10 - Surpresa Desagradável

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O que é que eu faço agora?

Toda essa conversa de insistir em algo e segundas chances de Lauren só me fez
pensar em Alexia.

Não pensei que ela estivesse falando sobre… Ah, merda. E agora?

Eu não conseguia mais olhar para ela. A única coisa que me restava era correr atrás de Lauren, dizer para ela como eu me sentia e esperar que ela sentisse o mesmo.

Ela podia ter acabado de insinuar que queria algo mais comigo ou podia simplesmente estar preparando o terreno para sexo.

Mulheres também fazem isso, não fazem?

Como eu queria estar prestando atenção quando ela começou a usar o livro como
analogia para eu e ela. Mas eu estava pensando em Ballard e McCarthy e Alexia.

Não estava pensando nela. E agora, não importava o quanto eu me esforçasse, simplesmente não conseguia lembrar quais foram suas palavras exatas.

Subi as escadas e encontrei a porta do seu quarto fechada. Levantei a mão em punho para bater na porta.

Chega disso.

Diga que ficou com um homem casado. Diga que não sabia.

Diga que está com tesão por ela. Aceite o que ela disser de volta e pronto.

Respirei fundo e ia bater na porta.

Mas lembrei de algo que fez meu coração se fechar em sua conhecida e confortável casca impenetrável.

E daí?

E daí que eu fiquei com um homem casado? E daí se eu sabia ou não? E daí se Lauren fosse ficar enojada?

Aquela semana inteira trancada naquele lugar infernal me fez baixar a guarda. Fez com que eu me importasse com um bocado de coisa e um bocado de gente. Mas uma verdade era inquestionável: quando o mês acabasse, eu voltaria das férias para a minha casa, para o meu trabalho, para a minha vida.

Bem longe de Lauren e Shawn e Alexia e toda a sorte de loucuras que aquela vizinhança escondia.

De que adiantaria aquele trabalho inteiro? Só pra transar com Lauren? Eu ainda ficaria ali por mais algum tempo. Se a oportunidade se apresentasse eu transaria com ela. Se não se apresentasse, meus vibradores ficariam bem ocupados quando eu voltasse para casa. E pronto.

Já basta de congelar, de ficar sem saber o que dizer, ficar envergonhada e constrangida diante dela.

Joguei a mão com força em três batidas seguras contra sua porta.

- O que você quer?

- Sou uma convidada na sua casa e você está sendo grossa.

- Eu não sei o que fazer com você, Karla.

- E nem precisa. Eu sei o que fazer comigo mesma bem o suficiente. Obrigada.

- Queria que você falasse comigo. Mas não desse jeito. - apontou para mim - Queria que falasse como um ser humano.

- Não te devo satisfações, Michelle. - não fui grosseira, apenas objetiva - Você me beijou. Eu te beijei de volta. Não estava no clima para transar e te interrompi. Não quis ofender seus sentimentos.

Ela olhava para mim com um sorriso ultrajado e descrente nos lábios.

- Não me entenda mal. Você é muito bonita e sedutora. Mas eu não estava com vontade.

Ela mordeu o lábio com raiva enquanto balançava a cabeça afirmativamente.

- Mais alguma coisa?

- Vou até a casa da vizinha devolver suas coisas.

A Chantagem (Adaptação)                    [Em Correção Ortográfica]Onde histórias criam vida. Descubra agora