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VANESSA RIOS •
SIM.
Eu evitei Vincent nos últimos dias. Não atendi suas ligações, e também quando ele aparecia na minha casa eu simplesmente me escondia. Eu imaginava que ele estivesse confuso, e eu também não estava sendo muito madura nas minhas ações, mas confesso que estava com um certo receio em prejudicá-lo. Talvez a mãe dele tivesse mesmo razão e só talvez, todos nós nos confundimos, e aquilo, eu e ele não era para ser, era daquela jeito que as coisas funcionavam e eu não sabia por qual razão que eu pensei que fosse ser diferente.
Não era justo com ele, eu simplesmente sumir sem dizer nada, sem dar nem sequer alguma explicação, mas como eu poderia dizer a ele as atrocidades que sua mãe havia me dito ? Como eu poderia dizer a ele sobre a proposta absurda? Ela podia ser horrível, mas ainda era a mãe dele.
— Vanessa.— algumas batidas na porta me tiraram de meu martírio sentimental.
— Entre.— eu disse secando as lágrimas que insistiam em cair com a ponta de meus dedos. O gosto amargo na boca, aquela sensação de cansaço, a cabeça explodindo, mas era a Claire.
Minha amiga entrou no quarto devagar com a cabeça baixa e quando nossos olhares se cruzaram pude ver que ela também estava chorando. Deixou sua bolsa em cima da cômoda e caminhou até a cama, se sentando ao meu lado.
— Oi... — disse me encarando.— Eu...
— Claire.— disse e a puxei para um abraço apertado que durou alguns minutos.
— Vamos depois de amanhã.— fungou quando nos afastamos.— Mamãe acabou de embalar tudo.
— Vou sentir sua falta...— disse chorosa.
— Também sentirei sua falta...! — disse tentando sorrir.— Você é a melhor amiga que eu já tive.
— Espero que você não me troque por nenhuma garota japonesa magra e bonita de 1,60m. — eu ri.— Vai me ligar todos os dias não é?
— Com toda certeza.— ela conseguiu sorrir.— E você vai mesmo para o Brasil ?
— Sim. — disse convicta.— Já me decidi.
— Você não acha que deveria falar...com ele? — ela questiona me olhando nos olhos.
— Não, pois se eu vê-lo, não vou conseguir fazer o que é preciso, não quero prejudicá-lo, não mais.
— Vanessa... não diga isso.— ela diz seriamente.— Não deixe as palavras daquela mulher te envenenar.
— Mas e...o Luke? — tentei mudar de assunto. — Como ele está diante a isso tudo?
— Ele...— ela fez um certo suspense mas depois explodiu em euforia.— ELE VAI COM A GENTE!
— O quê? — arregalei os olhos. — Como assim?
— Bom, ele conversou com os meus pais e... meu pai prometeu tentar ajudá-lo a conseguir um emprego mas, ele terá que aprender japonês. — ela disse tão naturalmente mas pude ver seus olhos brilharem.— A mãe dele que não achou muito legal, mas acabou cedendo. Ele ficou um pouco preocupado com o pai que estava meio doente mas, já deu uma melhorada.
— Bom... isso é... fantástico então...— eu disse ainda processando.
— Eu só acho que para ficar ainda mais fantástico, você deveria ir atrás do Vincent e contar para ele a verdade.
— Claire não...
— NÃO ACREDITO QUE VOCÊ IA EMBORA SEM SE DESPEDIR DE MIM, CRETINA!
Valléria entrou no quarto aos berros e agarrou Claire pelo braço quase a sufocando com os seus quase dois metros de altura.
— Não é exatamente uma despedida, vocês sabem.
(...)
⚡
VINCENT COOPER
Eu não conseguia entender porquê Vanessa estava fugindo de mim, justo quando nos acertamos. E claramente tinha tudo a ver com a minha mãe, mas ela não havia me dito uma palavra sobre o assunto quando eu a confrontei.
Ligações ignoradas, mensagens não enviadas.
Eu estava surtando sem saber como reagir ou o que realmente estava acontecendo. Tentei falar com Claire, mas ela alegava não saber, o que eu não acreditava já que eram melhores amigas. Ela tinha que saber.
Meus pais ficaram em casa nos últimos dias, e em todos eu ignorei a minha mãe, fazia questão de passar por ela e não lhe dirigir o olhar ou a palavra. Quase não ficava em casa, ficava mais na casa de Peter, às vezes na de Luke e eu até pensei que nem assim faria minha mãe reparar o erro, mas naquela manhã fui surpreendido quando acordei.
Ela estava sentada na beirada da cama, seria assustador se eu não tivesse ficado com mais raiva do que medo. E ela me encarava com os grandes olhos azuis marejados.
— Filho...
— Por favor saia do meu quarto, não tenho nada para falar com você.— disse secamente.
— Vincent.— ela disse fungando.— Meu filho olha pra mim, vamos conversar.
Então ri com sarcasmo e me levantei caminhando pelo quarto.
— Do que você quer falar Sra Cooper? — fui irônico.— Que só queria o "meu bem" me fazendo perder a garota que eu amo?
— Filho entenda, eu... me perdoe... eu realmente só queria o seu bem... — disse e já chorava se levantando.— Eu errei, por favor...
— Errou, mas acha que um simples pedido de desculpas vai mudar tudo? — questiono magoado.— Por favor, saia e feche a porta mãe.
— O que você quer que eu faça? Vai me tratar assim até quando? — ela diz dramática. — Ela é só uma garota, eu sou a sua mãe Vincent! A sua mãe!
— Oh... agora você é...? — disse com humor.
— Meu filho por favor, não faça isso... — ela disse tentando me abraçar mas eu recuo a empurrando devagar.
— Você fez isso mãe, não eu.
(...)
Eu já considerava eu e Vanessa uma causa perdida. Eu até mesmo havia ido na sua casa, atrás de Claire e não obtive resultado. Claire estava se preparando para ir embora e meu medo era que Vanessa estivesse indo com ela assim como Luke.
Eu já havia perdido a minha garota, meu amigo estava indo embora...
O que me restaria?
E talvez fosse um tanto quanto dramático da minha parte, mas sentado no jardim, olhando para nenhum lugar em específico, por pouco não me assustei quando uma mão um tanto quanto gelada repousou no meu ombro. E eu conhecia aquela mão enrugada, aqueles dedos magros e as unhas pintadas em vermelho. Vovó.
— Não fique se lamentando aí no chão, não adianta. Se levante. — ela disse friamente.
Suspirei limpando algumas lagrimas e me levantei me virando para encará-la. Seu olhar era severo, mas havia algo mais ali, havia certa doçura. Não, minha avó doce? Eu estava mesmo enlouquecendo.
— Vó? Mas o que veio fazer aqui? — questionei confuso e um tanto quanto surpreso.
— Vem, vamos conversar lá dentro. E por favor, me prepare uma garrafa de vinho. Uma boa história é acompanhada de altas e boas doses de vinho.
▪︎
1095 palavras.
Oi gostosos ♥︎
Me desculpem pela demora, eu estava passando por uns probleminhas, mas estamos de volta para trazer o "the end" dessa obra que tanto amo.
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*Finalizada* BRANCO E PRETO
Teen Fiction#1 EM PRECONCEITO# Vanessa achou que já tinha passado pela situação mais desconfortável da sua vida quando foi acusada de ladra por uma coleguinha na quarta série, porém ela estava enganada já que o pior estava por vir. O que acontece quando se é...