STEREOTYPE

13. Me

Em qualquer jogo a regra básica para derrotar o adversário é invadir seu território silenciosamente, driblar suas defesas e atacar seu ponto fraco antes que seja percebida. Declarar guerra nunca é o jeito mais efetivo, de alguma forma sempre vão juntar forças para te impedir de chegar ao objetivo final. Eles nunca recuam á não ser que sejam machucados, mostrar a verdadeira face é estar aberto para ganhar novos inimigos então você precisa seguir seu estereótipo.

Ficar em uma casa rodeada de Wannabes famintos não era lá uma das melhores ideias, mas esse era o único jeito de conseguirmos sair daqui. A questão é se hyunjin e Chan iriam conseguir contê-los até eu sair pela abertura.

⸺ Sem pensamentos negativos aqui! Se ela não lembrar podemos tentar descobrir através de pistas, com certeza devem haver alguma na casa do mundo real

Repreendeu Beom, o que fez o azulado ponderar e nos olhar seriamente já não tão aberto á discussões. Ignorando o Walk-talk em sua cintura ao qual exibiu a voz abafada do loiro que apesar de ter falado apenas um código qualquer já denunciava que eles tinham problemas do lado de fora da casa.

⸺  A questão não são as pistas, nós não podemos sair daqui. Pelo menos não eu, nem você

Disse Christopher, o que fez choi bater o pé no chão e fechar as mãos em punhos como se tivesse irritado com aquele detalhe que havia sido esquecido por ele minutos atrás. E sem dizer nada ele apenas olhou o recinto em volta de si
e pediu que eu o seguisse, me guiando até um outro quarto onde acreditei que não teria perigo de sermos atacados por não haver nenhuma abertura além da porta pela qual entramos e o único móvel presente era uma poltrona velha ao qual fui instruída á me sentar. O que logo fiz, e coloquei o taco que me foi dado sobre meu colo

⸺ O processo você já deve saber, mas só para relembrar, quero que você olhe fixamente para esse exato ponto do pingente e enquanto faz isso quero pense na sua última noite antes de chegar aqui, onde você estava ? Com quem você estava?

Instruiu o moreno, apontando para o pingente do cordão que segurava e logo passou á balançar mas naquele primeiro momento não quis cooperar com a tentativa de hipnose.

⸺ Tem uma coisa que ainda estou curiosa...

Falei, o que de imediato fez o garoto abaixar o amuleto e me olhar provavelmente já imaginando o que iria perguntar.

⸺ Prometo que não faço mais perguntas depois dessa e você pode fazer a hipnose quantas vezes quiser!

Tratei de me adiantar, levantando o dedo mindinho em sinal de que gostaria realmente de fazer uma promessa com ele sob essas condições.

⸺ Não precisa prometer nada.

Dispensou o moreno, ao qual parecia se questionar quais palavras usar para me explicar o que os prendia ali.

⸺ A razão pela qual não posso sair é porque meu outro eu ainda está vivo, nós wannabes só existimos no mundo real quando apenas um de nós vive.

Explicou o garoto, que passou a rodear distraidamente a poltrona onde eu estava enquanto falava.

⸺ Mas o caso de Christopher é diferente, ele não sabe o que aconteceu com sua versão real. Ele nunca teve qualquer contato com seu Wannabe desde que houve a troca e ele ao menos lembra como veio parar aqui e o hyunjin... você já sabe, ele não é do tipo wannbe que quer sair daqui

Contou Beom, o que me fez sorrir ladina, aquela história em si era bem comovente. Um menino perdido, sem identidade encontra um delinquente de humor duvidoso que ama esse caos e nunca irá deixa-lo ir.

⸺ Mas eles tem um ao outro, não sobrará espaço para você

Falei, mas não deixei que ele visse minha expressão com a cabeça baixa eu encarava a pele pálida das minhas coxas que graças ás pontas de minhas unhas que deslizavam por ali causavam arranhões profundos. Mas apesar de cabisbaixa eu sabia que Beomgyu havia vacilado com minha fala, estava parado, como se estivesse congelado no tempo, em negação. Análise

⸺ Eu sei que não gosta do Taehyun, nunca gostou dele. Mas agora nem mesmo aquele paspalho ao qual você gostava de pisar as vezes pode te acolher

Completei após sorrir lembrando da cena do garoto sem vida no meu tapete, agora já em pé, tocando o ombro do garoto ao me aproximar dele em silêncio sussurrando próximo ao seu ouvido em seguida.

⸺ Sei também que você não tem coragem de tomar o lugar dele. Então por que não tornar as coisas mais simples ?

Sugeri, me antecipando de ser atingida pelo golpe dele, alcançando seu punho que segurava um canivete imobilizado seu corpo ao adornar seu pescoço com meu braço vago, fazendo pressão ali para que perdesse o fôlego. Aproximando com cautela enquanto ficava as unhas no braço magricela do garoto o forçando á erguer a arma até perto do próprio pescoço

⸺ I-Isso não é verdade! E você não pode me matar, eu sou o único que conhece o caminho de volta

Exclamou, como se aquilo pudesse salvar sua própria vida me fazendo gargalhar. Ela havia conseguido atrapalhar bem os meus planos, mas dessa vez as coisas seriam do meu jeito.

⸺ Veja bem, meu intuito aqui não é te maltratar. Estou sendo até legal com você, quando os outros chegarem aqui vão pensar que você se sacrificou para eu pudesse escapar. Não é um máximo?

Falei um tanto sarcástica, cortando em seguida a garganta do espantalho que algum eu chamei de amigo sem pretensão de ouvir sua resposta. Jogando o corpo sem vida no chão antes que pudesse me sujar ainda mais de sangue levando comigo o canivete

Não haviam mudas de roupas limpas naquela casa, mas em breve eu poderia me fazer mais apresentável para minha linda e delicada versão real. Era tão cativante saber que estávamos á poucos instantes de nos encontrarmos.

Que eu estava a poucos minutos de me livrar de todos aqueles vermes. De tomar o lugar que sempre foi meu. De dizer adeus á narrativa de menina assustada e confusa

Essa era a verdadeira eu. E quem estiver no meu caminho terá o mesmo final que o dele. A morte.

Esse tempo todo eu escondi bem o jogo
Você ainda não me conhece direito
As pessoas acham que sou uma boa garota
Mas elas não sabem quem eu sou de verdade

BEcause, dreamcatcher

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  Demorou mas chegou, dengos! E aí, gostaram da surpresinha ?