camiseta e a olho com ternura.

- Por que está dizendo isso? Marília, você vai voltar, não vai?

- Menina Maraisa, eu realmente não sei. - Toco o seu rosto com carinho. - Só se cuida, está bem?

Vejo uma lágrima solitária descer por seu rosto e eu rapidamente a seco. Toco o seu lábio com o meu dedo e depois a beijo com carinho. Eu sentia que aquela seria a nossa despedida. Que seria a última vez que a beijaria, a última vez que veria o seu belo rostinho. A puxo para um beijo carregado de emoções e a abraço fortemente

- Eu amo você. - Sussurro.

- Também te amo!

Deixo um selinho na mesma e me retiro sem olhar para trás. O percurso até a sala de minha tia é tenso, sinto o meu coração acelerado quando coloco a mão na maçaneta depois de duas batidas na porta.

- Entre.

- Com licença. - peço me sentando em sua frente.

Seu olhar frio me intimida, me causando calafrios. Não era a primeira vez que a mesma me olhava assim e eu sabia que haveria uma punição por minhas escolhas.

- Como permitiu que isso acontecesse?

- Eu não sei. - Abaixo a cabeça.

- Não pensou com você mesma "será que isso é a coisa certa?"

- Isso seria a todo momento. - Respiro fundo. - Não estou tentando dizer que o que eu fiz foi correto.

- Não é correto! Você está repetindo o mesmo erro do passado, Marília. Está jogando a sua carreira no lixo cometendo esse grande pecado.

- Não é pecado amar alguém. Eu não quero que você entenda, mas eu a amo. - Digo simples.

O click da porta me chama a atenção. E bem ali, atrás de mim tem dois homens fardados. E tudo ao meu redor começa a acontecer em câmera lenta. Os meus pulsos são algemados e sou carregada para fora dali. Me sentia humilhada, mas não me arrependia de minhas escolhas. Eu a amei, vivi cada momento ao seu lado, em um mês a amei como nunca amei ninguém antes. Então não, eu não me arrependo de minhas escolhas.

O colégio todo me olha, alguns não entendem o que está acontecendo e outras me julgam sem saber a História. E ali estava o delator, Murilo Huff, eu não tinha dúvidas que ele tenha entregado a minha cabeça. Conheço Murilo, o seu sorriso presunçoso o denunciava.

Mas quem realmente me importa me olha triste. A mesma me pede desculpas enquanto nos segue pelos corredores. Não existe culpada nessa História, apenas agimos por amor e tudo nessa vida tem uma consequência. E eu não me importava em pagá-la, desde que minha garota ficasse bem.

- Amo você! - Movo os lábios enquanto me afasto.

- Te amo! - Essa foi a última coisa que ouvi a morena dizer.

Ficava para trás mais uma História de amor vivida por mim. Eu sempre teria a morena guardada em meu coração e em minhas memórias.

O amor de duas criaturas humanas, talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta;

...a outra para qual todas as outras são apenas uma preparação.

Fim.

Loving Maraisa | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora