my love, my life.

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I can see all so clearly
All i love so dearly...

My love, my life. ABBA.

Rita estava exausta. Exausta demais, na verdade nesse exato momento estava desmaiada no sofá com Tatalo recém nascido dormindo em cima dela. Ele poderia rolar, ela poderia virar para o lado, mas naquele momento a cabeça dela só pensava em dormir, seu corpo estava pedindo por um minuto de descanso.


Tatalo decidiu que naquela noite não iria dormir, Rita virou a madrugada acordada com ele, Mário Jorge também ficou acordado mas Antônio só queria saber do colo e do cheiro da mãe (até vestir uma blusa de Rita, Mário Jorge fez.), sendo assim eles viraram a madrugada tentando fazer o garoto dormir. Rita decidiu passear com ele pela sala e assim o fez, até adormecer lá pelo cansaço que um recém nascido trazia.

Mário Jorge logo apareceu na sala, sorrindo com a visão que tinha e batendo uma foto. Isadora estava em seu colo, já arrumada para ir para a creche e ele pronto para o trabalho, mas ele pensou se era uma boa ideia deixar Rita, cansada e sozinha com Tatalo. Então ligou desmarcando todos os seus clientes e deixou Isadora brincando no quarto, conseguiu dar um jeito na casa e quando espiou Isadora estava dormindo. Dobrou as roupas, varreu, passou pano, lavou a louça, secou e guardou. Tudo isso em duas horas, recorde.

Tatalo resmungou, alegando que estaria acordado então com todo cuidado tirou ele de cima de Rita e o ninou, trocando a fralda e dando a mamadeira ao garotinho, assim que ele dormiu o colocou no berço e foi até a sala. Rita tinha os cabelos espalhados pelo rosto, a boca aberta e uma mancha de baba na blusa, o rosto estava virado pro lado e as mãos soltas no sofá. Ela dormia tão profundamente que Mário Jorge a cobriu com todo cuidado do mundo. Mas foi em vão quando ele tropeçou no pé dela e ela acordou no susto.

— Tatalo! Ai meu Deus, cadê a criança! – Rita segurou o cobertor vazio, olhando em desespero para Mário Jorge.

— Meu bem, se acalma. – ele riu, mostrando a babá eletrônica. — Dormindo juntamente com a Isadora.

— Eu tô exausta. – ela se jogou pra trás no sofá. — Mas vou aproveitar que ele tá dormindo e ir tomar meu banho.

Rita correu pro banheiro e Mário Jorge foi preparar o almoço, logo Rita apareceu penteando os cabelos e se sentando na banqueta.

— Já disse que tô exausta? O Tatalo não me deixa dormir de jeito nenhum. – Rita abaixou a cabeça, escondendo entre os braços que estavam cruzados na bancada.

— Já. – riu, cortando a cebola. — Dorme mais um pouquinho, qualquer coisa eu te acordo, juro.

— A última vez que você me disse isso, a Isadora tava pendurada no ventilador de teto. – ela o encarou e depois riu. — Mas não é uma má ideia, tirar uma pestana.

Rita se levantou, largando todo seu corpo no sofá e adormecendo logo após, em trinta minutos o almoço estava pronto e mais cinco minutos, as crianças haviam acordado. Isadora sentou cuidadosamente ao lado da mãe no sofá e Mário Jorge segurava Tatalo que começou um choro estridente, acordando Rita que a única coisa que fez foi colocar uma almofada no rosto e resmungar, Isadora repetiu o mesmo gesto.

— Filho, se você deixar sua mãe dormir, prometo que o corpinho dela é todo seu. – ele dava leves batidinhas nas costas do bebê, que aprofundou o choro.

— Mário Jorge! – Rita tirou a almofada desacreditada, estendendo os braços e logo tendo Tatalo em seu colo já se alimentando. — Tô parecendo uma vaca leiteira.

— Eu ia fazer um comentário, mas vou dar uma de Copélia e não comentar. – Mário Jorge deu as costas, indo fazer o pratinho de Isadora. Logo ele a colocou sentadinha na cadeirinha e lhe deu o prato. — Esse olho junto não é coisa boa.

— Céus, Mário Jorge. Deixa a menina! – Rita jogou a almofada em direção a ele, que conseguiu segurar a tempo. — Daqui a pouco você joga uma pedra na coitadinha.

— No futuro não vai ser uma má ideia. – ele virou o rosto, enquanto a esposa a olhava indignada e logo ele se virou para ela, a admirando. — Já disse que adoro ver você assim com ele?

— Desde que ele nasceu. – lembrou, observando quando ele tirou Isadora da cadeirinha e limpou a boca suja da garotinha de feijão.

Isadora correu e se sentou ao lado da mãe, se encostando no ombro dela e sendo prontamente acolhida. Enquanto Tatalo mamava, Mário Jorge dava a comida na boca de Rita. Assim que terminaram, Tatalo já estava cheio e embalado em um sono, Isadora assistia ao desenho mas já estava quase adormecida. Mário Jorge lavava a louça e Rita tentava se manter acordada, o que estava sendo difícil, então ela transformou o sofá em uma cama, colocou Tatalo deitado e dormindo ao seu lado e fez o mesmo com Isadora, que há esse ponto já estava dormindo, então, finalmente fechou os olhos. Aproveitando o silêncio, ele foi revisar alguns clientes da agenda e marcar outros.

O sono de Isadora durou dez minutos, porque quando espiou a garota estava quietinha assistindo desenho enquanto segurava a mãozinha do irmão e Rita estava toda torta no sofá, o cabelo espalhado pelo rosto era a deixava mais linda.

Tatalo já estava acordado então ele pegou o filho nos braços e continuou seus telefonemas, aproveitando que Isadora estava acordada levou os dois para passear. E quando voltaram, Rita seguia capotada no sofá. Ele preparou o café da tarde, mas não tinha coragem de acordar ela e o medo de levar um tapa era maior. Sendo assim ele acordou ela com beijinhos no rosto, e ganhou um sorriso em troca.

— Seu café. – ele apontou para o lado do sofá onde tinha uma bandeja com comida. — Se alimente, Celinha e Arnaldo vão vir visitar o Tatalo.

— Eu tô horrível. – ela mordeu o sanduíche. — Espero que sejam breves.

A campainha logo tocou e Rita pegou Tatalo. O restante do dia foi cheio de bajulações e Rita quase desmaiada no sofá de tanto sono. 

vejo vocês em bambuluá
amiguinhos :)

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