— Bom dia gente... — Catraca inicia o dia — eu andei olhando a direção do vento, das nuvens e vendo as estrelas, e por toda essa movimentação e alguns sonhos que tive sobre a geografia do Brasil. Eu percebi que devemos ir naquela direção para encontrar algum vestígios da população ou cidade mais próxima. Precisamos sair daqui ou vamos morrer, as frutas estão se acabando e tudo o que nois acha tá ruim.
— É o quê mininu? Entendi porra nenhuma. — Osvaldinho fala.
— Misericordioso, você é moco. Só pode. — Jonerranerson diz — ele falou assim ó: Jonerranerson começa a explicar.
— Bom dia gente. Eu andei olhando a dimensão do ventre, das nuvens, e zoiando as besteiras. Num sei o quê lá do Brasil e joga fria. Aí ele disse que peidou no rio e a palpitação da cidade mais poluída do nordeste. E ele disse que a gente precisa sair daqui se não vamos todos morrer por conta das frutas que estão cagando tudo e a gente ainda tá ruim. Mais ou menos isso que ele falou. — Jonerranerson se empolga.
— Vocês só podem está de brincadeira, não é possível. Eu não mereço. — Catraca para e fica pensando — eu só disse que a gente precisa encontrar uma cidade e comida de verdade sabe. Precisamos de um abrigo também.
— Ah, agora eu entendi. A gente mal acorda e tu já vem falando de jogar fria. Eu não entendo isso não. — Osvaldinho fala.
— Então a gente vai andar? — Jonerranerson fala.
— Sim. E muito, e naquela direção. — Catraca explica apontando para o Nordeste.
— Vixi Maria. Vou nada, prefiro ficar aqui. É quantos quilômetros mais ou menos? — Jonerranerson pergunta.
— Não sei exatamente, mas pelo que andei estudando, dá uns... 92 quilômetros. Mas a gente vai parando pra descansar sabe.
— SANGUE DE JESUS E MARIA TEM PODER. VOU NADA HOME. VÁ VOCÊ. — Jonerranerson se exalta.
— Vamos rapaz, a gente pelo menos não vai morrer aqui, e talvez a gente descubra de onde somos, e quem nós somos. — Catraca responde.
— Meu amigo, é uma andada da pext. 92 quilômetros não é daqui pro pé de jaca não, é longe pra porra. Nam. Vá você descobrir quem é. Eu prefiro continuar feito bixo do mato e desconhecido do que perder minhas pernas de tanto andar. — Jonerranerson recusa a opção de Catraca.
— Rapaz, eu vou viu. É bom andar um pouquinho e sair daqui, já tô é cansado de ficar na mesma coisa. — Osvaldinho se intromete.
Catraca vai pela lógica e sobrevivência, Osvaldinho pela novidade e aventura. E Jonerranerson prefere a mesmice e não se importa com as maiores consequências.
— Bom. Eu vou voltar a dormir. — Jonerranerson se deita.
— Tá bom então. Eu vou seguir meu destino. Boa sorte Jonerranerson. — Catraca vira as costas e começa a andar.
— Oxe. E é assim é? E eu? Vou ficar com quem? Não entendi. A gente vai se separar é? Que presepada é essa gente, deixem de muganga vá. — Osvaldinho fica confuso.
— Você que decide Osvaldinho, ou vem comigo, ou fica aí. — Catraca fala sem olhar para trás.
— Minha gente, vamo todo mundo junto. Você vai deixar a gente aqui sozinho Catraca? — Osvaldinho se desespera em meio a decisão.
— Não dá para ir todos juntos, Jonerranerson não se importa e até já pegou no sono. E eu não vou deixar vocês sozinhos, vocês é que estão me deixando ir sozinho nessa. — Catraca já vai longe e sua voz fica mais distante.
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PERDIDOS NO NORDESTE
HumorTrês garotos cujo a idade eu desconheço estão perdidos na região do nordeste. Não se sabe o Estado em que estão, e muito menos seus próprios nomes. Eles se encontraram pelo acaso e acabaram se tornando amigos. Tentando entender o que está acontecend...