Capítulo 3

1.6K 182 157
                                    

- As regras são simples, quem não cumpre o desafio tem que tomar dois shots de Whisky, além de sair da brincadeira na hora! - Liz fala levantando seu copinho cheio. - E só pode escolher verdade três vezes ao longo do jogo! - ela sorriu de uma forma maldosa.

- Gira logo a garrafa vai! - César fala meio irritado.

O jornalista pegou a garrafa de vidro e girou sobre a mesa. Dante deseja até o fundo de sua alma para não cair nele, ele não sabia fazer desafios e tinha medo de cumprir os desafio alheios. Por sorte não caiu nele, mas sim no Thiago para o César.

- Verdade. - Cohen responde mais rápido que Fritz, fazendo o mesmo soltar um sorriso malicioso para o cabeludo.

- É verdade que você ja deu uns pega no Joui? - Thiago tinha um olhar inexplicável, mas engraçado para quem via.

- Já caralho, nunca vão esquecer dessa porra!? - César fala em um tom até que bem alto, fazendo Joui quase se encolher feito uma bola por conta de vergonha.

Mais algumas rodadas foram passadas, alguns faziam desafio "impossíveis" e muito vergonhosos, outros gastavam suas verdades, desejando não cair nunca mais nesse jogo. Novamente Dante se desconcentrou de tudo e focou em Arthur, que ria dos desafio dos amigos, talvez ninguém nunca tenha lhe dito como seu sorriso era bonito, acalmava Dante e lhe trazia um conforto inexplicável, quase como uma meditação.

Dante preso em seus pensamentos, não notou que Liz e Thiago perceberam essa atenção que o loira dava para o outro, eles se entreolhavam formando um plano maligno.

- Dantinho... - Thiago chamou atenção do mesmo que o olhou, percebendo que a garrafa estava apontada para ele, isso fez Dante tremer um pouco, o medo lhe tomava. - Verdade ou desafio meu querido? - ele sorria de forma maliciosa.

- Desafio..? - Dante respondeu com medo, não queria gastar sua verdade de jeito nenhum.

- Hm... - Liz e Thiago se entreolham de novo. - Te desafio a dar um selinho no Tutu ali. - o desafio proposto fez Dante ficar vermelho, junto de Arthur que ficou surpreso, mas não parecia ter nada contra.

- Da o Whisky ai... - Dante fala desanimado, ele não gosta muito de bebida, principalmente Whisky, ele desce pela sua garganta feito ácido, parece cortar seu corpo por dentro e além de dar uma puta dor de cabeça no dia seguinte.

- Qual foi Dante! Ninguém bebeu até agora, vai arregar mesmo!? - Thiago tenta fazer o mesmo desistir da ideia.

- Tá, eu cumpro o desafio. - Dante fala meio envergonhado, por algum motivo aquilo funcionou, talvez por que Dante odiasse que o desafiassem, ou por que ele queria beijar o Arthur e só estava fazendo draminha, talvez pelos dois motivos.

Dante se levanta e vai a direção de Arthur, que estava com as bochechas rosadas, o olhando de um jeito estranho, vergonha misturado com curiosidade e talvez malicia? Muitos adjetivos para apenas um olhar, de toda forma Dante se abaixou para ficar na mesma medida do menor, que estava sentado em sua cadeira ainda. Dante sentiu a mão de Arthur tocar sua cintura com uma certa pressão, o loiro se arrepia com o toque repentino e se aproxima mais, eles estavam a centímetros de distancia. Dante tomou coragem e selou seus lábios de forma calma. E POR DEUS! Dante queria nunca mais sair dali, aqueles lábios carnudos eram tão macios e quente. Se sentiu na nuvem pelos dois segundos que seus lábios se colaram. Dante então se afastou com vergonha do mais velho, que o olhava agora sim com malicia, que fez Dante ficar quase como um pimentão. Arthur apertou uma ultima vez a cintura do loiro e então tirou sua mão de lá, de forma discreta. Dante se sentou em seu lugar de novo, com todos da roda se olhando e dando risadinhas.

- E aquela mão em Arthur? - Thiago comentou, dando um risinho junto de Liz.

- Nem um jantar meu querido? - Liz comentou junto, rindo juntos.

Aqueles comentário fizeram Dante querer enfiar sua cara em um buraco e nunca mais sair, pela primeira vez estava jogando um verdade ou desafio com seus amigos e recebe um desafio daqueles!? Não é como se ele não tivesse gostado do selinho, foi uma desculpa perfeita, na hora perfeita, mas porra... Dar um selinho na frente de todo mundo era muito vergonhoso, por mais que se pudesse faria tudo igual, pois os lábios de Arthur era muito bons, queria muito ver como era um beijo de verdade naquele garoto, talvez um dia.

[ ... ]

O jogo acabou, Liz e Joui quase caindo de tanta bebida, aqueles dois não tinham jeito, bebiam até quando não era sua rodada. Thiago e César estavam cuidado dos dois, eles iriam levar os mesmos para suas respectivas casas, se despediram e foram em dois carros separados. Beatrice nem deu sinal de vida, mas nem era isso que procurava Dante, provavelmente ela esqueceu dele, oque realmente o preocupava era como ele teria que voltar para casa sozinho sem ter ideia de onde estava, não havia prestado atenção no caminho o suficiente para voltar. Dante foi até a porta ver se encontrava o carro, talvez se o gps estivesse... pera, cadê o carro? O loiro se assustou com a garagem praticamente vazia, havia um ou dois carros, mas nenhum era o dele. Merda, como a Beatrice poderia ser tão irresponsável? Ela praticamente abandonou o garoto no bar, como um cachorro perdido no meio da floresta. Será que ela voltaria ainda naquela noite?

Dante então pegou seu celular esperançoso, ele tinha o aplicativo do Uber em seus celular, então poderia chamar um carro e ir para casa ( isso se ele soubesse mexer no app, coisa que ele nunca fez ), mas seu celular estava sem bateria. Dante se viu sem opção e voltou para dentro do bar, procurando alguma pessoa para pedir ajuda, viu Arthur sentando na mesma mesa de antes, bebendo um pouco.

- Arthur... - disse meio envergonhado lembrado do que fizera mais cedo. - Você sabe onde eu posso passar a noite aqui na cidade? Um hotel, algo do tipo? - Arthur o olha meio confuso com a pergunta.

- Tem só um hotel na cidade Dante, mas fica longe daqui. - Dante estava começando a se irritar, coisa que não era nada comum para o loiro.

- Você acha que eu conseguiria ir a pé até lá? - O moreno o olha espantado.

- Ir sozinho e a pé até lá uma hora dessas? Você ta maluco??? - Ele o olha espantado, como se tivesse dizendo o obvio.

- Não... Bem, obrigado, vou indo. - Dante se vira, rumo a qualquer lugar que conseguisse pensar em passar a noite, mas antes de começar a andar, seu pulso é segurado, ao se virar, vê o olhar preocupado do guitarrista.

- Se precisar de um lugar para passar a noite, pode vir comigo para minha casa...

Um Caso de DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora