PRÓLOGO

3.3K 206 70
                                    

BAELA TARGARYEN

High Tide voltava a ser silencioso a cada minuto que passava. Já tinha se passado horas desde que a rainha cortou a princesa Rhaenyra, Baela não costumava ficar assustada tão fácil, mas ela teve medo de que a rainha conseguisse arrancar o olho de seu primo, Lucerys.

Baela fechou a enorme porta atrás de si e subiu na cama, Rhaena não queria sair de perto da sua avó e foi levada para os aposentos dela. Baela estava sozinha. Ela queria sua mãe, Laena iria cuidar dos seus machucados e cantar para ela, até que ela dormisse.

Ela nunca tinha sido tão apegada a sua mãe, ela preferia voar com seu pai nas costas de caraxes, aprender valeriano e ouvir sobre as várias batalhas que seu pai tinha participado e ganhado. Baela sempre gostou de pensar que tinha uma ligação com seu pai, por ser a primeira filha dele ou por eles terem espíritos parecidos, mas tudo tinha acabado. Seu pai havia esquecido da existência de Baela e de Rhaena, ele não se importou em vê-la sangrar e sua irmã chorar.

Ela apertou o lugar que Aemond tinha acertado o soco, ela gostou da dor. Apertou mais forte e começou a sentir as lágrimas descerem por seu rosto. Papai. Ela só queria sua vida de volta. seus pais juntos e voando pelo céu de Pentos com ela e Rhaena. Houve uma batida na porta e ela pulou da cama rapidamente, era seu pai. Ele veio cantar para ela dormir. Ela sorriu antes de abrir a porta.

- Jacaerys?! - O menino sorriu. Ela deu espaço para que ele entrasse, o guarda não se importou e ela fechou a porta.

- Eu queria saber se está doendo? - Ela não entendeu. - Seu machucado...

- Logo vai passar. - Ela andou até a sacada e olhou para o céu. Estava estrelado.

- Você acha que sua mãe está lá? - Ele perguntou e ela olhou para ele.

- Eu quero acreditar que sim. - Ela viu ele abaixar a cabeça. - Você sente falta do Sr. Harwin?

Ele continuava a olhar para ela com uma tristeza que ela conhecia bem. Baela ouviu os sussurros no castelo sobre o sangue dos filhos de Rhaenyra não terem vestígios de Laenor Velaryon, seu tio. Ela não se importava. Seu tio amava os meninos e era isso que devia ser lembrado.

- Pode confiar em mim... - Ela sorriu.

- Ele era legal comigo e com o Luke. Sinto falta dele. - Ela viu as lágrimas rolarem pelo rosto de seu primo.

- Eu também sinto falta da minha mãe. Ela iria cuidar de mim, mas ela se foi e agora eu estou sozinha. - Ela choramingou.

Jacaerys segurou a mão gelada de Baela, assim como ela segurou a sua mais cedo. Ela chorou mais e Jacaerys se aproximou dela e a abraçou.

--- Eu sempre vou estar com você Baela. Eu nunca vou te deixar e vou sempre te defender. --- Jacaerys prometeu.

Após a morte de sua mãe, Lady Laena, o que restou de sua família foi Rhaena. a partir daquela fatídica manhã no telhado quando seu pai deu meia-volta e deixou Baela e sua irmã chorando sozinhas pela perda de sua mãe. Chegando em Driftmark foi sua avó que ela não conhecia, que as recebeu com abraços e beijos em meio a lágrimas, não ligando para formalidades. Lágrimas ameaçaram descer pelos olhos de Baela.

Essa foi a primeira vez que ela foi abraçada por outros braços que não os seus desde que sua mãe morreu.
Na varanda de seu quarto Jacaerys Velaryon tornou-se o segundo. E ela se agarrou a ele.

Todos esperavam pelo comunicado que o rei Viserys faria. Pelo que os criados comentavam, o rei havia convocado todos para uma reunião a portas fechadas. De repente as portas se abriram e por ela passaram seu pai, Rhaenyra, seus avós, a rainha e por fim o rei Viserys, que segundo todos, vinha se recuperando da doença fortemente.

Baela sentiu muitos olhos em si. Seu pai tinha um olhar indecifrável, mas os olhos de sua avó e da princesa Rhaenyra. Por qual motivo elas estavam olhando daquele modo somente para ela, Rhaena também tinha perdido a mãe, porque ninguém tava olhando para ela com pena também?

O rei falava sobre a importância da união do sangue e coisas que Baela entendia muito pouco. Ela apertou a mão de Jacaerys que estava ao lado dela.

--- E é por isso que hoje unimos novamente a casa Velaryon e a casa Targaryen, bem como fortalecemos a casa Targaryen. --- Baela podia sentir seu coração querendo quebrar suas costelas com batidas frenéticas.

--- Chega desse discurso Viserys. Se eu estou mandando uma das minhas filhas pra forca, que seja rápido. --- Daemon disse. Baela viu vestígios de lágrimas nos olhos de seu pai.

--- Eu anúncio o noivado de Lucerys Velaryon e Rhaena Targaryen. --- Baela pôde ver um fantasma de sorriso no rosto de Rhaenys e Rhaenyra. --- Assim como o de minha filha Daera Targaryen e Jacaerys Velaryon. --- Baela se sentia em queda livre. Sentia-se como se seu pai tivesse deixado que ela caísse das costas de caraxes, enquanto ele estava nos céus. --- E Aegon Targaryen se casará com sua prima Baela Targaryen, no seu aniversário de 16 anos. E por isso que juntamente com Daemon, decidimos que a princesa Baela irá para Kings Landing com minha família.

Baela buscou os olhos do pai, ele não a olhava mais. Ela sentiu sua mão se soltar da de jace, ela sentia tudo girar. Ela não queria casar com Aegon, ele era velho pra ela e cheirava a mal. Rhaenyra e Rhaenys caminharam até ela e falavam coisas que ela não conseguia ouvir. Não queria se casar com aegon. Ela procurou por seu pai e ele parecia não está mais na sala. Papai.


- AVISOS -

1. as palavras que tiverem curvadas (ex: oi) estarão em valiriano.

2. viserys não tá morrendo e nem cheio de pereba.

3. Haverá cenas que podem gerar gatilhos, mas eu sempre estarei deixando o aviso no início do capítulo.

4. Se puderem comentar o que acharam, eu agradeceria. Críticas construtivas serão aceitas.

WISHES - JACEBAELA/ Baela & JacaerysOnde histórias criam vida. Descubra agora