15 - Dor e Carinho

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Por que nós fomos parar na casa de Thierry é uma pergunta que eu nunca vou saber responder.

- Ela não acreditou.

- Você acha que ajuda se a gente também for falar com ela? - Rick quis saber.

- Não. - respondi junto com Thierry.

- Ela precisa de tempo. - deixei que ele continuasse - Vocês são muito novos para entender o peso que um casamento tem na vida de uma pessoa. Ela não vai simplesmente desistir assim.

- Mas ele nao vale de nada! - Alexia reclamou.

- Para você. E para nós, Ferrer. Mas ele ainda é o marido dela. E se ela acredita mais em um vizinho que no próprio marido…

- Bem, agora que vocês já foram até lá falar a gente precisa fazer mais alguma coisa. Não podemos simplesmente abandoná-la. Mais cedo ou mais tarde ela vai perceber que vocês falaram a verdade e vai precisar de alguém.

- E se a gente fizesse ela perceber? Shawn é a fim da Camila! A gente monta uma cena e a Lucy pega os dois nus!

- É o quê, garota? - agora era eu quem estava ultrajada - Nunca no universo. Pode arranjar outro plano aí, Pink, porque esse não vai rolar.

- Por que eu sou o Pink?

- A gente precisa esperar a Lucy perceber. Ela vai levar o tempo dela e o tempo é só dela. - gesticulei, tentando evitar pegar mais um biscoito, mas aquela porcaria era uma delícia mesmo - Ninguém tem que se meter.

- Mas e se ela nunca admitir? - era incrível como Rick sempre conseguia soar verdadeiramente preocupado com os problemas alheios. Era como na noite que ele veio ver se eu e Alexia estávamos bem. - Se vocês terem contado fez com que ela se distanciasse dos amigos, tudo que ela vai ter é o marido horrível dela.

- Ô vagabunda, por que que eu sou o Pink?

- Fedelha! Pare de me chamar devagabunda!

- Ei! Ei! - Rick estava batendo palmas. - Será que vocês duas podem se concentrar? O que a gente faz agora?

- A gente não faz nada! - decidi - Entendo sua preocupação, Rick, de verdade. Mas já fizemos o que podia ser feito. Cabe a ela decidir o que vai fazer da vida, agora. Não podemos pegá-la pela mão e cuidar para que ela nunca se machuque com nenhum problema da vida. E essa coisa de inventar planos é muito infantil. Temos que pensar e agir como adultos e, como adultos, se nenhum de nós pretende colocar Lucy em uma instituição para que alguém fique de olho nela 24 horas por dia e sete dias por semana, vamos ter que confiar na sua capacidade de tomar suas próprias decisões. Inclusive sobre continuar a amizade conosco ou não e se vai continuar casada ou não. Ninguém se mete, ouviu Clube dos Biscoitos?

Eles riram e repetiram o nome como se tivessem achado o máximo. Eu revirei os olhos, peguei mais um biscoito e fui embora.

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- Vai fazer o quê, agora?

Eu preferia Max. Se era para ter um bichinho de estimação, ele exigia consideravelmente menos atenção do que Alexia.

- Vou cuidar da minha vida. - expliquei com ar de obviedade.

- Vai voltar a arrumar as caixas da ex-mulher da sua namorada?

Ah, garota impossível!

- Primeiro, ela não é minha namorada. Segundo, não sabemos se ela é a ex-mulher
dela.

- Tinha um anel de noivado com…

- E terceiro! - interrompi - Acho que vou deixar a caixa do jeito que está para ela
escolher onde vai colocar aquelas coisas. Vou me concentrar nos outros detalhes que faltam para acabar com isso de uma vez e…
Ir embora.

A Chantagem (Adaptação)                    [Em Correção Ortográfica]Onde histórias criam vida. Descubra agora