"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."
Pilar entrou na ampla banheira de porcelana branca e mergulhou o corpo na água quente e perfumada com pétalas de rosas brancas e especiarias, fazendo o possível para os pensamentos não impedirem o relaxamento com imagens da noite anterior.
A longa viagem a marcara emocionalmente. Estava precisando de atividades físicas. Um bom galope talvez afastasse a imagem de Zayn Kardashev Abadi, que insistia em voltar-lhe à mente.
Ele a assombrou por toda a noite e agora pela manhã ainda se mantinha firme pairando em seus pensamentos.
Enfiou-se mais na água, sentindo-a acariciar-lhe os ombros, os seios. A espuma macia, passando leve pelos bicos dos seios, lembrou-lhe a suave e sensual carícia dos dedos quentes de Zayn. Mais uma vez disciplinou os pensamentos, afastando da memória relutante a lembrança do toque elétrico dele e a sensação deliciosa. Levantou-se, saiu da banheira e enxugou-se vigorosamente.
Logo deveriam trazer o chá que ela pedira há meia hora, pensou enquanto enxugava os cabelos e se envolvia no roupão de veludo escuro. Foi para o quarto, descalça. Quando abriu a janela, uma claridade suave encheu o quarto.
Istambul e o Bósforo estavam envoltos em neblina. Talvez ainda seja uma cidade misteriosa, por milhares de anos.
Logo depois houve uma rápida e eficiente batida na porta. Foi abrir.
Ficou paralisada ao se ver diante do rosto moreno de Zayn, que parecia trazer consigo um revigorante sopro do frio do inverno. Vestia uma roupa típica preta cuja gola tinha bordados em amarelo-dourado e esses detalhes que fazia sobressair o negro dos cabelos. Sentiu o coração acelerar e imaginou se ele tinha vindo para declarar trégua, como fizera naquela noite, na cabine dele. Corou ao lembrar daquele encontro.
— Zayn... — Falou, afinal — O que eu menos esperava era ver você aqui, hoje de manhã.
Ele percorreu o quarto com o olhar e Pilar corou ao ver também a cama desarrumada, roupas íntimas numa cadeira, o perfume do banho quente vindo do banheiro. Zayn encarou-a.
— Eu também, Pilar. A Academia da Cavalaria do Exército Turco decidiu que tínhamos que acompanhar os cavaleiros estrangeiros durante esta semana e eu fui designado para ser o seu guia turístico. — Explicou, com um sorriso sarcástico.
— Ah, sim... — O fogo dentro dos seus olhos escuros flamejou de excitação. — Diga-me, capitão, não pôde usar de seus poderes para ser designado para acompanhar alguém que o agradasse mais do que eu? — Indagou, a ironia tentando disfarçar o desapontamento de saber que aquela visita era por obrigação, mera formalidade.
Os músculos do rosto moreno endureceram, tornando os traços mais marcados. Era o rosto de um homem forte e selvagem.
— Meu dever é ser seu guia, quer você entenda isso ou não. Antes de ser um dos filhos desta terra, sou um soldado que obedece as ordens de seu superior acima de tudo.
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Prazer Selvagem - Série Pecados Capitais - Livro III
RomanceA Série Pecados Capitais, romances... Apesar de fazer parte de uma série, sua história é individual... Instigante, misteriosos obstinados e ambiciosos, realmente são os melhores no que fazem. Prepare-se para uma história arrebatadora de amor proibid...