CAPÍTULO III

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A respiração de Harry estava alterada, ele parecia  num sonho agitado, o seu cenho estava enrugado e os seus lábios se moviam suavemente.

Eu cobri o corpo dele com os lenços macios e observei o seu rosto relaxar, era a primeira vez que eu estava dividindo a cama com alguém, estava sendo difícil conseguir dormir assim, eu tinha medo de perturbar o sono dele.

Harry era tão lindo, o seu rosto parecia tranquilo, mas ao mesmo tempo, sério, os seus cabelos escuros faziam um lindo contraste com a sua pele e a sua boca possuía um lindo formato de coração.

Eu toquei uma mecha que estava sobre a sua testa a afastando do lugar, o meu toque o fez abriu um pouco os lábios permitindo que um suspiro escapasse por entre eles.

Era impossível conseguir dormir assim, eu estava tão fascinada que apenas queria ficar o observando durante cada segundo do meu dia.

Eram duas da tarde quando eu olhei no relógio que estava sobre a cómoda, eu sabia que não iria conseguir voltar a dormir então resolvi ir até à cozinha.

Embora já estivesse no meio do dia a casa estava completamente escura e gelado, as janelas estavam protegidas por grandes e pesadas cortinas que impediam a entrada da luz, eu caminhei na ponta dos pés até a cozinha, estava tentando fazer o mínimo de barulho possível, mas eu já sabia que possivelmente Harry podia ouvir cada som que eu estava fazendo, da minha respiração ao som do copo que eu pequei no armário.

Assim que me servi com um pouco de leite, fui até a sala de estar, eu aproximei-me de uma das janelas e abri um pouco a cortina para que alguns poucos raios de sol pudessem entrar, eu deitando-me onde eles iluminavam para aproveitar um pouco o fraco calor dos últimos raios de sol antes do inverno.

Eu estava realmente cansada da viagem, foram horas no carro e agora eu simplesmente não conseguia relaxar o suficiente para dormir.

Estava observando as pequenas partículas de luz que flutuavam no ar quando ouvi alguns passos atrás de mim.

Harry estava sem a sua camisa e usava uma calças de moletom escura, o seu peito rígido possuía uma tatuagem que cruzava pela lateral.

— O que está fazendo aí? — ele perguntou se abaixando do meu lado, mas tomando cuidado para nenhum raio de sol tocar na sua pele.

— Não estava conseguindo dormir.

O rosto dele estava sério como sempre, intenso e feroz como um animal selvagem, o seu olhar fazia uma tenção erótica flutuar no ar ao seu redor.

Eu estiquei o meu braço para tocar na sua tatuagem, uma serpente com as suas praças para fora, eu toquei a sua pele com a ponta dos meus dedos, o fazendo suspirou sem tirar os olhos do meu rosto.

— O que acontece exatamente se algum raio de sol tocar você? Você vai pegar fogo ou algo do tipo?

Ele deu uma risada silenciosa fechando os olhos, a essa altura eu já sabia muito sobre esse" mundo paralelo" de seres sobrenaturais que existia, afinal eu fui preparada por anos para conhecer ele, mas ainda assim algumas coisas eram desconhecidas para mim, a relação entre vampiros e sol era um dessas coisas.

Harry esticou a sua mão e a colocou a centímetros do meu rosto, deixando a sua pele ser banhada pelos raios, eu deitei-me de bruços para poder observar melhor o que iria acontecer, no início nada mudou na sua mão, mas poucos segundos depois a pele da sua palma começou a tomar um tom rosado, algumas pequenas bolinhas vermelhas começaram a se espalhar pela sua mão e subindo para o seu pulso, eu olhei para o rosto dele, mas sua expressão não era de dor ou incômodo com aquilo.

A mão do Harry começou a ter alguns espasmos e os seus dedos contorceram-se violentamente, eu ouvi os nós estalando como se estivessem se quebrando no meio.

ENTREGUE AO VAMPIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora