Capítulo 75

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Jungkook

Seus olhos estavam inchados.

Bem, o seu único olho. 

O que não estava praticamente inchado graças ao maldito Zach.

Sua pele estava manchada, e se isso não fosse suficiente para me provar que ele estava chorando, as manchas de lágrimas na camisa de Taehyung eram.

Eu decidi que berrar com ele ali mesmo no salão não era o caminho a percorrer, então eu mordi de volta a minha frustração e o ligeiro ciúme que eu senti ao saber que era Taehyung com quem ele tinha chorado.

Conhecendo Jimin, ele provavelmente estava tentando segurar tudo porque ele pensava que eu já tinha sofrido o bastante.

Meu garoto era teimoso assim. 

E essa teimosia se estendia em profundidade numa faixa de proteção que eu me perguntava se ele sequer percebia que possuía. 

Era tipo uma reação automática nele, um instinto, como uma mamãe ursa com seu filhote.

Ele se protegia ferozmente. 

É por isso que me levou tanto tempo para entrar e o porque que ele ainda lutava para deixar alguém mais entrar (como a minha mãe, que pirou e arruinou isso).

Mas eu entrei.

E agora aquele instinto de proteção se estendia para mim.

E pela aparência da camiseta de Taehyung, eu diria que de alguma forma ele também tinha entrado.

Sua família estava crescendo, mas o futuro de Jimin estava ameaçado em tantas formas.

Ele provavelmente estava morrendo de medo.

Minha mãe finalmente obteve a dica que eu não ia amolecer, não importa quantos olhares lamentáveis ela jogou no meu caminho e saiu, mas meu pai ficou para trás para que ele pudesse conduzir o Hellcat de volta para a minha casa. 

Eu não podia com o meu braço todo suspenso, e Jimin não estava em nenhuma condição de dirigir.

Enquanto caminhávamos pelo corredor, eu resisti ao desejo de puxá-lo para perto. 

Em vez disso, mantive nossas mãos entrelaçadas e brinquei com Tae sobre as pizza. 

Esse pequeno pedaço de normalidade me fazia bem, ainda que estivéssemos experimentando isso no meio da Sala de Emergência.

Quando os policiais saíram do elevador, eu senti a mudança chegar em Jimin. 

A cautela com que ele se moveu e observou os dois homens.

Nós já tínhamos conversado com alguns policiais horas atrás, quando tínhamos dado entrada, mas eles teriam mais perguntas. 

Pela maneira como eles me questionaram, eu sabia que eles mal tirariam alguma coisa de Jimin. 

Eu ouvi as enfermeiras no corredor dizendo-lhes que ele estava em choque e eles teriam que falar com ele mais tarde.

Eu respondi, tanto quanto pude, mas a verdade é que eu não tinha estado lá todo o tempo.

Somente Jimin.

Havia lacunas que só ele poderia preencher. 

Lacunas que eu estava apavorado para saber as respostas.

Com o canto do meu olho, eu vi sua troca com a enfermeira, no final do balcão e eu podia jurar que senti uma mudança no ar quanto mais os dois falavam. 

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