Capítulo 42 - Prazer Selvagem

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"Amo tudo que é selvagem

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"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."

O telefone da cabeceira tocou. Pilar tateou no escuro e atendeu.

— Alô... — Murmurou, sonolenta.

A voz familiar de Gaspar chegou-lhe ao ouvido.

— Bom dia, Pilar! — Disse ele, alegre. — Dá pra você vir correndo para o Consulado Americano? Precisamos de você.

— Gaspar! Que horas são?

— Seis horas da manhã.. — Respondeu ele. — Vê se chega aqui às sete. Estamos lhe aguardando aqui.

— Gaspar... — Começou, mas ele desligou.

Pôs o fone no lugar, deixou-se cair sobre os travesseiros com um suspiro, imaginando o que seria. Lembrou da conversa com o pai no almoço do dia anterior e do respeito que vira nos olhos dele. Sabia que tinha tido uma grande vitória quanto ao pai: ele tivera que aceitá-la como uma mulher capaz de decidir sobre o próprio destino. Não iria interferir mais. e ainda havia prometido interceder em favor de Saria.

Mas a amarga ironia era que a vida, o destino que escolhera lhe era negado, pois o homem que amava não podia amá-la. Zayn colocara o orgulho acima do amor, e ambos iam sofrer por isso.

Jogou as cobertas de lado e foi descalça para o chuveiro, esperando que uma ducha fria acalmasse as emoções conflituosas que não a abandonavam um minuto se quer. Mas, quando passou as mãos ensaboadas pelos seios e ventre, teve impressão de sentir o calor de Zayn, suas carícias quentes e compreendeu que nunca mais poderia esquecer a profunda e devorante sensualidade que vibrara no amor deles.

Um guarda com cara de sono abriu o portão do consulado para Pilar assim que o carro oficial se aproximou.

Entrou no amplo hall assoalhado e subiu a escadaria forrada com carpete grosso.

Lá em cima, parou de respirar ao ver um perfil muito querido contra a luz de uma janela. Zayn estava com as mãos enfiadas nos bolsos das calças de tecido fino e escuro, olhando para o jardim lá embaixo. Ao ouvir os passos dela, voltou-se, sobrancelhas franzidas, gravata preta e camisa branca e Bisht com seus detalhes dourados.

Parou a alguma distância dele, erguendo a cabeça. O olhar escuro, por si só, já tinha um efeito devastador nela: sentia-se atordoada, fraca. Teve vontade de sair correndo, de fugir: ele não podia ser dela!

— O que está fazendo aqui, Zayn? — Perguntou, mantendo a voz calma com grande esforço.

Quando viu que ela não ia se aproximar mais, ele deu uns passos ao seu encontro. Os olhos escuros brilhavam quando baixou a cabeça para ela, que teve impressão de notar um ar de malícia neles.

— Estou aqui pelo mesmo motivo que você, Pilar: uma simples cerimônia de casamento.

— Casamento? — Indagou ela, confusa.

Prazer Selvagem - Série Pecados Capitais - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora