Capítulo 9 - Prazer Selvagem

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"Amo tudo que é selvagem

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"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."

Pilar olhou para ele e não pôde deixar de se impressionar com traços fortes do rosto moreno realçados pelos reflexos vermelhos. Lembrou-se de algo que muitos diziam sobre a Turquia. Que era um país localizado entre os continentes asiático e europeu, que tinha influenciado a cultura turca, que não era nem ocidental, nem oriental, mas sim curiosa mistura de ambas. Ao observar os olhos escuros mediterrâneos de Zayn e os zigomas exoticamente talhados, sentiu que nele havia uma sutil indecisão entre esses dois mundos, um moderno e outro antigo, onde humanos e Deus conviviam em perfeita harmonia ou estaria totalmente enganado quanto a isso. Pela primeira vez desde que encontrara o rude cavaleiro e misterioso príncipe do deserto, Pilar ignorou a arrogância dele, pelo qual seu sangue fervia com ímpeto, para enxergar a complexidade do homem em si. Contra a própria vontade, sentiu-se fascinada e completamente enfeitiçada.

Pegou o pequeno porta-retratos, olhou a foto de perto.

— São seus pais? — Perguntou, erguendo a cabeça e jogando os cabelos para trás.

— São. Gosto de ter os rostos deles comigo, quando saio de nosso país. Essa é a única foto que tenho dos dois juntos, antes da separação! — Respondeu ele, aproximando-se, papéis na mão, esquecidos.

Chegou tão perto que Pilar sentiu o perfume seco, almiscarado, e seu sangue circulou mais depressa. Ergueu a mão, mas foi apenas para apontar o vigoroso casal de pé num pátio.

— Esse é nosso refúgio, no platô anatoliano, a leste de nosso país. Pusemos o nome Flor do Deserto no lugar. Era o orgulho dos meus pais e meu também, mas... — Explicou, com entusiasmo quase infantil.

— Vocês criam cavalos também? — Pilar olhou por cima do ombro.

— Sim. Pôneis para pólo, Cavalos árabes, principalmente, mas estamos querendo começar uma criação um pouco mais exótica. Mas a maioria são de cavalos imperiais pretos que só os sultões criavam, há cem anos. Meu campeão é dessa linhagem e vai cruzar com uma égua que vai completar oito meses em janeiro...

O assunto estava fazendo os olhos de Zayn brilharem muito!

— Você deve adorar esse lugar. — Interrompeu Pilar.

O entusiasmo e orgulho dele apagaram-se de modo inexplicável.

— Um homem não vive sem sonhos. — Disse, depois o conhecido brilho irônico voltou aos olhos escuros. — Agora que mostrei meus pais, mostre-me os seus.

Ela sacudiu a cabeça.

— Não tenho fotografias deles comigo. Ao contrário de você, tento esquecer e não lembrar.

— Ah! Sim! Eu tinha esquecido do dilema que faz parte de vocês. Os pais que querem casar a linda filha com um homem rico que ela não ama. Acertei? — A suavidade da voz dele contrastava com as palavras de uma ironia cortante.

Prazer Selvagem - Série Pecados Capitais - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora