isadora.

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oi! voltei, rs.
em minha defesa eu tava com bloqueio criativo pra escrever rimário, e o foco desse capítulo não é eles....
isso foi inspirado em um comentário deixado em um tiktok meu, onde dizia que o mario jorge se via na isadora. eu fiquei pensativa com isso e resolvi escrever. espero que gostem!

um feliz ano novo, e um ótimo 2023 pra vocês! 🤍

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Você já se viu em alguém? Eu digo sério, VOCÊ já se VIU em ALGUÉM? Alguém tão parecido com você que você tem medo, um medo tão grande dessa pessoa ser igual a você, imitar seus trejeitos, suas manias, suas falas, até mesmo seus amores. Você sentir a angústia dela tomar alguma decisão errada, assim como você tomou. De te faltar ar quando ela repete uma frase sua e surtir o mesmo efeito nas pessoas, de quando você havia dito. Do mundo parecer um espelho quando aquela pessoa está perto de você, parece só existir você e ela. Da sua garganta secar, fechar, como uma alergia a camarão quando ela está conversando com alguém que você ama, porque, você ama aquela pessoa ali também, você se vê nela, então você a ama, não é? Então eu repito, você já se viu em alguém?

Sim. Foi a resposta que veio a sua mente automaticamente, não precisou pensar, era uma simples resposta que ele sabia há tempos, só não conseguia acreditar. Sim, eu já me vi em alguém. E esse alguém estava tão perto, tão perto que ele sentia o cheiro do shampoo de cacau que era o mesmo de sua mãe, tão perto que os olhos azuis esverdeados que o encaravam pareciam esmeraldas de tão brilhantes, tão perto que o som da risada preenchia seus ouvidos facilmente. Tão perto que poderia sentir o calor do corpo baixo e magro, mas irritado quando não conseguia a devida atenção. Tão perto que, seu corpo falhava quando enfim se deu conta de tudo aquilo.

Ele se via em Isadora.

E aquilo pareceu parar o seu mundo, não o chocava, mas o deixava surpreso. Era estranho, a garota que ele tanto julgou pelo mau caratismo desde cedo, o tal do olho junto, dos planos mirabolantes e extremamente duvidosos e perigosos. É claro que ele tinha muito mais juízo que ela, bem mais. Mas não é como se apagasse tudo que ele também já havia feito na idade dela, antes de conhecer a mãe dela.

Não apagava o fato das madeixas loiras e longas da garota serem iguais às dele, dos olhos azuis transmitirem o mesmo brilho, a mesma faísca. O mesmo jeito de rir, de gesticular nervosamente quando estão falando, o olhar direcionado a Rita sempre que precisam tomar coragem e dizer algo importante.

Céus, ela era ele todinho.

Soltou um riso frouxo quando se deu conta, Rita sempre disse que eles eram iguais, principalmente quando Isadora era pequena e usava das íris azuladas para conseguir tudo que estava ao seu alcance, como o gato de botas – ele anotou isso mentalmente. Foi como se, ele precisasse dessa confirmação para entender a lógica do mundo da garota, não era difícil, ele só não queria enxergar. A mesma mania de quando estão irritados, brincar com os dedos da mão direita e firmar a mão esquerda na perna.

— Tá tudo bem? – os braços de Rita se aconchegaram no seu corpo assim que ele se deu conta que estava tempo demais parado. — Você tá quietinho.

— Só estava pensando, nada que você deva se preocupar. – ele sorriu se virando para ela. — E a Isadora?

— Dormindo. A febre não abaixou de jeito nenhum. – ela suspirou exausta e ele apenas assentiu. — Você tem certeza que tá tudo bem?

— Está. Só não gosto de ver essa mau cara.., a Isadora. Não gosto de ver a Isadora doente. – ele engoliu em seco e ela franziu o cenho, mas preferiu não questionar.

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