Você consegue!
Rania encorajou a si mesma enquanto descia as escadarias que levavam em direção ao harém, local esse onde lhe fora dito que as tais concubinas esperavam-na. A jovem Imperatriz não sabia bem o que esperar, sabia o suficiente para ter certeza que a conversa não seria ao todo agradável, porém também esperava que não fosse realmente ter que encenar um combate. Nunca lhe passou pela cabeça brigar com outras mulheres pela atenção de um homem, e mesmo que esse homem fosse seu marido, isso nunca aconteceria.
Rania fora criada presenciando todo amor, e devoção, que seu pai tinha pela matriarca dos Amenaheed's e em seu íntimo aprendera que nada menos do que aquilo lhe seria aceitável, então, mesmo que seu casamento fosse para formar uma aliança entre reinos, somente pensar na hipótese de que teria que lutar pela atenção de um homem ao invés de tê-la de bom grado, a desagradava. Bufou. Não lutaria por sua atenção, pensou, mas lutaria pelo seu coração se visse que ele estava disposto a dar isso a ela. O que sabia ser verdade pois o mesmo deixo isso claro ao mandar lhe entregar, a poucos minutos atrás, dez lindos arranjos de lírios vermelhos. Uma flor cultivada somente nos jardins do Palácio. E em seu íntimo, Rania não só desejou, como sabia que Darius a queria. E por mais que não a dissesse em palavras, ele demonstrava isso cada vez que seus olhos se encontrava ou em que a tocava em devoção. Até mesmo em suas pequenas ações.
Desde quando ainda estava no navio rumo a Pérsia, Rania já havia tomado a decisão de enfrentar Dárius. Ter uma conversar mais séria sobre esse casamento. Desejava saber porque ele se mantinha longe, emocionalmente, dela. Não que a tenha deixado de procurar nos dias em que estavam a bordo, pelo contrário, em todo fim de noite quando regressava aos aposentos no navio ele a amava intensamente, se degustava de seu corpo e adorava a sua alma, tudo isso enquanto a tomava em seus braços.
Rania sentia como se ele quisesse devorá-la por inteira, gravar cada pequena parte de seu corpo, e o desejo era recíproco, em sua essência. Porém no dia seguinte ele lhe escapulia entre os dedos, saía de manhã cedo e novamente só regressava ao anoitecer, a tempo de tê-la em seus braços mais uma vez.
Ela não era ingênua, apesar de nunca ter tido nenhum tipo de relacionamento com outro homem, Rania entendia o suficiente para saber que o seu marido a desejava loucamente, mas não sabia o que o impedia de se aproximar demais após o sexo e aquilo a estava deixando maluca.
Todas as vezes que decidia confronta-lo, ele aparecia a noite e a calava com um beijo faminto, desesperado, e a amava loucamente novamente, isso a distraia o suficiente até o dia seguinte. Quando tudo se repetia denovo. Então agora, por estar no castelo, saberia que não teria como fugir, o confrontaria após a comemoração.
O som de vozes femininas a despertou de seus pensamentos a levando a se ver em frente a porta do harém, longe o suficiente para não ser vista, perto o suficiente para fazê-la suar em uma reação clara de nervosismo. Engoliu em seco, tentando sufocar a ânsia que lhe atingiu em cheio. Estava um pouco enjoada. Sentiu sua vista embaçada e com uma de suas mãos, disfarçadamente, procurou apoio na parede ao seu lado.
- Está se sentindo bem, senhora? - a jovem moça que a servia, Dara, perguntou percebendo o nervosismo de sua Imperatriz. Sua preocupação logo aumentou ao ver que o rosto de sua senhora havia levemente empaledecido.
Rania olhou a mais jovem por um segundo, Dara tinha quase certeza que sua senhora estava decidindo se deveria regressar aos seus aposentos ou se adentraria pelos portões do harém.
- Não se preocupe querida, estou bem. - garantiu, mesmo que ainda se sentisse levemente enjoada. - Vamos.
Assim que entrou Rania pôde ver meia dúzia de mulheres, todas jovens e bonitas, conversando animadamente. Uma coisa lhe atraiu a atenção naquelas mulheres, diferente de Rania, todas ali carregavam consigo fios dourados em suas cabeças. A Imperatriz franziu o cenho para sua dama em uma pergunta silenciosa, curiosidade essa que somente o homem que carregava o título de seu marido poderia responder.
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O Imperador Da Pérsia
Roman d'amour" - Seja minha. - o frescor de seu hálito atingiu a suave pele daquela mulher. - A desejo não só como Imperatriz, mas também como mulher. - Nunca! Nunca amarei um ser tão desprezível quanto você! - gritou com toda força em seu ser amaldiçoando o gra...