A Crise

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Oito meses haviam se passado desde o sumiço do Governador e da inclusão dos antigos moradores de Woodbury à prisão. Não foi algo fácil, mas com o tempo, tudo foi se ajustando. Mais pessoas foram se juntando a nós, mas somente as que julgávamos boas e somariam na comunidade.

O Conselho, que era constituído por mim, Daryl, Luna, Carol, Hershel, Glenn, Maggie e Sasha, a irmã de Tyreese, tomava as decisões e aprovava quem ficava ou não. Rick não queria mais liderar ninguém, então nos organizamos assim. De forma que, no máximo, ele dava apenas alguns palpites quando solicitado.

Na minha opinião, ele apenas tem medo que mais pessoas morram sob sua liderança, mas eu sinto que ainda vamos precisar dele como líder novamente...

Tínhamos plantações, porcos e fizemos algumas alterações na prisão para melhor vivência. No meio do pátio, construímos uma espécie de refeitório e cozinha coberta. Instalamos um sistema de chuveiros e descargas nos banheiros, criamos uma pequena biblioteca onde o Conselho se reunia e as crianças tinham aulas e conseguimos garantir energia elétrica o suficiente para usar durante a noite.

Apesar de serem muitas pessoas, não precisávamos dividir cela, a menos que quiséssemos. Daryl, obviamente, dormia comigo, demos um jeito de ter uma cama dupla assim como Glenn, Maggie e outros casais. Nosso grupo original ainda dormia no bloco C com algumas outras pessoas e as demais, nos outros três blocos que limpamos.

Era comum alguns de nós sairmos em busca de suprimentos e acabar trazendo mais novatos para a prisão, Daryl e eu éramos os que mais tinham trazido pessoas nos últimos tempos, já que Michonne estava viajando à procura de pistas do Governador e Rick e os outros mal saíam.

Como não estávamos no nosso turno de vigia, assim que acordamos, nos dirigíamos para a cozinha no pátio tomar café da manhã, ou nesse caso, almoçar. Vimos que Carol preparava uma de suas sopas que faziam nossos estômagos rugirem de fome e fomos andando em direção a ela, por onde passávamos, as pessoas nos cumprimentavam dando bons dias com uma alegria um tanto quanto nauseante para mim, que não tinha um dos melhores humores na maioria das manhãs.

- Cheirinho bom... - falei a Carol quando chegamos perto o suficiente

- Tá mesmo! - Daryl esticou o pescoço para tentar ver dentro da panela ao fogo e pegou um pedaço de cenoura esquecido por Carol num canto enquanto olhava de soslaio para as pessoas em volta de nós - O Rick trouxe um monte deles...

- Não recentemente... Foram vocês que trouxeram mais... - ela deu um sorriso frouxo - Dar santuário para as pessoas, alimentá-las... Você tem que aprender a viver com o amor e a gratidão...

- Já tenho o suficiente... - Daryl me lançou uma piscadela acompanhada de um sorriso de canto

- Quero que vejam uma coisa... - Carol virou-se para um garoto branco e magro de óculos que estava do seu outro lado - Patrick, pode assumir? - ela acenou para a panela com a sopa borbulhante

- Sim, dona. - ele disse e pegou a faca das mãos dela - Ahn... Seu Dixon, Sra Fellman, eu só queria agradecer por ter trazido o veado ontem, foi um banquete e... É uma honra apertar as mãos de vocês...

O garoto estendeu uma das mãos que eu cumprimentei desajeitada. E então, ele estendeu a Daryl, que olhou para mim e Carol, então chupou os quatro dedos, limpando-os da cenoura e cumprimentou o garoto, virei-me para o outro lado segurando o riso e senti Carol me dando um chute leve na canela.

Nos afastamos rindo enquanto eu falava:

- Você não presta...

Carol nos conduziu até a cerca onde apontou para a frente da prisão:

Amor, Sangue e Zumbis 2 - Daryl Dixon x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora