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As próximas cinco semanas passaram em um borrão de treinamento intenso, câmeras da ESPN e entrevistas. Sheilla e Gabriela mal conversaram e conseguiram se ver durante esse tempo. Não do jeito que Sheilla queria. Elas se viam nos treinamentos e nas raras ocasiões em que o grupo permanecia junto nas salas de confraternização. Ela ocasionalmente via um vislumbre de Gabriela nos vestiários, na área de musculação ou entrando no quarto que ela dividia com Carolana. Ambas focadas demais com os jogos olímpicos se aproximando.

Mas ela via Gabriela toda vez que fechava os olhos e enfiava o vibrador na calcinha quando as luzes se apagavam. E, quando as cinco semanas terminaram, Sheilla estava morrendo um pouco. Ela estava desesperada para beijar Gabriela sem correr o risco de alguém ver, estava desesperada para sentir seus lábios pressionados contra os dela sem pressa.

Ela não se permitiu pensar muito sobre o fato de que não era a boca de Gabriela entre suas pernas ou Gabriela enfiando o cinto dentro dela que ela mais sentia falta. Ela sentia falta de beijar Gabriela mais do que tudo. E ela simplesmente se apegou ao sentimento e se sentiu um pouco nervosa enquanto se arrumava para o primeiro treinamento da manhã, esperando poder encontrar Gabriela em algum momento do dia. Seria a última semana em que elas poderiam se ver antes de uma pequena pausa.

No entanto, Gabriela mal apareceu nos treinamentos e, por alguma razão, não tinha ido jantar ou tomar café na manhã seguinte. Finalmente, Sheilla a viu, durante a tarde, antes de entrar na sala de equipamentos, as duas recebendo seus uniformes novos.

— Ei — Sheilla cumprimentou um pouco sem fôlego, sentindo aquele calor em seu peito novamente e fazendo o seu melhor para ignorá-lo.

— Ei — Gabriela respondeu calmamente, a expressão em seu rosto suavizando quando ela viu Sheilla. Quase como se ela tivesse esses mesmos sentimentos. Ela sentiu o mesmo alívio.

— Bom ver você — Sheilla se pegou dizendo, as palavras familiares deixando-a enquanto ela pegava sua pilha de camisetas amarela e o conjunto de moletom com seu nome e número.

— Bom ver você também — Gabriela murmurou, engolindo a saliva em uma tentativa de limpar sua garganta arranhada.

Sheilla ouviu quão profunda a voz de Gabriela soou, um pouco confusa com o som levemente nasal. E então ela notou as olheiras sob os olhos da garota e a leve vermelhidão do nariz de Gabriela.

Ela deu uma olhada rápida na sala de equipamentos, certificando-se de que elas estavam sozinhas, antes de se aproximar.

— Você está doente? — Sheilla sussurrou, seus olhos se estreitaram ligeiramente em preocupação.

— É apenas um resfriado persistente — Gabriela assegurou enquanto ela pegava sua pilha de roupas.

— Você não deveria sair da cama quando está doente — Sheilla apontou.

— É só um resfriado — Gabriela repetiu.

— Você ainda está doente — argumentou Sheilla. 'Resfriado ou não.'

— Nem todo mundo é insubstituível — Gabriela forçou, apertando seus braços em torno do uniforme novo.

— Zé não te cortaria por estar resfriada e descansando — Sheilla respondeu, dando mais um passo para perto de Gabriela quando viu os olhos de Gabriela endurecerem e ficarem um pouco tristes.

— Ele definitivamente poderia — Gabriela insistiu, balançando a cabeça e se arrependendo imediatamente quando isso fez seu nariz entupido ficar pior.

Sheilla estava prestes a fazer algo estúpido. Ela estava prestes a acariciar a bochecha de Gabriela e sussurrar uma garantia para tirar a dor dos olhos dela. Ela podia sentir-se prestes a fazê-lo.

calling my bluff | sheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora