Capítulo 24 - Prazer Selvagem

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"Amo tudo que é selvagem

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"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."

Pilar acompanhara a fase da competição em que Zayn e Tornado tinham que saltar as barreiras. Até ali ela se conservara em segundo lugar, com boas perspectivas. No entanto, apesar de Tempestade ter-se saído muito bem nas preliminares todas, não conseguira livrar- se da preocupação: a hesitação nos saltos de barreira no treino do dia anterior podia repetir-se e, então, nada haveria a se fazer. Zayn ultrapassara essa última etapa da competição nesse dia com brilho. Realmente, o primeiro lugar pertencia a ele. Pilar, quando seu nome fora chamado, cavalgara com Tempestade até diante dos juízes, cumprimentara-os, como era praxe, e se posicionara para a largada. O sinal fora dado, saíra e...

Ainda ouvia o murmúrio de pena e simpatia dos assistentes, quando os últimos saltos de Tempestade tinham falhado. Nem sentira a neve fina que caía enquanto levava a égua para a baia, a visão empanada pelas lágrimas que continha a custo. Tinha perdido. A estrebaria estava bem aquecida.

Mecanicamente, Pilar desarreou Tempestade e passou a esponja, com carinho, para enxugar-lhe o suor da testa, focinho e pescoço. Pegou a escova e começou a escovar o pêlo brilhante de suor. Então, começou a chorar. Lágrimas enormes, quentes, de frustração e tristeza corriam-lhe pelo rosto. Enxugou-as com as costas das mãos, impaciente, desprezando-se pela própria fraqueza.

Estava tão envolvida pelas emoções que não percebeu a porta da baia abrir-se.

De repente, alguém a segurou por um braço e a fez voltar-se. Através das lágrimas, viu o rosto de traços esculpidos de Zayn e tentou virar-se, mas ele segurou-lhe o outro braço.

— Pilar... — Murmurou. — Sinto muito.

Com tremenda força de vontade ela conseguiu conter as lágrimas. Não queria demonstrar fraqueza diante daquele homem, de ninguém. Quando, afinal, encarou-o, seu olhar tinha o brilho cristalino de inúmeras pedras preciosas. Não queria aquela simpatia que era dada a qualquer concorrente fracassado!

— Não foi o que você predisse, maldosamente, no seu apartamento, outro dia? — Sibilou, amarga. — Disse que hoje eu ia perder e perdi. Minha sorte está decidida. Você falou em Destino... Acertou nisso também. O destino cego decidiu meu futuro. Deve estar contente por sua premonição ter sido tão certa! — O sarcasmo amargo tornava a voz de Pilar ferina ao máximo.

Um ímpeto destruidor que rugia dentro dela pareceu aplacar-se quando viu a fúria crescendo nos olhos negros.

— Vá pro inferno, Pilar França! — Rugiu Zayn, os dentes cerrados, os dedos apertando fortemente os braços dela. — Não me castigue por algo que estava fora do nosso alcance! Não tenho culpa se você não está em sintonia com sua parceira. Quando estamos em uma competição como está, temos que ser um só!... Você e a Tempestade não estão unida nos mesmos objetivos e nem nós desejos.

A crescente tensão emocional foi quebrada pela entrada de Gaspar na baia.

— Eu temia isso! Tinha um medo desgraçado disso! — Calou- se por instantes ao ver Zayn e Pilar. — Acho que acertou malditamente no seu diagnóstico. — Disse, então, sem perceber o ambiente carregado entre os dois.

Prazer Selvagem - Série Pecados Capitais - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora