Todas as Formas

CAPÍTULO 18

Elizabeth

 Olhei para a enorme quantidade de água a minha frente, a brisa fresca beijava meu rosto fazendo meus cabelos acompanharem seus movimentos, apertei ainda mais meu hobby sob meu corpo, aquele enorme lago continha memoria da vida de uma garotinha, memorias boas e ruins e apenas uma que preferiria esquecer para sempre.

Era uma noite tão similar a essa, se aquela garotinha não tivesse o sono tão leve e uma fome tão grande, algo terrível teria acontecido... Não, balancei a cabeça, tinha que me esforçar para esquecer aquela noite, não se lembrar dela, os anos de terapia tinha que servi para alguma coisa. Em vez disso, poderia apenas admirar o dia de hoje.

Quando Jack desistiu de ir à cidade apenas por eu estar cansada demais para isso, ou de como ele ajudou River e Enzo com a construção do altar, e depois de uma longa tarde de trabalhado todos pularam no lago, até Adam acompanhou os homens adultos que ficaram horas ali entre eles, a pequena Alie ficou com um pouco de ciúmes e se trancou no quarto pra brincar de boneca. Kat e eu ficamos o final da tarde fazendo o cronograma da semana, ela queria a minha ajuda na decoração, com buffet, vestidos das madrinhas, bolo... Tudo que envolvesse o casamento, ou seja, seria uma semana agitada, mas estou feliz com isso. Kat está realmente apaixonada e feliz, quero apoiá-la como irmã mais velha e criar lembranças desse momento especial juntas.

Sorri, quando me casei, Kat me ajudou em tudo e chorou como nunca na cerimônia, queria fazer o mesmo por ela. Era uma forma simples de agradecer por tudo.

— Não vai entrar?

Pulei de susto ao ouvir a voz masculina atrás de mim.

— Santo Deus. — Levei a mão ao peito, sentindo meu coração acelerado.

— Desculpe. — Mesmo com a pouca luz da noite, pude ver que ele sorriu. — Não queria te assustar.

— Não se chega silenciosamente assim atrás de alguém.

— Eu te chamei, bunny. — Deu de ombros. — Você apenas não ouviu.

Encarei aquele homem que usava uma camisa branca e uma calça moletom. Aquela pose típica, das mãos dentro dos bolsos da calça, os pés com uma certa distância um do outro, seu cabelo estava preso em um mini coque no topo da cabeça, o que dava um ar de clareza as feições do seu rosto.

— Todos já foram dormi? — Pergunto.

— Sim. Menos a sua irmã que estava atacando a geladeira.

Não evitei em soltar uma gargalhada.

— Isso é munição suficiente para provocá-la amanhã.

— Disso eu não tenho dúvida. — Disse sarcástico.

Cruzei os braços na altura do peito quando senti um leve friozinho, isso fez seu olhar acompanhar meu movimento, pode ser sido coisa da minha cabeça, mas vi seu maxilar se contrair por um milésimo de segundo antes de olhar para mim novamente.

— Por que ainda está aqui fora?

Foi a minha vez de dar de ombros.

— Estou sem sono. — Menti.

Estava morta de cansada, só estava esperando-o dormir primeiro para depois ir para cama, que iriamos dividir juntos. Era estranho, não tocamos nesse assunto desde que chegamos, não queria dormir no chão e não faria isso com ele, mas ainda assim, dormimos na mesma cama quando éramos um casal, por mais que conhecemos um ao outro muito bem, agora somos apenas dois estranhos com meras lembranças de um relacionamento.