POV CAMILA****
Nos meus olhos cansados, ainda arde a paixão pela modelagem, mas a fama me cobrou seu preço. Hoje, precisei acordar cedo, às 6 da manhã, para uma sessão de fotos em uma rede de lingerie, e agora, já são 21 horas, e ainda estou aqui, no estúdio. Os intervalos foram mínimos, com no máximo 15 minutos para descansar. Sinto-me exausta, mas a pressão para parecer impecável nas fotos é constante. Olho-me no espelho e percebo que algo mudou. O brilho nos olhos, que antes irradiava intensidade, agora parece obscurecido pelas exigências implacáveis de todos ao meu redor. Por breves instantes, desejo voltar a ser quem eu era antes, quando a vida era mais anônima e leve. Em busca de alívio temporário, tenho me entregado a noites vazias, tentando esquecer o peso que carrego sobre meus ombros. Bebida e sexo têm sido uma forma de abafar as vozes em minha cabeça, que clamam por liberdade, sem me importar com a minha fama. Mas esse caminho tem gerado problemas nas manhãs seguintes, com a mídia me cercando como leões famintos, prontos para me devorarem. Encontro-me sem rumo, sem limites, e a indiferença parece dominar minhas escolhas. Já não me importo tanto com as consequências das minhas ações. Entretanto, em meio a essa turbulência, há um ponto de equilíbrio que me sustenta: Normani.
Normani sempre foi uma figura materna para mim, mesmo sendo tão jovem. Ela se preocupava e cuidava de mim como ninguém mais, tornando-se o elo mais forte que eu tinha com uma família próxima. Quando comecei minha jornada como modelo, morava em Miami com meus pais. Minha dedicação em participar de cursos e concursos de modelagem deu frutos, e com o apoio da minha mãe, consegui alguns trabalhos. Foi então que Normani entrou em cena, acompanhando-me em meu primeiro grande trabalho quando eu tinha apenas 17 anos. A partir daí, minha carreira decolou rapidamente. Com 18 anos, recebi uma proposta tentadora de uma agência de moda no Reino Unido e decidi me mudar para a Inglaterra. Quando me mudei para lá, meus pais decidiram retornar para Cuba junto com minha irmã mais nova, Sofia. Meu pai não entendia nem aceitava minhas escolhas, e nossos desentendimentos nos afastaram. Ele tinha uma visão negativa sobre modelos, associando-as a prostitutas, o que causou um distanciamento entre nós. Senti falta deles, especialmente de Sofia, mas os encontros eram raros. Normani sempre esteve ao meu lado, enfrentando as dificuldades e compartilhando as alegrias comigo.
Lembro-me das épocas difíceis em que mal tínhamos o suficiente para comer quando trabalhei através de agências de modelos. Isso foi um dos motivos que me fez odiar o sistema de agenciamento no mundo da moda. No entanto, Normani foi incansável, conseguindo o contato de um bom advogado que nos ajudou a nos livrar do maldito contrato. Através de nossas lutas e conquistas, fortalecemos nossa amizade e nosso amor como uma verdadeira família. Mesmo distante dos meus pais, sei que tenho em Normani alguém em quem posso confiar. Ela é mais que uma empresária para mim; é a pessoa que me conecta com a essência que sou. Se não fosse por Normani, talvez eu já tivesse me perdido completamente. Esta manhã, eu estava particularmente aborrecida com Normani. Odiava brigar com ela, pois ela era a única pessoa em quem realmente confiava e me importava. Mesmo que suas palavras e decisões sobre minha carreira me tirassem do sério, eu sabia que ela sempre pensava no meu bem e acatava tudo que ela me pedia. No entanto, hoje ela foi longe demais ao me trazer uma proposta de agenciamento. Brigamos feio, eu até gritei com ela, o que é raro, mas por fim me vi sem alternativas e mais uma vez cedi diante de seus conselhos e considerações, mesmo contrariada e muito chateada.
Normani acredita que ser agenciada nesta fase da minha carreira ajudaria a limpar minha imagem, que anda negativa após algumas "fugas" do presente. A última que aprontei aconteceu na França, quando estava saindo de uma balada e fui fotografada muito bêbada. Alguns cliques não me favoreceram, espalhando por todas as revistas e jornais que eu estava drogada. Isso resultou na perda dos contratos mais caros e importantes que tinha em 5 anos de carreira, além das multas que precisamos pagar por conta do escândalo, o que me custou boa parte do meu patrimônio. É verdade que minha imagem estava péssima e precisava fazer alguma coisa, mas voltar a ser agenciada me trazia lembranças dolorosas do passado. Sofri muito trabalhando para agências de modelo, sendo enganada e humilhada. Como Normani pode me obrigar a isso? Mas não consegui pensar em outra saída. Eu precisava refletir, e Normani sempre resolvia tudo por pior que parecesse. Ela me garantiu que não deixaria nada de ruim acontecer, inclusive me disse que conhecia essa agência, que era séria e respeitada. Parece que o dono é um antigo conhecido seu, o que me conforta de certa forma. Precisava mais uma vez confiar em Normani, pois ela sempre esteve ao meu lado, cuidando de mim como uma verdadeira amiga e empresária.
Após uma exaustiva sessão de fotos, corri para casa e busquei alívio em um banho relaxante. Enquanto refletia sobre as polêmicas em que me envolvi, fui tomada pelo arrependimento e uma imensa vontade de chorar. Estava cansada da pressão e da fama, e a ideia de um agenciamento para recuperar minha imagem me atormentava. Entre lágrimas e incertezas, me sentia vulnerável e perdida, sem saber como lidar com a situação. Assim, naquele momento de fragilidade, deixei que as lágrimas lavassem minha alma. Nesse momento de vulnerabilidade, revelo uma parte menos glamorosa da minha vida que poucos conhecem. Por trás da imagem glamorosa e invejável que todos veem, há uma realidade com a qual tenho lidado há anos. O peso das pressões, cobranças e julgamentos que enfrento na minha carreira de modelo acabou afetando minha saúde mental.
Depois de um ano de carreira consolidada, desenvolvi problemas de saúde, como ansiedade, distúrbios alimentares e do sono. O estresse constante resultante da fama e dos compromissos acabou afetando minha vida cotidiana e meu bem-estar. Além disso, há cerca de três anos, descobri que tenho hipersexualidade, um transtorno de desejo sexual hiperativo que pode ser desencadeado por questões psicológicas, como estresse, ansiedade, depressão ou traumas emocionais. No começo, eu não percebia que esse problema se tornaria tão grave, mas com o tempo, a busca compulsiva por sexo se tornou um hábito difícil de controlar. Transformou-se em algo que eu buscava como uma forma de compensação em momentos difíceis, tornando-se um vício e afetando meu dia a dia e meus relacionamentos. Infelizmente, até minha carreira começou a ser afetada, e já perdi desfiles importantes por conta desse transtorno.
Eu achava que esses comportamentos eram normais, mas após buscar ajuda médica, descobri que precisava de tratamento para lidar com esses transtornos de forma saudável. Faço uso de medicação diariamente, o que me permite levar uma vida mais equilibrada. No entanto, ainda enfrento crises ocasionais que são difíceis de controlar, mesmo com a medicação. hipersexualidade é um segredo que compartilho apenas com Normani e alguns amigos próximos, pois é um assunto íntimo e ainda cercado por preconceitos e falta de compreensão e conhecimento. Hoje, ao me deparar com a proposta de ser agenciada novamente, essas emoções e desafios internos se intensificaram, e me vi tomada por uma crise forte. O medo de como isso poderia afetar minha vida e minha saúde mental me consumia, e era difícil saber como lidar com tudo isso. Provavelmente já prevendo a eminente crise que teria, Normani me ligou várias vezes, mas não atendi, me mandou várias mensagens de apoio pedindo para que eu me acalmasse e tentasse descansar. Eu ignorei tudo, já não conseguia me controlar, minha visão estava turva, precisei me concentrar e tentar encontrar uma forma de acalmar meu corpo. Me masturbei várias vezes até voltar a enxergar.
Após me acalmar um pouco, decidi ligar para Shaw, um amigo que me conhecia muito bem. Pedi que ele fosse me encontrar na minha casa. Eu o conhecia desde os meus 20 anos de idade, nós tínhamos uma relação um tanto peculiar, já que por um tempo tivemos um envolvimento amoroso, mas mantivemos tudo de forma casual. Ele sempre soube como me fazer esquecer dos problemas e me ajudava a lidar com meu "probleminha", sim ele sabia da minha hipersexualidade, e eu sempre ligava para ele em meio as fortes crises. Transamos a noite toda, gozei várias e várias vezes, até chegar à exaustão física. Shaw pegou pesado comigo como pedi, me bateu, enforcou, me xingou, me comeu duro e forte, sem carinho, só foda! mas, pela primeira vez, nem mesmo o meu maior prazer conseguiu tirar os problemas da minha mente, como de costume. Em vez disso, uma angústia tomou conta de mim, e percebi que precisava enfrentar de frente. Acordei exausta, com algumas dores e chupões espalhados pelo corpo, Shaw já havia ido embora, durante a madrugada como pedi. Levantei-me da cama e tomei um bom banho quente, sentindo a água aliviar as tensões do meu corpo. Em seguida, deitei-me novamente na cama e adormeci profundamente, abandonando todas as preocupações e angústias que me assombravam.
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Cabello
FanfictionLauren Jauregui assume a posição de chefe de Camila Cabello na indústria da moda. O que começa como uma relação profissional logo se transforma em uma paixão ardente e avassaladora. À medida que o tempo passa, elas compartilham momentos inimaginávei...