50-Supercorp - Movimento

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Andrea caminhava por sua sala ridiculamente exposta como uma soberana que teme perder seu império. E não era para menos, sua parceria com a Saluja Motors ia de vento em polpa e a Obsidiana do Norte estava gerando um lucro absurdo. Porém setecentos e cinquenta milhões de dólares foram investidos na Catco, o retorno mensal fora os custos da máquina deveriam ser de, pelo menos, dois milhões, porém faz dois meses que os lucros caíram.

As notícias eram sempre iguais, fofoca de artistas, realitys, escândalos do esporte, algo envolvendo ex-atores da Disney, ou alguma questão política que pouco impactava realmente os consumidores do folhetim digital. A parte Global ainda era diversificada o bastante para gerar acessos, mas a parte nacional estava muito parada, sequer o retorno da Comissária da cidade impactou a nível local.

Logo a bela Rojas organizou uma reunião apenas com o Dream Team. Nia, Winn e William. E as novas aquisições, Shioban — que cresceu muito nos últimos meses — Janice que cuida das fofocas e Karl que é o responsável pelos esportes, ambos os segmentos ganharam suas próprias divisões após e reformulação.

Andrea estava linda vestindo uma saia preta com blusa branca e saltos creme, simples, jovial e elegante. Porém frustrada na mesma medida que bela.

— Convoquei essa reunião com a intenção de que juntos nós sete consigamos definir o que há de errado com os americanos? Por que não querem mais ler a Catco? A concorrência está fazendo alguma coisa que nós não fazemos?

— Sim. A resposta é sim — Shioban levantou a mão e ficou de pé revelando suas belas curvas no vestido preto — em Starling City temos um bilionário que se arrisca o tempo todo, prende bandidos e namora estrelas de cinema, cada término rende muitas fofocas.

— Está sugerindo Stalkear alguém? Como a minha amiga Jennifer Nocturne? — A CEO foi direta.

— Não exatamente Chefe, é mais uma questão de dar ao público o que ele quer — Shioban sorria por ter conseguido atenção — em Gotham é a interminável lista de bandidos procurados e presos, hoje anunciam vinte, amanha prendem dez deles. As pessoas aguardam o noticiário ansiosas pelas listas, é na hora do jantar, um momento sagrado! Precisamos de um grande furo que vá impactar a todos e nos marcar como fonte de notícias.

A fala provocou desconforto em Nia e Willam, menos em Winn cujo desconforto já era natural. Mas o Karl balançava a cabeça sorrindo, o que fez todos olharem para ele, o rapaz loiro e com pinta de ex atleta da faculdade nem ficou de pé.

— Vocês são pessoas inteligentes, mas não estão pensando. Essa cidade ama as Danvers, a Kara acabou de voltar de um recesso de luto, aposto que ela vai fazer alguma coisa interessante — sorriu confiante — e não queremos nos meter entre a Jennifer e a Alex, ou seja, vamos voltar ao molde comum. Endeusar as Danvers, no caso, a Kara Danvers.

Andrea não gostou nada disso, enaltecer a ex-paixão de sua ex-namorada. Mais improdutivo impossível. Porém estava perdendo milhões pois uma vez que a Catco não dá o lucro necessário ela perde valor de mercado e se não dá dinheiro, perde dinheiro. Uma ideia, bastaria uma boa ideia. Porém seus profissionais de ponta estavam calados e o mais simplório deles pareceu também o mais inteligente, o que é um alerta.

Então Andrea Rojas olhou para a gaveta de seu escritório cujo fundo falso esconde um cofre compacto feito de um metal muito resistente. Dentro do aparato estava um aparelho analógico que veio junto com um para Talia, as duas deveriam entrar em contato apenas em emergências, seja quem for nunca pediu nada em troca das dicas que ofertou meses atrás. Todavia, disse que poderiam entrar em contato durante emergências, e a CEO se sentia assim.

— Saiam todos! Eu vou pensar em alguma coisa por mim mesma.

Assim todos fizeram e a bela Rojas ficou em sua sala até a maioria deles deixar o andar, então pegou discretamente seu telefone e fez uma ligação. A pessoa lhe atendeu, ouviu sua solicitação e lhe mandou aguardar.

***

Na cobertura de Lena, a morena esbanjou beleza desfilando com um shorts azul curto e uma blusa branca justa, já Kara vestiu um roupão branco após tomar banho e as duas assistiam a uma série deitadas na cama da Luthor.

— Eu amo te ver sem roupas de trabalho Lena — Kara falou e puxou a outra para perto.

— Já eu amo te ver sem roupa nenhuma Kara — Lena igualmente desesperada por um beijo, pulou por cima da namorada e começou a beijá-la intensamente.

Lena tem adorado as noites em que inventa alguma desculpa com as amigas para se encontrarem, ficam juntas e trocam alguns beijos escondidas, longe de janelas ou de câmeras em geral, mas uma vez por semana elas despistam tudo e todos e aproveitam para se amar. Claro que algumas pessoas sabem, Lex e Alex, e Jonn Jonnz, e obviamente o Barry Allen, mas os outros não, mesmo Sam Arias não sabe, ainda.

Os beijos foram se intensificando cada vez mais, nenhuma peça de roupa foi retirada ainda e as duas demonstravam sua paixão uma pela outra com a língua, até que os dois telefones tocaram juntos, praticamente sincronizados, o que pela experiência delas nunca era coisa boa, quando tocaram pela segunda vez, e desta vez não mensagens apenas e sim chamadas de voz, elas interromperam o beijo, se olharam e atenderam.

Kara sentou na cama. Lena ficou de pé. E as duas só conversaram em poucas palavras com as pessoas do outro lado da linha, confirmaram e desligaram quase ao mesmo tempo. De todo modo ao se olharem notaram ser coisa séria, Kara indicou com um aceno para que a namorada falasse primeiro.

— Tem um problema de software com a Hope, ela está falhando em sincronizar com os aparelhos diversos. O que não aconteceu nos testes, a Sam já está indo para a L Corp.

Com um sorriso forçado e um arquear de sobrancelhas a de olhos verdes indicou a outra que falasse de uma vez.

— Brainy achou os responsáveis pela morte do Johan. Quem deu os tiros já morreu. Mas os responsáveis agora serão punidos finalmente, eu pedi atualizações a qualquer momento, desculpa estragar a noite.

— Não meu amor, não diz isso por favor, não pense que eu estou chateada Kara — Lena sentou na cama ao lado da namorada — eu sei o quanto isso significa pra você, eu não vou poder estar ao seu lado, mas sabe que do nosso modo, eu estarei com você.

Kara se inclinou e beijou a namorada lentamente, como se desejasse capturar o gosto de Lena e seus lábios maravilhosos para fazer durar até se verem novamente. Foram interrompidas pelos telefones vibrando, mensagens chegavam novamente, atualizações tanto do D.O.E quanto da L Corp. Se vestiram juntas e foram pro elevador juntas, quando a porta do mesmo se abriu no térreo e cada um deveria seguir por um caminho, caiu a ficha, dariam saltos importantes em suas vidas pessoal e profissional, tudo mudaria depois disso, mas estariam juntas e nada mais importa.

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