Os parentes de Quíron dominam a festa

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Eu achava que a qualquer minuto, Luke enfiaria sua espada em nós.
Mas ele sorriu e um de seus homens assoprou seu apito de bronze; fazendo guerreiros invadir o navio, cercando a gente.
- Vocês não vão sair vivos desse navio!-disse Luke, sorrindo com escárnio
Percy se colocou na minha frente, encarando Luke com raiva.
- Mano a mano. - Percy o desafiou-Do que tem medo?
Os guerreiros que estavam prestes a nos matar pararam, esperando ordens de Luke.
Ele tentou sair fora da luta, mas Percy o acabou pegando em uma armadilha.
Dois homens entraram cavalgando em dois pegásos, uma era fêmea e o outro macho. Eles relinchavam tentando se soltar do cara.
A fêmea tinha um pelo cor de mel, com os olhos marrons, o outro era todo preto e o mais agressivo também.
- Senhor! - disse um dos homens - Seu corcel está pronto!
Assim que o homem disse isso, ele amarrou os cavalos em uma barra de ferro que havia ali.
Luke continuou com os olhos fixos em Percy; e levantou sua espada fazendo o sinal para um dos monstros me agarrar pelas costas.
- Não!! - gritei me debatendo - Tire suas mãos porcas de mim!
- Vou mata-lo rapidamente.- decidiu Luke
Assim Percy e Luke cravaram uma pequena luta; Percy estava perdendo tendo levado um corte na perna.
Mas antes de Luke enfiar sua espada nele algo o atingiu, fazendo ele cair na piscina.
Assim o pandemonio se instalou.
O cara que tava me segurando me deixou cair no chão, e eu segui rapidamente até os cavalos para os  desamarrar.
Peguei minha espada e cortei ao meio o monstro que segurava eles.
" Pão de mel"
Esse era o nome que estava na égua cor de mel. Eu achei uma pequena graça, talvez ela era de alguma criança antes de vir ser presa aqui.
Mas também é triste, pois a dona dela nunca a veria de novo.
- Eu vou te libertar, Pão de mel. - disse pra ela pegando minha espada - Não se preocupe.
Logo alguém surgiu do meu lado, descobri que era Percy, e por mais que ainda mancava conseguiu libertar o Pégaso preto, antes de se virar e enfiar a espada em mais um monstro.
Eu cortei as cordas da Pão de mel, e ela relinchou e se inclinou. Devia ser algum tipo de agradecimento, eu dei um tchau pra ela e a observei ir embora.
Acabando que foram os parentes de Quíron que nos deu tempo para fugir, eles nos colocaram em suas metades cavalos e saímos do navio; a galope pelas ruas de Miami.
Sentamos em um campo, nas toalhas de piquenique.
Quíron pediu que Annabeth e Tyson se distanciace para que ele pudesse conversar conosco.
- Eu tive uma conversa com Annabeth a caminho daqui. Sobre a profecia.-disse Quíron
Eu franzi a testa.
- Que profecia?
- Sobre uma coisa horrível que irá acontecer com algum de nós dois.-disse Percy
- Espere aí. - eu o interrompi, confusa-Do que diabos você está falando?
Eu fui ignorada, o que me aborreceu.
- Nós não sabemos se são vocês mesmo. - afirmou Quíron
- Mas somos os únicos filhos dos quatro grandes vivos!! - disse Percy
- Por enquanto. - disse Quíron, se levantando e indo atrás de seus primos
Percy grunhiu de raiva, e se virou pra mim.
- Existe uma profecia. - disse ele - Que diz que um filho dos quatro grandes quando completar 16 anos; coisas ruins vão acontecer,entende?
Eu estava começando entender a gravidade da situação.
- Que tipo de coisas? - eu perguntei
- Do tipo ruins. - disse Percy - Muito ruins.
- Certo. - eu resmunguei - Obrigado por ser tão direto.
- Eu não sei de nada! - justificou ele-Isso foi o que eu descobri.
Resolvi deixar pra lá por enquanto, ainda demoraria um tempo para ter 16. Me levantei rapidamente, mas cai de bunda no chão de novo; vendo tudo rodar.
Percy me analisou preocupadamente.
- Você está bem?
- Estou. - eu disse, mas não fui muito convincente
Ele colocou a mão na minha testa.
- Meus deuses!! Você está ardendo em febre. Eu vou chamar Quíron!
Percy se levantou indo até Quíron e falando algo a ele, apontando na minha direção.
- Temos que ir. - concluiu ele me levantando como um saco de nabos e colocando nas suas costas
Percy foi atrás de mim, me segurando para evitar que eu caísse.
Chegamos a Long Island logo depois de Clarisse e Joanna, nos amontoamos na árvore de Thalia vendo alguns chalés destruídos por causa de montros que invadiu.
Eu desci das costas de Quíron e me apoiei em Percy, vendo Clarisse colocar o velocino na árvore.
A árvore de Thalia antes marrom, começou a ficar verde, e tudo no acampamento foi ganhando vida novamente,o ar estava mais limpo e água do mar pareceu até mais cristalina.
Sem dúvida tudo estava entrando nos eixos.
Clarisse e Joanna foram levantadas nos ombros, pelos seus companheiros de chalé.
Assim que Percy entrou na enfermaria eu insisti para que ele me deixasse lá e fosse embora.
Ele relutante o fez, e quem me recebeu foi Will. Que arregalou os olhos ao ver meu machucado no ombro.
- Porque você só se mete em enrascada? - ele me perguntou
- Eu não faço a mínima ideia.-respondi honestamente
Ele me deu um remédio para dormir, e cuidou dos meus machucados.
Mas infelizmente eu não pude ir a fogueira de noite pois ainda estava muito machucada.
Eu tinha acordado e fiquei olhando para o teto esperando que a hora passasse logo.
" Toc toc"
Um toque foi  ouvido do lado de fora da enfermaria.
- Pode entrar. - eu disse
- Oi, Max. - disse minha irmã, aparecendo na porta
- Cindy.- eu disse, sorrindo
Era bom ver ela depois de todo esse tempo.
- Fiquei sabendo que minha estúpida irmãzinha se machucou feio. - disse ela se sentando em uma cadeira perto de mim
- Só coisa básica, você sabe.- eu a disse e ia levantar o braço mais abaixei ele novamente, soltando um resmungo de dor
- Não se esforce muito. - ela me aconselhou, e pareceu se lembrar de algo - Eu trouxe isso pra você, mas cuidado para não passar mal.
Ela levantou um prato com algumas carnes de churrasco e um copo de coca-cola.
- Assim eu vou ficar mal acostumada.-eu disse, brincando - E é comida, não vou passar mal comendo só isso.
Ela riu, mas algo na minha cara deve ter denunciado que eu não estava tão bem assim, pois ela colocou mão na minha testa.
- Você está com febre. - disse ela se levantando e pegando um frasco com líquido rosa
Eu a olhei, desconfiada.
- Desde quando você é médica?-perguntei
Ela revirou os olhos pra mim, pegando uma colher do líquido e vindo colocar na minha boca.
- Esse é o mesmo remédio que eu te dava quando você era menor, piralha!- ela disse e enfiou o negócio da minha boca, esperando que eu engolisse
- Cindy!! - exclamei a olhando indignada
Por mais que eu tenha ficado um pouco surpresa, me despertou uma velha lembrança; onde Mary e meu pai iam sair,e deixava ela cuidando de mim e de Anthony.
Acho que meu irmão por ser muito pequeno na época não se lembrava disso, mas essas eram as minhas melhores lembranças.
Ela sempre fazia questão de me dar os remédios quando eu adoecia. Sempre falando que era porque "gostava de me ver sofrer" o que se seguia da gente implicando uma com a outra.
Isso fazia  mais falta do eu  que poderia imaginar.
Mais ela foi crescendo e se afastando  como se eu fosse uma doença contagiosa; o que me fez ficar com raiva dela, e ela de mim.
Mas desde que eu descobri ser uma semideusa, algo entre nós havia mudado,embora eu não consiga descrever exatamente o que.
- Você vai melhorar. -afirmou ela-Agora come um pouco.
Eu passei a noite desse jeito, zoando ela por tá aqui me dando remédio na boca como um bebezinho.
Cindy só ria dizendo pra parar, porque eu tinha gostado.
E tinha mesmo.
Mas ela não iria saber disso.
No dia seguinte eu estava liberada na enfermaria, mas ficaria sem treinar por alguns dias. Então a corrida de bigas que Quíron anunciou eu não poderia participar.
E estava de bem com isso, não faria mal ficar de fora por um tempo.
Me sentei no lago e coloquei meus pés na água, esperando Cindy que me disse que tinha algo pra mim.
- E aí está você. - disse minha irmã, se aproximando de mim - Está pronta?
Eu reparei que ela não tinha nada nas mãos e franzi a testa, cadê a tal surpresa?
- Pronta para o que?
Ela riu, como se tivesse prester a fazer algo travesso.
- Levante-se,Max.- disse ela me estendendo a mão
Eu a segurei e assim que estava de pé...
"TIBUMM"
Ela me jogou de roupa e tudo dentro do lago. Eu tirei um pouco da água dos meus olhos e a encarei, chocada.
- Christine Mayfield!! - disse pra ela-Você está ferrada!
Ela riu de mim e pulou no lago também.
Eu joguei água na cara dela, ela jogou de volta e assim começou uma mini guerra.
Nós ficamos rindo uma da cara da outra por um bom tempo.
Até que Cindy saiu do lago se sentando na borda, me encarando com um sorriso idiota na cara.
Eu continuei dentro do lago, me escorando na borda olhando pra ela.
- Eu nem me lembro da última vez que fizemos isso. - disse Cindy
- Eu também não. - disse eu  - Só sei que faz uns longos anos.
- Eu senti falta disso. - confessou ela
Eu sorri, pegando em suas duas mãos.
- Eu também senti, Cindy. - eu disse e puxei ela de volta para o lago, rindo da sua cara logo em seguida
- Aah! - gritou ela, pelo susto - Sua traiçoeira!!
- Eu aprendi com a melhor. - disse
Cindy me olhou, e foi se aproximando devagar.
- Eu sei como você pode aprender uma lição!- disse ela e começou a fazer cosquinhas em mim
Eu comecei a rir alto pedindo para ela parar, mas Cindy também começou a rir e o dia se passou assim.
Com a minha irmã me enchendo o saco, e eu o dela.
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O dia da corrida das bigas chegou e eu fui me sentar na arquibancada, ao meu lado estava James Bank.
O garoto que eu tinha ajudado no dia do ataque dos touros.
- Por que não vai participar, Max? -ele me perguntou assim que eu me sentei ao seu lado
- Culpa do seu irmão. - eu bufei, bem humorada - Ele me proibiu, eu tentei contestar um pouco, mas Will me deu "ordens médicas"
James sorriu e acenou com a cabeça, como se isso fosse típico do Will.
- Ele tem dessas mesmo. Quando coloca uma ideia na cabeça, ninguém tira. - disse ele olhando para as equipes de bigas, formadas lá em baixo
Eu olhei pra ele, notando o quanto era parecido com Will.
- Você fala isso por ser igual a ele ?
Assim que eu perguntei suas orelhas ficaram rosadas, fazendo ele murmurar um "talvez".
Me segurei pra não rir dele e mudei de assunto.
- E como está a perna?
- Ah, está bem. Quero dizer... está melhor, com certeza!
- Melhor tomar cuidado da próxima vez. - eu disse a ele, que sorriu me olhando
- Eu digo o mesmo.
Eu sorri de volta e olhei para o acampamento,que tinha as folhas brilhantes, os morangos tão vermelhos que poderiam ser vistos a uma longa distância.
O velocino estava fazendo o seu trabalho.
Lá em baixo, Annabeth, Percy, e Tyson se preparava para a corrida; e eu estava torcendo pra eles.
Quíron deu a largada e observei todas as bigas atentamente.
Percy e Annabeth ganharam, até a que Annabeth agradeceu a Tyson.
Ele corou, a multidão delirou.
Annabeth lascou um beijo na bochecha de Percy.
Eu me levantei aplaudindo a vitória deles, e afirmando secretamente pra mim mesma que eles dois ficavam bonitinhos juntos.
Aquela tarde eu me diverti a beça, mas como tudo que é bom dura pouco,  Grover disse que iria passar o seu último verão com a gente antes de ir encontrar Pan.
O Conselho de Anciãos do Casco Fendido ficaram impressionados por ele não morrer, e dar novas oportunidades para outros sátiros; que eles lhe deram uma licença de dois meses, e um conjunto de flautas de bambu.
A má notícia: Grover insistiu para tocar aquelas flautas a tarde inteira.
E seus dons musicais não haviam melhorado muito.



Maxine Mayfield - O Mar de Monstros Onde histórias criam vida. Descubra agora