Pegamos carona com confederados mortos

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Saí andando com Tyson pela floresta e agora que parei para pensar, onde que se pegaria um donnuts no meio do nada?
Eu estava de cabeça quente, confesso.
Entendi que eles precisavam conversar sozinhos mas isso me deixou meio... desconfortável?
Não, o certo seria "enciumada".
Mas era só eu finjir que nada aconteceu e tudo vai ficar bem.
Me deparei com uma árvore que caiu atrapalhando o caminho; e me virei pra Tyson que chamava os donnuts como se fossem cachorrinhos.
- Hm... Tyson? - chamei, esperando que ele se virasse - Acho que teremos que pular.
Ele olhou para a enorme árvore caída e deu ombros dizendo:
- Não precisa. Eu tiro do caminho pra você!
Assim que ele falou isso não acreditei muito bem, mais ainda fiquei surpresa em ver tirar a árvore do caminho como se fosse uma pena.
- Prontinho! - disse ele batendo as mãos uma na outra, abrindo um sorriso
- Certo.- disse eu andando na frente-Se realmente aparecer alguma loja de comida, vai ser muita sorte.
- Mas vai aparecer. - confirmou Tyson-Não estamos caçando donnuts?
- Tomara que você esteje certo.
Me arrependi de falar isso quando me deparei com uma loja de donnuts monstro, enquanto Tyson foi lá dentro eu fiquei paralisada do lado de fora. Chegando no esconderijo novamente;  eu disse para Tyson esperar, mas ele saiu entrando com tudo, não me deixando escolha sem ser entrar junto.
Fomos atrás da loja monstro e Annabeth nos explicou um método de replicação, mas de repente, ela paralisou.
- Não se mexam! - ela sussurou para nós - E se virem bem devagar.
Eu me virei e tive que tampar minha boca para não gritar, por ali estava um monstro do tamanho de um  rinoceronte, com mais cabeças do que eu poderia contar.
Uma hidra! Essa eu conhecia, e tinha alguma história sobre a suas cabeças que eu estava apavorada demais para lembrar agora.
Annabeth fez sinal para esperarmos e assim foi por muitos segundos.
Até Tyson, que estava tremendo muito recuasse dois passos para trás e quebrasse um galho.
- Merda. - sussurei sentido meu coração saltar pela boca
- Espalhem-se! - gritou Annabeth
Rolei para o lado um segundo antes do lugar onde eu estava ficar cheio de uma gosma verde.
Fui em direção ao monstro,consegui abrir um corte na sua barriga, e me lembrei de uma coisa.
- Não cortem a ....
Antes que eu terminasse a minha frase Percy cortou a cabeça de uma hidra, fazendo nascer duas no lugar.
- Percy!- o repreendi - Esse é o tipo de monstro que não se corta a cabeça!!
- Puxa,Max! Obrigado por avisar.
Revirei os olhos pra ele e saltei para outro lado, me desviando de mais gosma verde.
- Como matamos essa coisa? - perguntei
- Fogo! - respondeu Annabeth-Precisamos de fogo!
- Vamos em direção ao rio!! - gritei
E assim fomos recuando, com eu, Annabeth, Percy  tentando distrair as cabeças; e Tyson batendo nelas com tanta força como se fosse um jogo de fliperama.
Até que se ouviu um: "BUMM" e por sorte eu não me virei pra trás, porque se não uma gosma teria me acertado.
- Que barulho é esse? - perguntou a loirinha sem tirar os olhos da hidra
- O fim do mundo. - eu resmunguei rolando no chão para escapar do negócio gosmento
- Máquina a vapor. - respondeu Tyson
- O que? - questionou Percy
No rio atrás de nós uma voz familiar se fez presente.
- Ali! Preparem o canhão de dez quilos!
Ouviu se um silêncio alto,que eu só ouvia as batidas do meu coração.
- Pro chão!! - berrou Annabeth
Eu me joguei no chão, achando que meus ouvidos explodiriam pelo tanto de bomba que foi jogado.
E assim ficamos cheios de tripas de monstro.
- Ahh!! - gritei tentando tirar aquilo de mim - Isso é muita merda!
- Que nojo! - disse a loirinha
- Navio a vapor! - berrou Tyson
Me levantei, tentando tirar tripa de monstro do meu olho. Ali, com uma armadura grega completa bem no alto do navio estava Clarisse, e do seu lado Joanna que parecia genuinamente contente ao nos ver.
- Perdedores.- zombou Clarisse- Mas acho que preciso salva-los. Subam a bordo.
Eu me joguei na água pra tirar pelo menos um pouco da tripa de mim. E depois Clarisse fez uma excursão que eu não queria, mostrando o seu navio.
Depois nos sentamos a mesa e ela disse que estávamos encrencados.
Joanna se sentou do meu lado e sussurou pra mim:
- Você está horrível!
- Obrigado.
Eles seguiram discutindo enquanto comíamos; até Clarisse dar a ordem para ficarmos lá em baixo, coisa que eu prontamente odiei.
Mas eu deitei em minha "cama" e adormeci imediatamente.
E por mera surpresa, eu sonhei.
Estava no acampamento, no círculo de pedras até que uma figura,agora conhecida se aproximou.
- O que você quer? - perguntei sem me virar pra trás, me concentrando em tirar a segunda pedra do lugar
- Você é sempre tão receptiva assim? Ou é só com sua mãe?
- Bem. - disse eu me virando pra ela-Se a recepção que você quer são abraços e beijos,devia parar de aparecer somente pra dizer que vai acontecer algo terrível.
Ela deu uma risada suave, se aproximou e tocou o lugar onde iria ficar a quinta pedra.
- Você sabe o por que de todo verão, ter que subir uma pedra?
- Não.- respondi a encarando-Deixe-me adivinhar, quanto eu completar 16 anos elas vão todas cair em mim?
- Claro que não, criança.- disse ela, parecendo impressionada com meu pensamento- É para algo grande, que vai afetar uma parte do mundo;ou talvez ele inteiro,dependendo da situação.
- Você é ótima explicando as coisas, sabia?
- Obrigada. - ela agradeceu mas depois fez uma pausa, olhando pra mim e erguendo as sobrancelhas - Isso foi sarcasmo?
Dei ombros pra ela e me repreendi  imediatamente, sentindo um sorriso estampar em meu rosto.
Ela suspirou,dando um passo a frente e colocando uma mecha de cabelo meu atrás da orelha.
- Dias muito difíceis estão chegando pra você! E eu vou ajudar no que posso, querida.
Assim tudo foi se dissolvendo em um milhão de cores, e eu acordei suada com o estômago embrulhando.
Um cara fantasma apareceu do meu lado e eu me segurei pra não berrar.
- Vamos, seus amigos já estão lá em cima e estamos nos aproximando da entrada.
- A entrada do que? - perguntei, zonza
O fantasma arreganhou um sorriso.
- Do mar de monstros, é claro!
Enfiei as poucas coisas que me sobraram e fui indo para cima, mas algo me fez parar.
Senti uma sensação desagradável e queria socar a primeira pessoa que visse na frente; isso tudo me lembrava a... Ares.
Me esgueirei atrás de uma porta, ouvi sua conversa com Clarisse, dizendo que ela e Joanna não deviam ter piedade de ninguém; vi ele levantar  o punho pra Clarisse, que mesmo sendo um holograma, ela se encolheu.
Fiquei com um pouco de dó dela, mas resolvi deixar isso pra lá e ir até o convés, onde os outros estavam.
Joanna dava ordem para os fantasmas, apontando de um lado para o outro.
Assim que me viu ela chegou perto de mim, com a testa suada.
- Isso já está me deixando nos nervos!-exclamou ela - A única coisa pelo que Clarisse prega é " detonar tudo". E nem tudo pode se resolver detonando!!
- Jesus! - eu disse a segurando pelos ombros - Se acalme, e não tenha um piripaque.
Ela me olhou esquisito,e tirou as minhas mãos dos seus ombros.
- Certo. - disse Joanna - Me acalmar.
Ela respirou fundo algumas vezes,até Clarisse vim e apresentar o seu plano brilhante; logo após Tyson dizer que o navio estava em risco.
- Sua irmã é louca. - eu disse a Joanna, que olhava para Clarisse com os olhos arregalados
- Nem me fale.
Estávamos passando entre os monstros, sendo lançados de um lado para outro.
- Alguma ideia brilhante? - eu perguntei
Mas Percy simplesmente negou, dizendo que já tentou controlar o oceano, mas ele estava muito agitado.
Um solavanco alto aconteceu, eu e Annabeth fomos lançadas com brutalidade ao chão.
- Você está bem? - ela me perguntou
Antes que eu pudesse responder  Caríbdis surgiu,  que era basicamente  uma boca nojenta gigante.
Essa coisa balançou o navio de novo, vi Tyson indo até lá em baixo para fazer alguma coisa.
Annabeth se segurou em uma corda; e puxou a minha mão com o outro braço; para eu  não ser jogada igual uma bola.
Estávamos em um tipo de redemoinho na água, e iríamos ser sugados para dentro.
Que merda.
E de repente a boca se fechou, tudo ficou calmo por alguns segundos antes dela cuspir tudo de novo; fomos lançados para trás com uma onda que devia ter uns 12 metros.
- Ai meu deus!! - berrei tentando me segurar
- Onde está Tyson? - perguntou Percy
- Ainda está lá em baixo. - disse o marinheiro
O capitão disse:
- Temos que abandonar o navio.
- Não!! - berrou Clarisse
- Você é doida, sua idiota?? - berrei pra ela - Vai acabar nos matando!
- Todo mundo para baixo! - gritou Percy
- Não podemos. - disse Clarisse - O  convés inferior está em chamas!
- Botes salva-vidas! - disse Annabeth - Depressa!
Clarisse aceitou sua ordem, e por estar mais perto;eu,Joanna e Clarisse montamos em um bote.
Vi que  Percy  saiu correndo, indo lá pra baixo.
Instintivamente levantei e berrei para ele:
- Percy!! NÃO!!!
Senti uma rajada de quentura no meu rosto, mãos me puxaram para baixo e eu vi tudo ficar preto.
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Algum tempo depois eu acordei, vendo Joanna colocar a mão na minha testa e uma Clarisse emburrada na minha frente.
- Ah! Você está viva- disse Joanna me analisando com um pequeno sorriso
- Ótimo. - bufou Clarisse
Estávamos no bote salva-vidas, e eu me sentei piscando várias vezes.
- O que houve? - perguntei
- O navio explodiu, seus amigos escaparam e estamos aqui a uns 10 minutos.- me explicou Joanna
- E Tyson?
- Ninguém sabe. - disse Clarisse me olhando ruim- Só que faz só alguns minutos, e nós fomos jogados para essa coisa aí na frente.
Ela gesticulou com a mão para uma pequena ilha, que logo paramos o barco na porta de um "resort".
Ou se parecia com um.
- Bem vindos.- disse uma moça com a prancheta, que se parecia com uma comissária de bordo
Primeira coisa que eu pensei: Monstros.
-Gente...- disse eu - Acho que devemos dar meia volta.
- Por que? - me perguntou Joanna-Aqui parece ser legal.
- Por isso mesmo. - concordou Clarisse- Fiquem atentas, perdedoras!
- Meu deus, Clarisse. - disse pra ela-Será que dar pra parar de ser babaca só por um segundo?
- Será que dá pra você parar de falar por um segundo? - ela imitou minha voz, me olhando de cara feia
Só revirei os olhos pra ela, vendo Joanna responder nervosamente as perguntas.
Lá era lindo e bem cheiroso, aparentemente só tinha mulheres no resort, o que me fez ficar um pouco mais segura.
Chegamos em um tipo de salão e tinha uma mulher cantando, sua voz era tão...uau. Eu poderia ficar dias escutando.
- Ela é incrível! - exclamei, olhando admirada
- Olhe aquelas decorações! - apontou Joanna para uns desenhos nas paredes
- Que se foda isso tudo! - disse Clarisse, olhando para os lados-Cadê a comida?
- Garotas! - disse a mulher que estava cantando, chegando perto de nós
Rapidamente arrumei minha postura.
- Vocês são tão lindas! E merecem um tratamento especial.
- Hylla! - chamou a mulher e uma menina, de aparentemente minha idade apareceu - Leve essa garota pra uma restauração completa.
Disse e apontou para Clarisse, que aparentemente estava desapontada.
-Mas... O que há de errado comigo?- perguntou Clarisse
- Nada,só vamos deixar sua verdadeira beleza se rebelar.-assegurou a mulher
Clarisse assentiu satisfeita,e saiu seguindo a garota.
- Reyna??- gritou a mulher para o alto
E uma menina apareceu, ela era similar a outra garota que levou a Clarisse, sua pele era um marrom claro, olhos cor de mel,e tinha um grande cabelo ondulado.
- Sim, minha senhora? - respondeu ela, ligeiramente se curvando
- Leve a adorável Joanna, para o nosso tratamento.
Vi Joanna olhar para a garota e corar.
Eu achei que sua cara iria explodir, quando a menina estendeu a mão para ela e disse:
- Venha, querida.
A mulher se virou para mim com um grande sorriso.
- Você é uma garota muito bonita, Max.
Aí que eu percebi que não tinha falado meu nome pra ela, e nem as meninas.
- Acho que já está na hora de ir embora!! - exclamei a olhando apavorada
- Sei o que está pensando. - a mulher me assegurou - E não, eu não sou um monstro.
- Então... - continuei a andar com ela, a olhando estranho - O que você é?
- Uma feiticeira. - disse ela, abrindo um sorriso encantador- Pode me chamar de C.C.
- Então você não vai tentar nos matar, ou algo assim? - perguntei, incerta
- Não querida.
- E você usa seus poderes a hora que quer? - perguntei vendo ela fazer flutuar uma sandália dourada sem a tocar
Ela me olhou um pouco piedosa, parecendo saber o que eu estava pensando.
- Sem como os humanos podem ser cruéis quando usamos nossa magia.-disse ela alisando meus cabelos- E que as vezes, a evitamos.
Senti meu rosto ficar vermelho.
- Eu não... deixo de a usar. Eu faço magia o tempo todo.
Seus olhos cor de âmbar sintilaram para mim.
- Acho que você não sabe que eu tenho mais de 1.000 anos. E sei muito bem como os humanos podem ser cruéis.
- Eu... - disse, sentindo as palavras fugirem da minha boca - Me sinto estranha, e diferente. E não é de um jeito legal.
Circe pegou meus cabelos, terminando de fazer uma trança e disse, de um jeito calmo:
- Você não deve ter vergonha de praticar a magia. Você é a única filha daquela criadora de toda a magia que nós feiticeiras usamos.- disse pegando meu queixo e o elevando para o alto-Não tenha vergonha de ser você mesma. Nunca.
Eu sorri, olhando para o espelho. Gostando um pouco do que via.
Ela tinha lavado meus cabelos, limpado as minhas  unhas, eu tomei banho e estava com  um vestido branco estilo grego, com várias tiras de ouro nos braços e no pescoço.
Encontrei Joanna e Clarisse comendo em uma mesa do salão,e me surpreendi com o que vi.
O cabelo de Clarisse aparado, unhas limpas, do mesmo modo que o de Joanna.
A única diferença era que  Clarisse não estava usando vestido; estava com  uma blusa e uma calça, as roupas mais limpas que eu já a vi usando.
Elas estavam sentadas na mesa, com a Hylla e a Reyna.
- Max!! - exclamou Joanna assim que me viu- Venha se sentar com a gente.
Vi Clarisse com a boca toda cheia de pão, olhando para os lados como se fosse estrangular alguém.
Conversamos um pouco e eu tive que sanar minha dúvida.
- Vocês são irmãs? - eu perguntei para as duas garotas na minha frente
- Sim. - Reyna respondeu - E vocês já sabem se vão ficar aqui?
Certo, ela era bem direta.
A C.C tinha meramente nos convidado para ficar ali, igual a Hylla e Reyna.
- Não vamos.- respondeu Clarisse-Estamos em missão e vamos embora já já .
- Uma pena. - disse Reyna-Adoraríamos ter vocês aqui com a gente.
Ela olhou para Joanna quando disse isso, seu rosto ficou da cor de um tomate e ela murmurou:
- Bom saber disso.
As duas garotas foram com a gente até a porta do resot;a C.C nos deu alguns suprimentos.
Pois por mais que eu olhasse; um lugar tremia como se fosse uma miragem, mas não tinha mais nada por perto.
Então fomos com o bote em direção ao Mar de monstros.
O lugar onde eu mais desconhecia do mundo, com uma garota que surta facilmente, e outra que gosta de "detonar tudo".
Seria uma viagem muito longa.

Maxine Mayfield - O Mar de Monstros Onde histórias criam vida. Descubra agora