5 - Fotos e lembranças

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- Você não está entendendo. - expliquei firme, servindo mais uma dose de café na minha xícara - Você vai vir até aqui buscar esse sofá, hoje. Agora pela manhã. Na verdade, - continuei - Se eu fosse você, estaria vindo agora.

Lauren desceu apertando a gravata ao redor do pescoço e sentou na mesa na minha frente.

- Eu já percebi que você não me entendeu. Então, eu vou ser mais clara: você não pode pedir um depósito de cartão de crédito por um serviço que ainda não prestou, se comprometer a prestá-lo em um determinado momento e atrasar o procedimento.

O homem da lavanderia estava tentando argumentar do outro lado da linha. Em
vão, obviamente. Ia ser do meu jeito. Ele só estava demorando para entender isso.

- Querido, querido! - repeti para que ele se calasse - Não me importa. Eu já fiz um depósito inicial para um lavagem que deveria ter sido feita ontem. Se o serviço que eu solicitei não incluia você virem buscar meu sofá e depois devolver, vocês deveriam ter me avisado ontem quando eu fiz a solicitação, o agendamento e o pagamento. E agora você quer que eu agende de novo e pague para que vocês venham buscar?

Ele estava dizendo que o agendamento era para ontem e que eu não levei o sofá então ele supôs...

- Você supôs que eu ia te dar meu dinheiro para lavar meu sofá e depois ia desistir de lavar meu sofá e te deixar com o dinheiro que eu paguei para que você lavasse meu sofá? O senhor acha que eu sou idiota? - Ele estava tentando falar - Então, não me trate como se eu fosse idiota. Meu bem, você vai vir buscar esse sofá, agora. Vai lavar ele, hoje. Vai me devolver ele, hoje. Ou eu vou querer meu dinheiro de volta.

Ele estava dizendo que não tinha como fazer isso hoje de jeito nenhum.

- Querido, ou você me vê hoje pela manhã quando vier buscar meu sofá, ou me vê daqui a duas semanas em uma sala de audiência depois que eu te processar por propagando enganosa. Que propaganda? A que diz na sua página da internet que vocês pegam o material e devolvem em casa.

Ele explicou que seria por um custo adicional. Lauren deu uma mordida na torrada e me observou com admiração.

- Então, você deveria dizer isso na propaganda.

"Não deveria".

- Vamos ver o que um juiz vai dizer. E alguns jornalistas locais que eu conheço. Eles adoram esse tipo de discussão judicial envolvendo firmas locais e direitos do consumidor. Conheço pelo menos uns dois que escreveriam um gordo artigo a respeito.

Ele ainda queria argumentar. Ele tinha colhões, isso era verdade.

- Querido, estarei te esperando em, no máximo, duas horas. Se você chegar depois disso, não vai me encontrar em casa. Eu vou ter saido para fazer uma visita a redação de um jornal local e a um fórum.

Desliguei.

- O tubarão Cabello. - Lauren resmungou, servindo-se de café - Se ele soubesse com quem está lidando já estaria aqui.

- Por que você está me elogiando?

- Não foi um elogio. É uma constatação. Você não é horrível em tudo. - explicou.

- Ah, obrigada. - reclamei.

- Como eu disse: não foi um elogio. Quer dizer que foi no meu sofá que você deixou um estranho te comer?

- Por que você precisa falar desse jeito?

- Foi isso que aconteceu, não foi?

- Eu fiz amor com o cara, não precisa ser grosseiro quando descreve.

A Chantagem (Adaptação)                    [Em Correção Ortográfica]Onde histórias criam vida. Descubra agora