*Finalizada* BRANCO E PRETO

★ ESCOLA NOVA ★

– VINCENT COOPER ▪︎ –

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Desde que me recordava, estava a completar exatos dez aniversários meus, que os meus pais passavam longe de casa, longe de mim, a quilômetros e quilômetros de distância. E também, nunca lembrei de me importar com isso já que, eu recebia uma gorda mesada e tinha tudo que eu queria na hora que bem queria também. Não me faltava absolutamente nada, eu tinha dinheiro,muito inclusive, tinha a minha moto e carro de última geração, bons amigos ou seja, pessoas decentes e também de boa família, com dinheiro e influência, além de possuir uma namorada absurdamente linda, Ashley.

Ashley era a garota que qualquer cara pagaria para ter em seus braços. Loira e gostosa, com as curvas certas, cabelos longos e lisos e duas belas esferas esverdeadas nos olhos que encantavam qualquer marmanjo, fora demais atributos secretos,porém não me apetecia ficar fazendo propaganda da minha garota.

Meus amigos bom, eram aqueles que topavam tudo. Estávamos em baladas e barzinhos quase todos os finais de semana com as nossas gatas, ou por vezes estávamos em restaurantes caros comendo comidas fantásticas, curtindo paisagens e o melhor de tudo mostrando a certas pessoas o quão bom é poder ter tudo o que se deseja, comer tudo que se desejar, como é bom ter dinheiro.

Se eu quero alguma roupa, eu vou e compro, se eu quero comer algo eu vou e compro, simples assim, não há nada que me falte. Confesso que às vezes é até chato ter tudo, mas também não abro mão dessa minha vida não, aliás não consigo me imaginar sendo pobre, me dá calafrios.
Era totalmente grato a toda divindade por meus pais serem ricos, ambos empresários e muito bons por sinal, e ainda que eles se aposentassem amanhã teríamos dinheiro para o resto de nossas vidas. Isso sim é uma benção.

Não tinha irmãos, filho único o que era incrivelmente o melhor de tudo. Por vezes quando estávamos sozinhos, Ashley me perguntava se eu não me sentia solitário, se não sentia falta dos meus pais ou de ter algum irmão e eu negava óbvio, prezava pela minha paz absoluta e meus privilégios. Até mesmo a nossa relação, era do jeito que eu queria ou seja, sexta e sábado ela dormia na minha casa e ia embora no domingo à noite, fora isso nada de encontros durante a semana, que era para não enjoar.

Eu não amava Ash e sabia disso mas, ela era gostosa e transava muito bem fora que, como eu disse, era a garota que qualquer cara se mataria para ter e era óbvio que eu não seria nem louco de terminar com ela algum dia. Eu não precisava de amor, nós dois nos dávamos bem, éramos uma boa companhia um para o outro, combinávamos no sexo e tudo mais, para que eu ia querer complicar as coisas com esse negócio de amor? Nah.

O amor é apenas uma besteira que inventaram para problematizar a vida, apenas isso. Eu não precisava dele, pois tinha a vida perfeita, bom isso até...

Até ela chegar, e ferrar com tudo.

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Era meu aniversário e eu estava completando dezessete anos. Era um dia normal para mim, nada de especial mas Ashley estava em casa comigo e implorou quase que de joelhos para que eu comprasse sorvete para tormarmos enquanto assistíamos a todos os filmes de Harry Potter (minha saga favorita) para de alguma forma nos divertir naquele dia já que, eu não queria festa. Então eu acabei cedendo e fomos até o supermercado mais próximo que era duas quadras depois da minha casa.

Como na maioria das vezes, ela não quis descer do carro porque estava de pijama, então ficou me esperando enquanto mexia no celular. Com o único objetivo de comprar sorvetes eu entrei no local indo direto para o corredor correspondente.

Confesso que fiquei surpreso com as pessoas que encontrei olhando os sorvetes. Não era comum pessoas como elas frequentarem aquele supermercado, aliás era difícil eu me deparar com pessoas de pele escura e agradecia por isso pois, não era porque eu tinha dinheiro que eu tinha que correr o risco de ser roubado. As olhei de canto mas ambas pareciam estar entretidas com os sabores, pensei por um momento que elas podiam estar fazendo hora porquê pensavam em sair sem pagar afinal, eu conhecia aquele tipo de gente.