not a chance

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Gabriela nunca admitiria isso. Para ninguém. Morreria com ela. E ela tinha autorrespeito suficiente para ficar envergonhada depois. Mas, durante as duas semanas de pausa que as jogadoras tiveram, ela imaginou Sheilla Castro toda vez que se deu prazer, seja com os dedos ou com um vibrador entre as pernas.

Em um momento de fraqueza, uma semana depois do amistoso contra o Canadá, Gabriela olhou para uma das fotos do Instagram de Sheilla enquanto se fodia, com o estômago pressionado contra o colchão e o braço preso entre o corpo e a cama.

Ela tinha orgasmos melhores com Sheilla em sua cabeça. E isso a irritava profundamente. Isso a fez odiar que seus lábios tivessem encontrado os de Sheilla naquele armário em primeiro lugar, porque agora tudo o que ela conseguia pensar era no lábio inferior de Sheilla preso entre os dentes e as unhas de Sheilla raspando sobre sua pele.

Querer vê-la pessoalmente, querer que a pausa terminasse mais cedo para que ela pudesse ver Sheilla em tempo real só a deixava mais furiosa. Ela não queria desejá-la. Ela não queria ansiar por ela. Mas ela o fez, e esperar que os treinos voltassem para ver Sheilla era uma tortura.

Esperar que os treinos voltassem para foder com Sheilla era ainda pior.

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Sheilla nunca admitiria isso. Para ninguém. Morreria com ela. E ela tinha autorrespeito suficiente para suas bochechas queimarem e suas entranhas se contorcerem em desconforto e vergonha depois.

Mas ela propositalmente se aproximou da morena no bar. De costas, poderia ser Gabriela. Os cachos soltos, a camiseta larga, os jeans rasgados e os tênis da Nike. E quando ela deu uma olhada no rosto da mulher, as semelhanças foram ainda mais estranhas. Os grandes olhos castanhos. O sorriso cheio de dentes.

E Sheilla tinha propositalmente comprado uma bebida pra ela, tinha propositalmente dançado sugestivamente, tinha propositalmente concordado em ir para casa com a morena.

Quando a mulher estava com a língua entre suas pernas, Sheilla imaginou Gabriela. Quando a língua da mulher não foi suficiente, Sheilla imaginou Gabriela com mais força. Foi a única maneira que ela foi capaz de ter um orgasmo. Com Gabriela em sua mente.

O orgasmo foi bom. Ela fez o trabalho. Mas não conseguia segurar a chama da maneira absolutamente alucinante que Gabriela fazia. Seu corpo não estremeceu, suas pernas não tremeram, suas costas não arquearam.

Sem vibrador, sem autoatendimento. Nada poderia vencer Gabriela. E isso enfureceu Sheilla. Isso a fez se enfurecer de uma maneira que ela nunca havia se enfurecido antes.

Mas não importa quão brava ela estivesse por sentir falta da boca e dos dedos de Gabriela, ela não podia deixar de torcer para que sua viagem de volta a Saquarema não terminasse com ela precisando da atenção de uma morena aleatória em um bar. Ela esperava o negócio real.

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— Desculpa — Gabriela sibilou quando ela estendeu a mão e ofereceu a Sheilla para evitar receber uma bronca de Zé por ter esbarrado em Sheilla mais um vez durante o treino.

Sheilla ignorou a mão oferecida e olhou para Zé, estendendo os braços para os lados.

— Quantas vezes, Zé? Ela não para de cair em cima de mim.

Gabriela mordeu o 'você deseja' que estava na ponta de sua língua.

— Eu mal te toquei — Gabriela argumentou, ainda estendendo a mão para Sheilla.

Gabriela recebeu outro aviso, segurando seu revirar de olhos para que ela pudesse permanecer no treino.

— Não pode manter suas mãos longe de mim, pode? — Sheilla murmurou baixinho.

calling my bluff | sheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora