6-Supercorp - Confiança?

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Lena Luthor ligou para Felicity Smoak como seu recurso especial, e assim que a loira atendeu a morena respirou um pouco aliviada.

— Felicity, eu não acredito que é a segunda vez hoje que nos falamos! — Lena falou casualmente empolgada.

E do outro lado da linha a loira estava pintando as unhas e de pijama rosa.

— Digo o mesmo Lena, só que agora é um problema e não uma informação interessante.

A morena já teve sua cota de informações interessantes do dia.

— Por favor me ajude! Se esse carregamento de miras termo automáticas cair em mãos erradas vai ser um problema.

Por sorte, Felicity é a melhor no país quando o assunto é informação e computadores. Pela manhã ela interceptou uma enorme movimentação bancária sendo realizada, e ao investigar descobriu que Bernardo Rojas vendeu para o governo americano a Obsidiana — e todas as estações de energia — por um bilhão de dólares, e que transferiu para a filha oitocentos milhões, os quais ela se desfez de setecentos e cinquenta para comprar a Catco do filho mais velho e herdeiro de Cat Grant, Adam Grant.

O que deixou Lena bastante curiosa quanto ao motivo pelo qual a namorada não lhe contou sobre a nova aquisição.

— Trata-se de um problema em duas etapas — falou a loira — o ativamento do equipamento só pode ser realizado com o código que está na Área 51, não depende da internet, mas para quebrar sua criptografia seria preciso conectar a Internet ou a um supercomputador, ou de mim, posso monitorar os supercomputadores que tenho conhecimento por perto assim como outros hackers que talvez conseguiriam, mas eu não tenho acesso as imagens dos satélites que o governo comprou da L Corp.

Lena balançou a cabeça em negação.

— Felicity nem eu tenho acesso, por medida de segurança quando eu projetei eles com a minha equipe o Lex me pediu pra não colocar nada do tipo nos códigos, porque cedo ou tarde alguém descobriria.

A loira concordou em pensamento primeiro.

— Fez bem, mas Lena, o que essas miras fazem de tão especial?

— Como assim?

— Foram mil e seiscentos aparelhos por trinta e um mil, sento e vinte e cinco dólares, um total de cinquenta e sete milhões e oitocentos mil dólares, é muito caro pra um equipamento militar individual — relatou a loira devagar mas em tom de casualidade.

A outra pensou um pouco a respeito.

— Na verdade é bastante simples Felicity, um aparelho de visão térmica comum é enorme e pesa uns cinco quilos, o meu pesa menos de quarenta gramas e permite ao soldado enxergar em tempo real través de uma parede por exemplo, e efetuar disparos precisos, ainda não existe nada parecido no mundo, estes são apenas o modelo de teste e não devem sair do país.

Felicity raciocinou rápido.

— Lena, e se o governo estiver por trás disso?

A de olhos verdes considerou, e até poderia ser possível.

— Eu não duvidaria Felicity.

— Se você descobrir eu aposto que alguém na Casa Branca ou na Defesa vai ficar te devendo um baita favor.

Só que Lena sabe que não é bem assim quando se lida com o governo. Presidentes vão e vem a cada oito anos no máximo, o Secretário de Defesa por outro lado costuma permanecer por quarenta anos no cargo, de fato certas coisas o Presidente sequer toma conhecimento.

— Eu não poderia fazer muito na verdade, se eu cutucar eles vão querer revidar e me investigar a sério — disse fria — e eu teria muito a perder se fosse aberta uma investigação federal contra mim ou a minha família.

— Ok Lena, farei o possível e te manterei informada.

— Obrigada Felicity.

Assim que Lena desligou o telefone e o aparelho bloqueador de escutas, abriu a porta do escritório dando de cara com Sam.

— Lena, parece que um repórter da Catco queria falar com você, até ficou de esperar mas quando a secretária foi ao banheiro ele partiu — comentou levemente preocupada — sabemos quem ele é, a Evie o reconheceu como William Dey, me autoriza entrar em contato com a Catco?

Mas o pedido recebeu um gesto negativo como arauto de resposta.

— Não é necessário, eu mesma vou a Catco resolver isso, e como anda a investigação do extravio?

Sam olhou em seu tablet.

— O governo ofereceu total transparência na investigação e solicitaram relatórios atualizados sobre o andamento das nossas medidas a cada duas horas.

Lena pegou um casaco e a bolsa.

— Perfeito Sam, resolva tudo por aqui da melhor forma, eu confio em você, enquanto isso eu vou resolver logo essa questão da Catco.

Alguns minutos depois e a bela Luthor estava aguardando — e furiosa — para ser recebida na sala da nova CEO do império midiático global. Ainda sim, surpresa seria um eufemismo para descrever a reação de Lena ao ver William Dey e Andrea Rojas conversando animados e lado a lado, sozinhos na sala da castanha.

— Interrompo? Me disseram que podia entrar — os olhos verdes da Luthor focados na namorada.

William assim como a maioria dos homens não percebeu de imediato o clima tenso que permeava aqueles sorrisos cordiais entre as damas. Mas Andrea sim.

— Sim, digo não, não interrompe nada — comentou a CEO ficando de pé — o Will já estava de saída, ele só veio me trazer uma coisa e compartilhar uma suspeita, não é isso Will?

Ele prontamente se levantou.

— É claro, foi um prazer vê-la senhorita Luhtor, espero poder entrevistá-la no futuro não muito distante.

— Veremos meu querido — respondeu imitando a madrasta.

Quando o atraente moreno se foi, as duas mulheres puderam se olhar com menos pudor. E os olhos de Lena faiscavam de tanta emoção contida.

— A sala de espera fica do outro lado da única parede que não é de vidro transparente, charmoso Andrea — falou devagar e fria — então você comprou a Catco essa manhã sem ao menos comentar comigo e depois manda um repórter pra me investigar, e ele sai convenientemente após a minha secretaria se ausentar, tem algo mais que eu precise saber?

Andrea buscou em seu vasto vocabulário palavras que pudessem descrever o quão sexy Lena fica quando com ciúmes, e que no momento estava sentindo uma vontade quase incontrolável de rasgar as roupas da outra ali mesmo e a beijar todinha da cabeça aos pés.

Mas se a falecida Cat Grant respeitaria algo, seria o humor e trocadilho que a castanha acabou de pensar enquanto levantou a folha única do que seria a capa de uma revista com o rosto de Lena estampado.

"Uma imagem vale mais que mil palavras"

— Surpresa! Eu quero que a primeira edição comigo no comando tenha a foto da minha namorada linda na capa.

Os surtos de meiguice de Andrea até que eram divertidos na opinião da namorada, isso claro, quando não aconteciam em momentos sérios como este.

— Escuta Andrea, eu não gosto quando as pessoas me apunhalam pelas costas, isso desperta o pior em mim!

A outra levantou, mas se conteve ao lembrar-se que não poderia acalmar a namorada com um beijo dentro da sala ridiculamente exposta com paredes de vidro.

— Aconteceu Lena, uma transação de negócios e eu tomei uma atitude condizente com a empresária que eu sou, somos namoradas mas também rivais e donas de empresas multimilionárias, e eu não estou nem te pressionando sobre a foto que recebi de você com a Kara Danvers no incidente da inauguração, ou do suposto "clima" que o Will falou que presenciou entre você e a sua vice-presidente, só pra deixar claro!

As coisas definitivamente não estavam indo bem nessa relação que poucas horas atrás estava perfeita.

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