Isabela desde sempre teve que lidar com a ausência dos pais. No dia das mães e dia dos pais, por exemplo ela nunca levou um deles para a festinha de escola.
A falta deles a deixa triste e ela imagina se fosse tudo diferente, mas mesmo machucada ela já estava acostumada a ser sempre sozinha.
Ela sentia como se ninguém se importasse verdadeiramente com ela, e de repente um homem se demonstra muito protetor a ela, ela se sente confusa com seus pensamentos.
Talvez a falta de atenção que ela teve na vida toda estivesse fazendo efeito agora, acaba se entregando para o mínimo de atenção e sofrendo logo depois.
Ela ouvia as palavras de Dandara que viam como uma água fria para ela, ela estava sendo rebaixada. Não sabia o que dizer ou fazer.
Ela não iria dar o luxo de chorar na frente da mocreia da Dandara, então segurou firme.
Ela não acredita verdadeiramente nas palavras de lobo, mas ela quis curtir o momento enquanto podia, ela nunca recebeu tanto carinho antes... ela só estava carente.
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Lobo vai a boca preparar o castigo de Manuel, ele não iria deixar passar batido.
Ele antes estava leve e calmo, mas agora está furioso e sedento por sangue.
Ele pega o rádio e liga.
- pode mandar buscar o Manuel e levar ele pro mato.
A voz de lobo era carregada de energia pesada.
Chegando no matagal afastado da favela ele encosta a moto e avista Manuel deitado no chão amarrado.
Ele tentava falar.- Lobo, me escuta cara, eu não tinha a intenção de fazer nada, eu só achei que ela era uma qualquer, não que era sua mulher.
Lobo franziu o senho.
- cala sua boca rapá, não vim aqui ouvi explicação não.
Lobo olha para os vapores que estão com pedaço de madeira gente em mãos.
- já podem começar.
Eles começam a bater em Manuel, ele gemia de dor as vezes, os sons podiam ser ouvidos das pancadas nada delicadas que davam em toda parte de seu corpo magro.
Os vapores enquanto batiam, falavam coisas do tipo: " tá maluco de mexer com a mulher do cara"
"Tinha que levar bala, essa porra"
"E a mulher do chefe pow"Manuel estava totalmente dolorido, ele gemia de dor, ele com certeza nem olharia mais para a "mulher do chefe"
Lobo olha para a faca que um dos vapores carrega na cintura.
- passa a faca aí menor.
- por favor, não, por favor... Eu te imploro.
- cala a boca maluco, vai ficar sem orelha.
Um dos vapores de confiança do lobo não acha que isso é certo.
- Lobo, acho que não precisa disso aí não.
- quer ficar sem orelha no lugar dele?
- não chefe. Pensa comigo, ele falou o que não devia e ja recebeu o julgamento, mas eu acho que a Isabela nem viu ele, e ela nunca vai saber o que ele falou.
- mas eu sei o que ele falou.
- olha pra ele cara, o vagabundo tá todo fodido. Eu duvido ele sequer olhar pra ela denovo.
Lobo está pensativo se realmente faz ou não, depois do que o LC disse a atitude de cortar a orelha parecia exagerada.
- pega a visão, eu não vou perdoar da próxima vez ouviu? Dessa vez você sai daqui com orelha, da próxima você vai sair sem vida, tá entendendo caralho, me responde.
- eu entendi, eu entendi.
■■■
Os olhos de Isabella estavam na televisão, seu corpo sentado no sofá, mas sua mente, não.
Ela estava decidida a não ter mais nenhum vínculo com lobo, não iria mais beija-lo e nem tocar em seu corpo.
Ela não podia se apaixonar por um cara perigoso, e além de tudo, para piorar ele a sequestrou! Não podia aceitar mais isso. Ela disse que não iria embora, mas e o que ela mais quer nesse momento.
Ela queria está na casa de seu vô, escutando suas histórias antigas e se preparando para a faculdade. Seus sonhos foram roubados por esse bandido.
Ela escuta o barulho da porta se abrir, mas ela não olha, ao contrário de Daniel que estava ao seu lado, ele larga o sorvete de chocolate e vai atrás do pai.
- pai!
Lobo pega Daniel no colo e beija seu rosto.
- pai, olha que filme legal! Vem ver com eu e a isa!
O olhar de lobo vai até o sofá, ele vê Isabela e sorri, ele imagina que depois que tinha acontecido mais cedo eles estariam muito bem.
- só por que hoje eu tô leve.
Ele diz e solta uma risada engraçada que fez Daniel rir também. Isabela continuava sem nenhuma expressão.
Ela se levanta e sai.
Lobo olha sem entender nada.- aonde vai isa?
- para meu quarto, por que?
- fica com a gente tia isa.
Isabela olha Daniel e diz.
- tô com tanto sono Daniel... amanhã eu prometo assistir com você! Ta bem?
_ tá..._ disse o garotinho entristecido.Ela se vira e continua seu trajeto para seu quarto.
Ela não queria ficar perto de lobo, ela estava confusa com o que sentia.Quando ela fecha a porta do quarto, ela se abre novamente.
- o que tá acontecendo Isabela?
- nada ue, não posso sentir sono agora?
- sei que não é sono, fala logo pra mim. Você estava de boa mais cedo.
- ainda tô de boa, só quero dormir, posso?
- não, só depois de me dizer.
- já te falei que não é nada, sai do meu quarto por favor?
- como não é nada? Olha como vc tá falando mina? Tá achando o que, só porque eu tô sendo bonzinho contigo que é pra você querer subir a cabeça? Abaixa essa tua bola.
- para de gritar, o Daniel vai ouvir essa merda que você tá falando pra mim. E outra, eu pedi por favor, não fui mal educada com você!
- eu só quero te entender caralho.
- não tem nada pra entender, eu tô normal.
- então me da um beijo.
Lobo se aproxima seu corpo com o dela e ela afasta seu corpo segurando seu peitoral com as duas mãos e abaixa a cabeça.
- não quero que me toque mais.
- caralho isa, pode me pedir tudo menos isso.
- então me deixe ir embora de sua casa.
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No Dia Em Que Te Vi |+18
FanfictionIsabela percebeu que não estava aproveitando sua juventude como queria, então ela fez uma viagem ao Rio de Janeiro para conhecer amigas que fez pela internet, para se divertir e destrair um pouco antes de começar a faculdade. Ela não queria conhecer...