Capítulo 18 - Prazer Selvagem

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"Amo tudo que é selvagem

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"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."

Pilar esporeou os flancos de Tempestade de leve, mas a égua hesitou diante do obstáculo de um metro e vinte. Pilar incitou-a de novo e ela saltou, mas não foi dos melhores saltos. Relanceou os olhos por Gaspar, que as observava e fez sinal para repetirem aquele obstáculo. Pilar iniciou a volta de novo e parecia que o impulso da égua era bom, mas quando saltou derrubou a barreira novamente.

O ar impassível que Gaspar vinha mantendo sumiu: jogou a boina vermelha no chão com irritação, enquando Pilar levava Tempestade para perto dele.

— O que há com sua concentração hoje, Pilar? Está no mundo da lua desde que chegamos a esse país. E essas barreiras eram brincadeira para vocês duas!

— Não sei, Gaspar. Acho que é cansaço da longa viagem, não?

— Temos que dar um jeito nisso! Comece com andar cadenciado, depois passe para trote... vamos ver se os músculos dos quadris e das pernas da Tempestade se soltam. Ela também está estranha.

Égua e amazona ficaram dando voltas na pista de treino. Meia hora depois, Gaspar mandou que saltassem a barreira. O salto foi um pouco melhor, mas Pilar ainda sentiu leve hesitação em Tempestade.

— Não sei se é você ou é ela que está falhando... — Comentou Gaspar, enquando Pilar desmontava. — Mas vou descobrir. Ela vou levar ao veterínário e você, garota estarei te observando daqui pra frente.

Dirigiram-se para a estrebaria quando gritaram da arquibancada.

— Senhorita Pilar França!

Ela virou-se rápida ao ouvir seu verdadeiro nome. Um senhor de cabelos grisalhos descia a escada e aproximou-se deles.

— Senhorita França, sou Humberto Couto. Conheço seu pai, Marcelo...

Depois de apertarem-se as mãos, Pilar comentou, seca e desconfiada.

— Acho que o senhor não está aqui na Hípica de Selimiye por coincidência, não é mesmo?...

— Os grandes empresários do mundo inteiro formam um grupo muito unido. — Indagou Humberto sorrindo, gentil. — Quando seu pai telefonou e me disse que a filha dele vinha para Istambul, eu falei a ele que adoraria convidá-la para jantar. Vocês dois aceitam jantar comigo hoje? O jantar e a vista da Torre Gálata são inigualáveis.

Pilar observou o industrial turco por instantes. Lembrava seu pai e tio Luiz: elegante, fino, esperto e bem informado. Preferia escapar, mas sabia que se não aceitasse ela e Gaspar passariam parte da noite falando em corridas. Sair faria bem aos dois e ela talvez pensasse menos em Zayn. Respondeu, por fim.

— Obrigada, Sr. Couto. Aceitamos o convite, com prazer.

— Ótimo! — Sorriu ele. — Pego vocês no hotel às nove.

Prazer Selvagem - Série Pecados Capitais - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora