Introdução

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Eu já me masturbei pensando em Lauren Jauregui.

Acho melhor tirar isso do caminho de uma vez. Tenho certeza que é o tipo de coisa que todo mundo imagina e, embora eu negue até o dia do Juízo Final, é verdade.

Se alguém pudesse ouvir meus pensamentos me consideraria a pessoa mais arrogante do universo. Ah, inferno... elas já acham isso de qualquer modo. Mas eu não sou arrogante. Sou apenas uma mulher segura. Eu sei o que eu quero e eu nunca, nunca, minto para mim mesma sobre coisas desse tipo. Não importa quão impossível ou absurda seja a ambição: eu sempro admito para mim mesma aonde eu quero chegar e corro pra lá o mais rápido que conseguir.

Muita gente vê isso como arrogância. O que eu acho? Que o problema é delas. Mas eu estava falando sobre a infame senhora Jauregui e meus desejos íntimos e não revelados. Permita que eu me explique melhor.

Muitas mulheres se masturbam. Não vou dizer "todas" porque não sei se isso é verdade e eu nunca minto para mim mesma. A coisa varia de uma mulher pra outra

Depende da ocasião, da quantidade de tempo ou ferramentas que ela tenha a sua disposição. Mas, e isso eu sei como um fato, para muitas mulheres a masturbação envolve um cenário. O homem pega a revista masculina mais próxima e começa a se tocar de qualquer jeito enquanto encara fotos de mulheres despidas e baba sobre elas. Pouco tempo depois ele está ejaculando sobre meias, paredes ou algum outro lugar que ele nunca vai limpar corretamente.

A masturbação feminina é diferente. É delicada. É sutil. É quase como uma dança.

Você tem que descobrir os passos que funcionam pra você, decorá-los e repetí-los
como uma coreografia.

Geralmente começa com uma imagem. Mulheres não se masturbam diante de
revistas ou sites pornográficos. Elas fazem sexo sozinhas dentro do infinito mundo da sua rica imaginação.

Penso em um cenário que me seduz: talvez eu deva dinheiro ao entregador de pizza como em um filme pornô, talvez o ator mais gostoso do meu seriado favorito me deseje loucamente como em um conto na internet, talvez uma mulher dominante queira me foder sem nenhuma emoção como em um romance de banca de revista.

Pense em uma possibilidade, ligue seu vibrador, enfie a mão entre as pernas e se prepare. É assim com a maioria das mulheres.

Nunca foi assim comigo.

Eu me lembro da primeira vez que eu me masturbei de verdade. Nunca tinha visto muita graça nessa coisa toda... Não em sexo! Sexo sempre foi razoável, bom ou muito bom. Nunca sem graça.

Mas masturbação nunca me encantou e, confesso, não era uma prática a qual eu sentia necessidade de recorrer com frequencia.

Eu era muito jovem e o meu namorado me traiu. Cheguei em casa com muita raiva e me masturbei pensando nele. Foi uma das minhas experiências íntimas mais prazerosas. É contraditório, eu sei. Muitas mulheres iriam gritar aos quatro pontos cardeais que nunca mais pensariam no filho da puta enquanto vivessem, mas só o que fariam seria pensar no filho da puta.

Mas eu... Bem,eu já mencionei que não
minto para mim mesma, não é? Pensei nele com todas as minhas forças. Eu montava sobre seu corpo suado e fazia ele me desejar como nunca desejou nada na vida. Fazia ele pedir e implorar. Eu ia rebolar e fazê-lo gritar alto e rouco. E depois o abandonaria. Depois de experimentar o melhor sexo de sua vida, ele iria pedir mais e eu diria "não". Eu diria "nunca mais".

Esse pensamento por si só é capaz de me fazer gozar até hoje.

Não... Eu não penso em cenários eróticos com uma sensual figura masculina sem rosto enquanto estou me masturbando: o que me faz atingir o clímax é pensar em pessoas. Não aquele ator pornô famoso, nem a nova queridinha de Hollywood ou a figura abstrata de um bestseller: eu penso em pessoas que eu conheço.

Nunca procurei sentindo nesse meu prazer específico. Mas aprendi os passos da minha dança e sempre que tinha vontade, eu dançava.

Até que, um dia, estava lendo algo de Oscar Wilde - ou algo sobre Oscar Wilde - e, em uma simples frase, ele conseguiu traduzir perfeitamente minha emoção: "Tudo no mundo tem a ver com sexo. Menos sexo. Sexo tem a ver com poder."

Era isso que me encantava. Era isso que me seduzia. Sexo era mais uma forma de poder. A mais basal e instintiva e, talvez, a mais absoluta. Era o poder que me deliciava em meus momentos íntimos.

Um juiz que deu ganho de causa a outra parte, uma advogada irritante, uma cliente boçal, meu chefe em um dia ruim... Qualquer uma dessas pessoas poderia cair sob meus encantos quando eu estava sozinha de noite com meu vibrador.

A moral social pode torcer o nariz para isso e dizer que é errado se sentir sexualmente atraída por alguém em um ambiente de trabalho. Mas eu não estava fazendo nada de verdade, estava? Não. Eu estava apenas cedendo aos meus desejos internos. Aqueles desejos, sabe? Que a maior parte da população prefere mentir e dizer que não sente.

E é por isso que eu penso em Lauren Jauregui.

Não, eu não tenho nenhuma paixão adolescente por ela.

Não, não é um relacionamente de amor e ódio.

Ela é irritante e muito inteligente. Me desafia de todos os jeitos errados e é justamente por isso que eu penso nela com frequência quando minhas mãos encontram algum lugar deliciosamente sensível para acariciar.

Se não posso me impor sobre ela em nenhuma situação verdadeira, eu, pelo menos, extravaso em uma situação imaginária. Não é uma questão de sexo. É uma questão de poder.

E, no fim das contas, eu não tenho nenhum poder sobre ela. Nenhum.

Mas isso não vai mais ser um problema: ela está indo embora. E tomara que nunca mais volte.


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Meus agradecimentos a stefanivarella, que disponibilizou a história em PDF, e tbm deu a ideia de dar continuidade a adaptação dessa história.

A Chantagem (Adaptação)                    [Em Correção Ortográfica]Onde histórias criam vida. Descubra agora