CAPÍTULO V

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Nós estávamos na boca da floresta quando a neve começou a cair, embora Harry não sentisse frio ele estava com um sobretudo preto e um cachecol.

— Venha — ele entrelaçou os seus dedos nos meus antes de começar a caminhar.

A vegetação tinha a pouco, perdido as suas folhas fazendo a floresta ganhar um tom morto e sombrio, por conta da neve que caia, estava começando a ficar difícil caminhar.

Nós andamos alguns metros floresta adentro antes de Harry parar abruptamente e colocar o seu corpo na minha frente, um volto escuro correu entre as árvores ao longe, ouvi quando o meu vampiro rosnou para a sombra.

— Pare de brincadeiras Edwin — Harry gritou sem paciência e ao longe pude ouvir uma risada.

— Ela é bonita — uma voz grave ecoou entre as árvores — qual será o sabor dela?

Uma criatura negra pulou das sombras na minha direção, mas rapidamente Harry pulou na minha frente e arremessou aquilo para longa com o seu braço.

— Já chega dessa merda seu animal imundo! — Harry rosnou.

— Relaxa, vocês sanguessugas são tão irritadinhos — um homem sem roupas apareceu caminhando entre as árvores.

A sua pele bronzeada parecia estar brilhando, ao contrário do rosto tranquilo de Harry aquele homem parecia ter usado toneladas de drogas.

— Oi bonitinha — o homem falou se encostando numa árvore próxima de mim — tudo bem? — ele mordiscou os lábios.

— Pare com isso — Harry retirou o seu sobretudo o jogando para o homem em seguida.

— Você invade as minhas terras e ainda tanta dar ordens em mim? Até parece que sou eu quem precisa da sua ajuda morceguinho.

Harry passou o seu braço ao meu redor, me puxando contra o seu corpo, o homem deu uma risada irónica se virando e voltando a caminhas, Harry e eu então seguimos ele pela floresta, nos caminhamos por algum tempo até chegarmos a uma trilha de pedras próxima a uma montanha.

— Onde estamos indo? — eu sussurrei para Harry.

— Não se preocupe com isso — ele respondeu-me em voz baixa — só fique perto de mim. — ele deu um beijo no topo da minha cabeça.

— Vocês sabem que sussurrar não adianta né? Eu consigo ouvir tudo que vocês estão falando aí — o homem parou e se virou para mim — Nos estamos indo até o clã dos lobisomens, você sabe o que lobisomens fazem com garotinhas bonitinhas como você?

Harry deu um passo em direção ao homem, o seu rosto estava contorcido de uma forma ameaçadora, o homem então se virou e voltou a andar, Harry segurou-me nos seus braços, mais desta vez com mais força.

A nossa caminhada pela trilha continuou por mais alguns metrôs até nós chegarmos a uma clareira com várias casinhas de madeira e uma grande fogueira no centro, algumas dezenas de pessoas estavam ao redor da fogueira, comendo e bebendo juntas, todas se viraram para nos quando chegamos.

— Olá — um homem já com bastante idade e se apoiando numa bengala apertou a mão de Harry, ele virou-se para mim e me olhou de cima a baixo — Me acompanhe — ele falou para Harry, ignorando totalmente a minha presença ali.

— Obrigado por receberem-me — Harry falou para o homem.

— Nos ainda infelizmente estamos em dívida com você — as pessoas ali olhavam de forma ferros para mim e Harry — caso contrário, nem aqui vocês estariam.

O homem levou-nos até uma das casinhas, uma mulher estava lá dentro preparando algum tipo de comida, o cheiro bom fez a minha barriga roncar.

— Você não alimenta o seu bichinho? — o homem que nos guiou pela floresta falou, tocando numa mecha do meu cabelo.

ENTREGUE AO VAMPIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora