calling my bluff | sheibi

i think you're my type

Gabriela não podia culpar Carolana pelo abandono. Ela saiu do quarto e decidiu dormir com Rosa e Roberta depois que Gabriela a manteve acordada com um ataque de tosse. Ela estava tomando remédio desde que Sheilla havia sugerido, mas sua congestão ainda parecia insuportável quando ela estava na horizontal tentando dormir.

Sua mesa de cabeceira estava coberta de lenços de papel, ela não conseguiu comer uma refeição completa com o time e a única razão pela qual ela tomou banho foi porque ela se obrigou a tomar um no vestiário depois do treino.

Ela se sentia nojenta e congestionada e menos atraente do que nunca. E quando bateram em sua porta, ela estava bastante certa de que estava imaginando isso em algum tipo de neblina induzida pelo frio.

— Gabriela? Sou eu — Sheilla chamou através da porta antes de bater novamente.

Gabriela se enfiou em seu conjunto de moletom mais confortável e se atrapalhou por um momento para acender a lâmpada mais próxima. Ela caminhou até a porta e passou a mão pelo cabelo para tentar parecer um pouco melhor antes de abri-la.

— Ei, eu não tenho certeza se você quer... — Gabriela parou, acenando com a mão sobre o rosto dela para apontar o sinal óbvio de germes.

Sheilla revirou os olhos com as palavras ridículas e ergueu a mistura quente de chá, limão e mel que ela tinha pegado na cozinha, uma tigela de sopa na outra mão.

— Não estou aqui para isso.

— Oh. Você... quer entrar?

Sheilla assentiu e entregou a Gabriela o chá quente antes de passar por ela e entrar no quarto. Ela notou as pilhas de lenços, remédios e fluidos e sentiu sua preocupação crescer.

— Uh... você pode sentar na cama da Carolana. É livre de germes — murmurou Gabriela, correndo para colocar o chá na mesa e limpar os lenços de papel.

Sheilla caiu na beirada da cama em frente à que Gabriela estava dormindo, colocando a sopa na mesa de cabeceira.

— Não faça isso. Apenas relaxe — Sheilla ofereceu, observando Gabriela se mexer, fungando e tossindo um pouco.

Gabriela jogou três garrafas vazias de água na lixeira antes de se sentar na cama. Ela puxou as mangas para baixo sobre as mãos e então olhou para Sheilla.

— Você não precisa me dar um sermão. Estou ciente de que sou uma idiota — resmungou Gabriela, pressionando a palma da mão contra a maçã do rosto, onde os seios da face doíam.

— Eu não estou aqui para te dar um sermão, Gabriela — Sheilla respondeu suavemente, levantando-se para pegar o chá quente de onde Gabriela o havia deixado e andando até ela. 'Beba isso. Vai fazer você se sentir melhor.'

— Obrigada — Gabriela murmurou, pegando o chá e deixando-o aquecer suas mãos.

Sheilla acenou com a cabeça, apenas um movimento suave de sua cabeça. Ela resistiu à vontade de tirar alguns fios de cabelo levemente suados da testa de Gabriela e, ao invés disso, voltou a se sentar na cama de Carolana.

— Você tomou remédio? — Sheilla perguntou com uma voz suave.

— Sim, acho que... as três da tarde? — Gabriela adivinhou, praticamente gemendo com o sabor do chá quente e a maneira como ele deslizou pela garganta dela e a acalmou.

Sheilla se levantou novamente e pegou o remédio da mesa de cabeceira, abrindo o remédio e entregando um para Gabriela.

— São quase nove agora. Tome com o chá e a sopa — instruiu Sheilla. 'Eu peguei canja de frango porque eu... não tenho ideia de que tipo de sopa você gosta.'