Elizabeth
Naquela mesma noite quando cheguei no meu mais novo apartamento que me mudei recentemente, só queria tomar um banho, relaxar e esquecer completamente os acontecimentos recentes da minha vida. Não queria pensar muito sobre tudo, minha cabeça doía, meus pés estavam inchados e minhas mãos não estavam diferente dos pés.
Depois de um longo banho quente, vesti o meu pijama mais confortável, que era basicamente uma camisa amarela larga e velha dos Thundercats e um short azul folgado. Sequei meu cabelo vermelho com a toalha mesmo, o vendo melhor no espelho percebi que minha raiz já estava começando a crescer, teria que retocar novamente em breve.
Me joguei no sofá disposta a pedir comida chinesa para o jantar, não tinha o costume de cozinhar, na verdade era péssima na cozinha, tinha comprado panelas novas que estavam pegando poeira nos armários, não arriscaria queimar a casa inteira comigo dentro. Jack sempre fazia nossas refeições, ao contrario de mim, ele tinha habilidades culinárias dignas de dar inveja.
Espera. Não deveria está pensando em nada relacionado a ele, essa noite queria dormir tranquilamente e esquecer os meus problemas, por mais que não possa ignorar essa questão para sempre, mas apenas por hoje eu gostaria de dar um branco na minha mente.
Pedi a comida que não demorou menos de 20 minutos para chegar, acho que pelo fato do restaurante ser a 5 quadras daqui ajudou bastante. Peguei uma tigela na cozinha despejando o yakisoba dentro, não gostava de comer naquelas embalagens de plástico, elas sempre queimavam minhas mãos. Assim que já estava preparada para comer, ouvi o toque o meu celular ecoar por todo o apartamento.
Suspirei cansada, certeza que era Katherine, novamente ignorei suas ligações, queria lidar com tudo primeiro antes de ir para o outro lado do mundo com os meus irmãos e meu ex marido, esse tipo de coisa levava tempo para ser processado. Paguei o celular que estava jogado em cima da cama e o que me surpreendeu foi ver que não era Kat e sim a minha mãe.
Não falava abertamente com ela tinha um tempo, trocávamos apenas breves mensagens e interações no grupo da família. O fato dela está me ligando em chamada de vídeo me surpreendeu também, alguém deve ter ensinado a ela, possivelmente Alie, a minha sobrinha de oito anos.
— Oi. — Disse ao ver uma bela mulher que não parecia ter mais de 40 anos. — Fico feliz que saiba usar um dispositivo móvel, que antes considerava uma abominação na vida dos jovens.
— Engraçadinha. — Aquelas pequenas rugas que ficavam ao lado de seus belos olhos azuis se contraíram após aquele pequeno sorriso que passou por seus lábios. — Ainda acredito que é uma abominação, mas uma abominação útil.
— A senhora não engana ninguém, mãe. Sei que adora as invenções da era moderna.
— Que seja. — Contraiu o olhar. — Está sozinha? Jack está aí como você?
O meu coração acelerou, queria dizer 'Não mãe, Jack não está aqui comigo, porque não morávamos mais juntos desde que nos separamos'. A minha mente gritava por essa resposta, mas a minha boca contrariada disse outra coisa:
— Não, ele está tomando banho. — Mentirosa, mentirosa, mentirosa. — Por quê?
Pela distância que estava o celular do seu rosto, pude ver que ela deu de ombros sutilmente.
— Apenas queria ter um papo mãe e filha, faz tempo que não fazemos isso.
Não vou negar que sentia falta de conversar com ela, desde pequena, mamãe foi a pessoa que mais me compreendeu, sentia falta dela, sentia falta de passar os dias na cidade onde nasci e que deixei para fazer faculdade do outro lado do país.
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Todas as Formas
RomanceEu não sou um produto de minhas circunstâncias. Eu sou um produto de minhas decisões, algo que Elizabeth Braga sempre levou contigo, cada decisão e passo de sua vida era totalmente calculado, afinal não se chegava ao sucesso agindo por impulso. Era...