Capítulo 26

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Sinto um certo desconforto por está na poltrona que tem em meu quarto

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Sinto um certo desconforto por está na poltrona que tem em meu quarto. Mas não me importo com isso, desde o episódio de ontem que Laura torturou sua prima, não consegui dormir a noite inteira.

A forma como ela reagiu diante a tudo, demonstra o quanto foda minha mulher é. Mesmo que nesse exato momento dormindo na minha cama, ela parece indefesa.

Laura está agarrada a minha filha, que está com uma perna em sua cintura, Laura está com o rosto no cabelo castanho de Maya. Admiro a bela imagem diante meus olhos, essas duas são tudo que eu tenho nesse mundo fudido que me ronda.

Não posso nunca deixar algo machucar minhas meninas, nem que isso custe a minha morte, valerá a pena morrer por elas. Minha alma fodida estará em paz, mesmo que eu esteja condenado ao inferno, não precisamos ir para o céu para descansar nossas almas sombrias, a minha estará descansada quando eu ver minhas meninas seguras.

Tombei minha cabeça de lado tentando dispersar meus pensamentos, encarei a janela do quarto com a cortina escura, soltei uma lufada baixa e me ergui da poltrona. Em passos apressados caminho até o banheiro do quarto, tirei minha calça de moletom e entrei no box, liguei o chuveiro na água fria.

Soltei um suspiro por conta do contato da água fria com a minha pele, ficou alguns minutos de cabeça baixa digerindo tudo que anda acontecendo, parece que tudo que conquistei durante anos está evaporando pelas minhas mãos. Durante minha vida inteira sempre soube o que faria, construiria minha tão sonhada empresa, seria um ótimo engenheiro mecânico, funderia com todos ao meu redor por tentar roubar o que me pertence.

Mas parece que nada está saindo como eu imaginei, não depois de perder Amélia da forma que a perdi, tudo pode desmoronar em um simples piscar de olhos. Meus pensamentos me levam de volta para o pânico que senti quando encontrei Maya com a maldita louca prima de Laura, a culpa inundando seus lindos olhos verdes.

A forma como a minha mulher defendeu minha filha, como ela a torturou diante de todos os membros, não se importa com nada, apenas querendo o que eu mais desejava, vingança. Eu terei a minha vingança, não sou homem que fica chateado, muito menos que perdoa nunca, eu apenas me vingou, destruiu aquilo que a pessoa mais ama e almeja.

Farei exatamente isso com aquela ordinária por ter colocado suas mãos sujas em minha filha, destruirei todos ao meu redor. E minha vingança começará a partir de hoje, não me importou com nada nesse maldito momento.

Com meus pensamentos borbulhando desliguei o chuveiro, estiquei minha mão pegando uma toalha e a enrolei na minha cintura, caminhei em passos lentos até a pia onde encontrei a maquininha para aparar minha barba. Assim que terminei meu trabalho resolvi trocar as argolas dos meus piercings por outra mais reta.

Caminhei para fora do banheiro entrando no quarto, minhas meninas ainda dormem jogadas na minha cama, entro no meu closet optando por uma calça jeans preta com rasgos nos joelhos, uma blusa da mesma cor e minha jaqueta de couro. Calcei meu coturno e deixei meu cabelo em meu inseparável coque frouxo.

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