Três semanas depois, a seleção nacional promoveu um evento beneficente para ajudar a arrecadar fundos para o projeto do time de Barueri financiado por Zé Roberto. A atração principal da noite seria um jogo entre as jogadoras do time brasileiro. Gabriela de um lado, Sheilla do outro.
Sheilla reprimiu um sorriso quando a multidão de 27.000 pessoas sentadas em um ginásio do Rio de Janeiro vaiou o locutor dizendo o nome de Gabriela Guimarães no time titular.
Os torcedores haviam assumido o manto de Sheilla ao longo dos anos, odiando uma jogadora que a heroína de sua cidade natal parecia não gostar, pelo menos em quadra. Eles vaiaram porque Sheilla basicamente passou anos dando-lhes permissão para fazê-lo.
E mesmo que as coisas fossem diferentes agora, quase um ano depois que as coisas começaram a mudar, Sheilla não ia dizer nada. Ela não ia tentar conter as vaias.
Gabriela parecia estar se divertindo com elas de qualquer maneira, se o grande sorriso em seu rosto pudesse significar algo.
A partida de hoje foi possivelmente ainda mais competitiva do que qualquer outro jogo que elas jogaram uma contra a outra no passado. Só que desta vez, não houve sangue, nem cartões amarelos, e nenhum comentário mordaz sussurrado em voz baixa. Havia apenas vôlei bom, limpo e de qualidade jogado por algumas das melhores do mundo.
A multidão enlouqueceu quando Sheilla bloqueou Gabriela. A multidão vaiou Gabriela quando Gabriela devolveu o bloqueio. Elas foram as maiores pontuadoras da partida e ajudaram em todos os fundamentos. Mas o jogo terminou com uma vitória para o time de Sheilla.
Após a partida, a equipe da seleção nacional se reuniu no círculo central. Sheilla aceitou os abraços felizes de Rosa e Macris, depois o exuberante de Gattaz, e então caminhou até onde Gabriela estava.
— Bom jogo — Sheilla respirou, esperando que seu sorriso não fosse nada muito grande ou radiante.
— Pra você também — Gabriela murmurou, os cantos de sua boca se contraindo levemente.
E mesmo que elas nunca tivessem feito isso em público antes, nem mesmo nos treinos da seleção, Sheilla se aproximou e puxou Gabriela para um abraço rápido, seus braços envolvendo Gabriela facilmente.
— Você tem uma base de fãs bastante solidária — Gabriela riu enquanto cada torcedor que restava no ginásio vaiava o abraço.
Sheilla riu quando ela saiu do abraço e acenou tranquilizadoramente para a seção de torcedores.
— Isso foi um abraço? Estou em outro planeta? — Carolana brincou, jogando um braço sobre os ombros de Gabriela.
— Estamos praticando profissionalismo — Gabriela respondeu facilmente.
— As câmeras da ESPN estão em nós — acrescentou Sheilla, apontando para os cinegrafistas em um canto próximo.
— Hora de sair antes que eu diga algo rude — brincou Gabriela, afastando-se do círculo central. Ela atirou um sorriso para a câmera a caminho do vestiário.
— Jantar hoje a noite? — Gattaz perguntou, sorrindo para Sheilla.
— Hoje não, o jogo me esgotou. Provavelmente irei para casa. Nós vamos nos ver semana que vem de qualquer maneira para os últimos treinos antes das Olímpiadas — Sheilla respondeu.
— Ok, até semana que vem — Gattaz sorriu, abraçando Sheilla uma última vez antes de todas seguirem caminhos separados.
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[Gabriela 22:41]
Eu te mandei algo porque eu sou legal.
[Sheilla 22h42]
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calling my bluff | sheibi
FanficQuando uma equipe de filmagem se incorpora à seleção feminina de vôlei brasileira um ano antes das Olímpiadas, o treinador principal emite dois avisos. Um, para a equipe em geral: não faça nada que você não gostaria que sua mãe o visse fazer. E um s...