58-Supercorp - O Legado Luthor

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Kara tomou sua decisão na sala de interrogatórios do D.O.E em uma sessão privada com Lex. Enquanto isso Alex pilotava sua moto a toda velocidade voltando para casa. Lena meditava em sua cela no mesmo prédio que o irmão. Andrea ainda estava no hospital e Talia jantava com a irmã em um restaurante e enquanto analisava suas reações a fim de decidir se lhe proponha ou não uma parceria na cidade.

E enquanto isso do outro lado da cidade, Mad Sweeney finalmente se encontrou com a pessoa misteriosa.

— Senhora Luthor, por favor fique à vontade! — Ele abriu a porta do seu loft e ajeitou o tecido do terno que comprou especialmente para a ocasião.

— Não precisa me tratar assim Doe, sabe que eu te tenho como um filho independente do que vista ou como fale comigo.

— Eu preciso ter modos para cada ocasião que pretendo protagonizar. Me ensinou isso quando eu tinha quatro anos.

— Venha cá logo e me dê um abraço! — A esbelta mulher puxou o corpulento cavalheiro na porta para um acalorado abraço.

Os dois se separaram e foram sentar-se de frente para um quadro de Picasso valiosíssimo. Mad Sweeney, — ou Doe como ele foi batizado pela mãe — serviu Lílian de uma taça de vinho português especial. Ambos tinham passado e uma peculiar relação a qual para o ruivo, sempre fora a maior prova de que um homem precisa de um objetivo sempre, isso o permite viver um dia de cada vez.

John Doe foi um recém nascido abandonado a própria sorte em uma caçamba de lixo, junto com ele apenas um lençol cuja a marca tinha este nome. Os lixeiros o levaram até um hospital e de lá ele foi encaminhado para um orfanato britânico, porém sua ascendência irlandesa o fez logo ser discriminado no lugar, as outras crianças riam dele, — especialmente as mais velhas — e repetiam o desdem dos adultos. Não era uma boa década para ser irlandês fora da irlanda. Até que uma mulher que visitava o lugar todo ano olhou para ele de verdade.

Lílian Luthor e seus brilhantes olhos azuis focaram no menino ruivo e maltrapilho que por ali andava com o rosto inchado de chorar. Então lhe disse que ele não deveria demonstrar sua tristeza ou continuariam a provocá-la nele, que ele deveria ser forte desde aquele momento para no futuro ser um grande homem, que venceria tudo na vida e nunca seria olhado de baixo por ninguém. Lhe disse "Você precisa ter modos para cada ocasião que pretende protagonizar na sua vida, e como é a sua vida, você sempre é o protagonista!" e fez carinho no cabelo dele quando o mesmo ainda era pequeno e frágil, e aquela foi última vez que ele foi uma dessas duas coisas.

Daí por diante todo ano a mulher visitava o orfanato e conversava com Doe, mas nunca o tirou de lá ou deu qualquer privilégio até o ano em que ele completou quatorze anos, nessa visita lhe ofereceu uma escolha e ele aceitou. Viveria para ela infiltrado em meio a seus inimigos, a vida dele seria para ela, não sereia fácil, mas ela nunca poderia lhe pagar. Ele sorriu e lembrou a mulher que só teve uma vida depois de a conhecer, que sua mãe o jogou em uma caçamba de lixo e que por Lílian Luthor, ele morreria mil vezes, então, também viveria a vida que ela escolhesse.

Assim nasceu Mad Sweeney, um brigão arruaceiro irlandês que chegou ilegalmente nos Estados Unidos, durão, ele logo cresceu entre os seus conterrâneos a quem tanto sempre odiou. Algum tempo depois conquistou "O Consórcio" todas as cinco fações de National City, sendo um homem de confiança dos representantes, acreditavam que ele era um cão raivoso que obedecia suas próprias leis e os criminosos que o acolheram, mas ele era mais que isso, culto, educado e bem instruído, ele era o maior projeto de Lílian Luthor!

— Então Doe, o que me diz da situação atual?

Lílian orquestrou muitas coisas por baixo dos panos inicialmente, como vazar a informação da venda das miras termo automáticas da L Corp para Tobias Whale, sem que ele soubesse é claro de onde veio a informação, depois convidou Talia Tate dona da recém-criada Saluja Motors para National City e arranjou seu encontro com Andrea Rojas ao invés da L Corp por saber que uma Al Ghul jamais aceitaria ordens de uma Luthor e poderia tentar no futuro se apossar da L Corp.

— Lex está protegido assim como a Lena no prédio do D.O.E — o ruivo falou de vista baixa — não é provável que ataquem eles lá. Talia quer se reunir com a irmã e tomar o poder na cidade, agora sabendo de quem vai tirar a coroa. O Consórcio está atento as movimentações de poder mas não querem oferecer apoio a Talia ainda, não sabiam se tratar dos Luthors, mas tinham ciência de que o outro lado da balança não poderia ser batido por eles. Eu fiz tudo como esperava? Falhei em alguma coisa?

Mad Sweeney perguntou como um garotinho que busca a provação da mãe com o dever de casa.

— Sim, dos meus filhos você é o único que sempre age como eu espero Doe. Confesso que assim que soube que a Lena fez mais que emprestar dinheiro para Andrea Rojas eu detestei a coisa toda. Mas quando aquela mulher ousou tentar superar uma Luthor? Isso me incomodou bastante.

De fato Lílian poderia ter matado Andrea pessoalmente só pela arrogância.

— Porém depois de perceber a reaproximação da Lena com a Kara Danvers eu percebi que o problema era outro, até ajudei a Rojas só para que o orgulho de empresária aflorasse na Lena, a parceria com a Talia Tate foi uma grande jogada. Mas não adiantou.

— O rapaz, eu mandei matar ele sem questionar mas não compreendi, temi que se a Kara tivesse se ferido fosse contra seus planos.

— Nada disso, foi até melhor pois ele chegou perto do vespeiro da Lite Tech, eu tinha essa cartada para chantagear o Vassiliev, tenho dossiês de todos os cinco líderes do Consórcio e também, eu queria tirar Johan Akan do tabuleiro para forçar a Lena a escolher entre a Kara Danvers e o Legado Luthor, a morte do rapaz e o trauma na Comissária foi melhor que o esperado Doe, o trauma fez a Lena trabalhar ainda mais na Hope, alavancou a L Corp, mas eu fui negligente e não vi que ela estava se encontrando com aquela Policial por meses embaixo do meu nariz.

— Desculpa, eu fiquei de olho mas como precisava manter meu disfarce com o Consorcio e com a Talia. Eu deveria ter percebido.

Lílian balançou a cabeça de forma negativa e sorriu para o rapaz.

— Você foi excelente Doe, me informando com antecedência sobre os problemas com a Hope e as operações do D.O.E com os russos. Assim que Andrea Rojas me ligou eu soube que dar a ela um furo como o Vassiliev diminuiria os impactos da notícia dos problemas com a Hope, assim eu protegi a L Corp — Lílian sorriu e bebeu de seu vinho — e você foi perfeito Doe, meu menino! Matando aquele repórter no momento perfeito para Andrea Rojas levar a culpa perante as Danvers.

De fato, Andrea seria responsabilizada de um jeito ou de outro, a notícia já correu de que a matéria foi publicada por ordem dela, sua credibilidade acabou, assim que se recuperar ele provavelmente venderá a Catco a fim de reaver o maior montante possível antes de sua presença afundar a marca. E a Saluja Motors foi um inimigo em potencial que Lílian rastreou assim que as filhas do Demônio — Ra's Al Ghul — obtiveram suas heranças. O mesmo era um grande amigo de Lílian e trocavam cartas no passado.

Sabendo disso e do potencial da filha de um homem tão grande resolvendo trilhar sucesso nos Estados Unidos, ela fez questão de controlar a entrada da mesma na cidade, envolvê-la com criminosos e no momento certo destruir a Saluja Mortors e assim, aproveitar-se da estrutura criada pela mesma para que Lena alavancasse ainda mais a L Corp. No fim, tudo sempre foi pensado visando o Legado Luthor.

— E quanto a parceria das Danvers com a Talia, por que demos a dica dos russos por ela?

Lílian sorriu antes de responder.

— Pra ficar mais fácil ela ser associada ao Consórcio, vai parecer que ela queria só despistar e isso fez ela cair nas graças deles também. Uma vez que ela não tenha apoio dos criminosos vai realmente se retirar do nosso país.

— Pensou mesmo em tudo, mas e agora? — Elogiou o homem impressionado, pois ele só obedecia sem questionar detalhes.

— Com a notícia das acusações da Lena e do Lex se entregando o mundo espera um pronunciamento do D.O.E sobre o caso. A Lena precisa escolher se tornar ou não uma mafiosa digna do sobrenome Luthor. Eu não queria o Lex envolvido porém só nos resta aguardar, mas desta vez, ou ela faz o que eu quero, ou você pode matá-la!

— Entendido.

O olhar da matriarca Luthor deixou claro que Mad Sweeney deveria matar Lena caso ela aceite ser presa ou faça qualquer coisa indigna. Obviamente ela deve negar o máximo e se afastar de Kara. Lílian também conta com Lex a persuadindo, não acreditando que ele tenha se entregado de verdade, sabe que ele deve ter algum plano e que esse plano é maléfico, afinal, ela conhece o filho que tem.

Porém em sua cela no meio da noite, Lena recebeu uma visita inesperada.

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