20-Supercorp - O plano da Olga.

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No porão, as coisas começaram a ficar interessantes. E o desenrolar do plano da brilhante Olga se iniciou.

Ela e Chance estavam na sala do moreno dando os retoques finais e olhando pro monitor do notebook militar do rapaz.

Ela sentou no colo do parceiro, o entorpecendo com o perfume do seu cabelo, enquanto ele a fazia sentir-se segura sempre que a envolvia com os braços.

— Acha que vai demorar? — Ela perguntou pensativa.

Ele por sua vez queria dar uma resposta muito inteligente, mas não sabia qual.

— O plano é todo seu, pensar nele em seis horas foi impressionante levando em conta que o Tobias só te disse o que queria e você apresentou o melhor plano possível, acho que tudo vai correr de acordo como sempre.

Ela gostou da resposta e demonstrou isso com um beijo apaixonado e lento.

— Os imbecis já estão em posição pro assalto — ele respondeu olhando o celular — vou checar a câmera no local da entrega do resgate.

Ele digitou alguns comandos e a imagem apareceu, fazendo Olga rir.

— Eles são espertos — ela comentou — já tem drones de vigilância sobrevoando alto no local, tá quase na hora e a Lena Luthor deve chegar em breve com o dinheiro.

O casal levantou e colocou máscaras de pano cobrindo o rosto e levaram consigo o notebook até o porão onde Sam estava.

Assim que entraram Chance entregou o aparelho pra parceira e pegou uma mesa dobrável colocando ela a frente de Sam, em seguida retirou a venda dela e a mordaça, mas ela permanecia amarrada na cadeira.

— Lembra quando eu te falei que ia querer fazer uma coisa pra mim? Tá quase na hora.

Ela olhou pra ele confusa.

— Estou ouvindo.

Ele ajoelhou ao lado dela e começou a digitar no computador.

— Sabia que a Usina de energia nuclear da cidade fica a menos de vinte quilômetros de onde a sua amiga Lena estará em cinco minutos com o dinheiro?

Sam entendeu agora, eles queriam que ela sabotasse a usina.

— Meu Deus, eu não vou participar de um ato terrorista!

Mas Olga riu, e mesmo com a boca coberta pela máscara o parceiro imaginou perfeitamente o sorriso sedutor antes dela falar.

— Não é isso que queremos — ela olhou pro rapaz — pode fazer agora!

Ele começou a digitar mais e mais comandos e colocou tela sobre telas várias vezes.

— A L Corp forneceu os equipamentos do sistema que resfria os cotonetes de ogiva caso eles sobrecarreguem, mas para evitar um desligamento acidental só o Coordenador da Usina e a L Corp tem acesso ao prompt que faz essa operação — ele riu — esse nem eu posso hackear pois passa pelo servidor do pentágono, protocolo padrão em todas as usinas, mas você pode.

Sam imaginou o estrago, desligar toda a energia da cidade poderia causar um verdadeiro caos, levando em conta que mesmo com a Obsidiana do Norte, a usina ainda guarneci grande parte da cidade e prédios públicos, além de escolas e universidades dentre vários outros ramos.

— Eu não vou fazer isso, de jeito nenhum!

Ele mostrou pra ela uma imagem de Lena no local da entrega colocando a mochila no bueiro e esperando a ligação no local.

— Eu te falei que o sistema elétrico não é tão seguro assim? Acho que esqueci, eu desliguei o alarme local — começou a digitar avidamente — e agora estou sobrecarregando a pilastras de captação de energia, temos quatro cotonetes de ogivas, estimo uns cento e oitenta quilômetros quadrados de destruição, umas seiscentas mil pessoas incluindo a sua amiga vão morrer em dez minutos, e a sua filha se estiver perto do local, a polícia deve estar com ela em algum carro disfarçado ali perto.

Só de cruzar o olhar com o do rapaz Sam soube que não era um blefe.

— Você não parece má pessoa cara porque tá fazendo isso, vai mesmo matar toda essa gente?

Chance sorriu por baixo da máscara, exatamente como Olga previu.

— Ele não vai matar ninguém — ela falou alto e puxou Sam pelos cabelos pra cruzarem o olhar — você é que vai, se não acionar o sistema de resfriamento da usina nos próximos cinco minutos.

Sam olhou nos olhos da sequestradora e temendo carregar a culpa por isso, concluiu que seja qual for o motivo deles, não deve incluir tantas mortes quanto as que ocorrerão caso ela não faça o que eles mandam.

— Tudo bem, eu vou fazer!

Olga abaixou a cabeça da outra para que não a visse piscando pro parceiro.

— Liga pra Luthor e manda ela esperar no local, eu ligo pros imbecis e aviso pra estarem prontos em cinco minutos.

Chance observou atentamente enquanto Sam entrou no sistema que passa pelo servidor do pentágono e acionou o resfriamento da usina, segundos depois e as comportas de nitrogênio líquido se abriram automaticamente resfriando os cotonetes.

Em consequência disso a energia foi desligada e tudo que a usina alimentava parou de funcionar.

Sam estava com os olhos fechados chorando, se sentia uma terrorista. Por sua vez Chance a tocou no ombro e olhou pra ela com muita compaixão. E ainda que pela máscara apenas os olhos dele pudessem ser vistos por ela, foi o bastante no momento.

— Vou informar a polícia sobre o seu paradeiro em alguns minutos Samantha — ele falou descontraído, amarrando as mãos dela na cadeira novamente — tem outra refém no quarto ao lado, sua diarista, ela tem diabetes mas eu já dei a injeção de insulina nela e tem mais uma ali pro caso do stress ser demais e ela precisar de outra.

Antes dele a amordaçar, ela cruzou o olhar com o dele.

— Obrigada, por não me matar — ela quase sorriu — isso foi gentil da sua parte.

Ele acenou pra ela e a amordaçou para na sequência colocar o saco de pano preto na cabeça dela.

Ela só ouviu a voz da outra mulher gargalhando.

— Próxima parada, Grécia!

Enquanto isso o assalto ao centro de Distração não corria como o esperado.

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