"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."
Eu estava em mais outra competição e meus pais se encontrando em outra cidade para com certeza discutirem o meu futuro.
Por dois anos, toda semana, eu encarava duas horas de treino pesado com meu fiel companheiro de competição Tornado, na segunda-feira bem cedo e na praia fazia exercícios físicos...
Voltava na sexta-feira logo após mais um treino com Tornado pois estava fazendo um curso de pós-graduação de fim de semana também aquela sexta estava especialmente entediante. Tinha sido um dia de cão ouvir os emissários do meu pai e o pessoal, os competidores haviam marcado um happy hour, mas quando liguei para casa avisando que não iria, minha mãe reclamou de dores e resolvi voltar para casa, como um bom filho que sou.
No sábado ocorreu o baile de recepção na casa do embaixador aos competidores, apenas um encontro diplomático disfarçado de festa pra os políticos.
Por causa de uma competidora loira e atrevida o meu humor mudou do nada, então acabei conhecendo uma linda modelo de um país tropical, Brasil. Eu fiquei encantado com a alegria e a liberdade demostrada por ela.
Saber de sua cultura foi algo novo e fascinante para mim. E me deu até vontade de visitar o seu país. Quem sabe futuramente estarei nesse país.
No marasmo da estrada que eu conhecia de cor, eu amargava meu mau-humor e, a cada retorno, minha mão coçava para voltar e afogar as mágoas num bar qualquer, mas tinha treino logo pela manhã e no outro dia seria a corrida. Ultimamente, minha vida amorosa estava uma chatice. Eu saía com mulheres que encontrava nas competições, a última acabou me dando um trabalho extra, ficando no meu pé querendo namorar sério e eu queria fugir disso... Tinha meus rolos por quase todos os países que estive, mas nada muito empolgante também.
Andava preferindo bar e boates com os demais competidores do que gastar a noite numa saída aleatória.
Naquela noite, eu estava desanimado escutando um rock no carro, quando algo chamou minha atenção. Numa reta, lá de longe meu farol iluminou pernas, cintura e cabelos escuros de uma mulher. Olhei no retrovisor e não vinha carro, como de costume na estrada secundária que eu utilizava para fugir dos pedágios. Reduzi. Vi seu vestido branco de baile e o desespero de alguém em apuros, no clássico sinal de problemas em seu carro conversível.
Depois de um milésimo de segundo de dúvida, resolvi parar.
Sabia dos perigos, mas eu estava com um bom pressentimento.
— Oi, Mônica... Para onde você está indo? — Perguntei, curioso.
— Ah, preciso ao Bairro Les Halles. — Ela falou. também sem muita confiança.
— Bom, estou indo pra lá, se você quiser eu posso te dar uma carona.
Ela me olhou, avaliando suas chances por alguns segundos. Viu minha mochila jogada no banco de trás, minha roupa de treino e deve ter decidido que corria menos perigo comigo do que sozinha na estrada, porque de repente ela abriu a porta, jogou sua bolsa no banco de trás e se sentou, olhando pra mim e agradecendo.
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Prazer Selvagem - Série Pecados Capitais - Livro III
RomanceA Série Pecados Capitais, romances... Apesar de fazer parte de uma série, sua história é individual... Instigante, misteriosos obstinados e ambiciosos, realmente são os melhores no que fazem. Prepare-se para uma história arrebatadora de amor proibid...