Capítulo 15

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O garoto segurou o livro com força, aquele livro que lhe trazia muitas memorias. Diversas lagrimas escorriam de seu rosto, sentia seu mundo desabar a cada segundo, tantos anos mantendo uma farsa, agora aquela barreira que havia criado a tanto tempo caiu, o permitindo ver seu próprio erro, um erro que escondia de si mesmo a anos. Olhando uma ultima vez para trás, ouvindo seus amigos o gritar em desespero, viu Arthur correndo o mais rápido que podia, sua voz o cortava por dentro, enquanto a garganta do garoto doía, suas cordas vocais já não estavam mais conseguindo funcionar direito, se esforçando ao máximo para chegar no loiro, mas já era tarde de mais...

Duas semanas antes:

Pov: Dante

- Hm! - A garota soltava um gemido em aprovação, após lamber o dedo sujo de brigadeiro. - Pela primeira vez você não queimou o brigadeiro, Dante. - A morena riu.

- Eu não queimaria se você fizesse. - Reclamou o loiro, entregando a colher de pau para a Beatrice.

- Eu não vou estar aqui para sempre, você tem que aprender a se virar sozinho, Dan! - A garota falava enquanto comia o resto de brigadeiro preso na colher.

- Que pessimismo, Beatrice! - O loiro disse levemente assustado.

- É brincadeira, você sabe. - A morena colocou a colher na pia e levou o brigadeiro para a geladeira. - Mas eu já vou indo, não esquece de arrumar suas malas em! - Beatrice saiu da cozinha e foi em direção da porta de saída. - Eu volto mais tarde! - Ela gritou e saiu da casa.

Dante havia marcado de ir na praia junto dos amigos, já que a maioria de seus amigos estavam de férias e seria divertido fazer um último passeio antes de virar o ano. Dante não curtia praia, muito menos areia, pois por algum motivo a areia entrava em todo lugar, era impossível fugir dela! Mas o garoto iria se esforçar para se divertir com os amigos, pelo menos para aproveitar o resto do ano. Por mais que Arthur fosse ir nesse passeio, e desde o último encontro desastroso dos dois, eles não haviam conversado mais, em alguns momentos eles trombavam mas evitavam se olhar ou conversa. Seus amigos haviam notado esse afastamento repentino dos dois, mas prefeririam não interferir, se eles queriam assim, quem era eles né.

~ QDT ~

Já era quase meio dia, e Dante viu um carro preto se aproximando.

- Bom dia, Dante! - Elizabeth gritou, descendo o vidro do carro e botando a cabeça para fora.

- Bom dia, Liz. - Dante se aproximou do carro e conseguiu ver quem estava lá dentro. Thiago estava no banco da frente, com um cigarro na boca, levando um tapa na nuca, dado pelo César, que estava no banco de trás, resmungando alguma coisa. O Joui estava ao lado de César, segurando o celular enquanto filmava alguma coisa, e do seu lado estava Arthur, que estava com fones no ouvido, batucando a perna no possível ritmo de alguma música.

- Bem, o carro da Bea tá cheio, então você vai ter que vir no nosso. - A mulher apontou com o dedão para trás, e Dante ficou na dúvida se era um código para "entra no porta-malas" ou "da um jeito de sentar no banco de trás. 

- Acho que não tem espaço para mim ai dentro. - Apontou para seus amigos na carro, vendo Thiago virar para trás no ódio, e César se escondendo atrás do banco.

- Da sim, é só apertar que cabe. - Ela soltou uma risada vendo a situação dos amigos e então destravou a porta do carro.

Dante entrou no carro, estava sem espaço, e uma de suas coxas estava em cima da coxa de Arthur, que por incrível que pareça, não evitava olhar para Dante, na verdade parecia bem interessado no loiro, que pelo contrário, estava fugindo de qualquer interação com o Cervero.

- Quer ouvir uma música? - O moreno tirou um dos lados de seu fone e ofereceu pro loiro.

- Não precisa.. - Continuou olhando a paisagem pela janela, tentando não pensar na situação que estava.

Um Caso de DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora